Mari Siqueira 13/10/2015Pra mim não rolou, mas espero ler outras coisas da Maya algum dia.Maya Banks é bastante conhecida por seus livros de conteúdo levemente (ou não) erótico. Sua fama fez com que eu me interessasse por seu mais novo lançamento. O segundo volume da trilogia Slow Burn, 'Salve-me' prometia ser uma mistura de sobrenatural com erótico, mas infelizmente a autora não conseguiu atingir suficientemente nem um nem outro. Uma boa premissa foi desperdiçada em uma narrativa prolixa, repetitiva e mal desenvolvida e o resultado implora salvação.
Até certo ponto da história, as coisas fluíam razoavelmente bem e confesso que devorei muitos capítulos, mas de repente algo começou a dar errado. A protagonista - que vive em uma crise existencial infinita - é chata, mimada e incoerente. Em um segundo está dando uma de heroína e indo de frente com o perigo e no outro está vulnerável e chorosa implorando por um pouco de atenção.
Em meio a um grande stress, sobre o qual falarei nos próximos parágrafos, a jovem decide perder a virgindade e neste ponto percebemos porque nem sempre erótico se mistura com outros gêneros. Ok, porque é super normal você descobrir que sua vida inteira foi uma mentira, você tem poderes telecinéticos, seus pais não são seus pais, eles foram sequestrados, tem gente querendo te matar sem você nem saber o porquê... bom, isso dá mesmo muito tesão. -sqn
Eu esperei por um final que envolvesse uma camisa de força para a protagonista, porque ela não é normal - e não falo dos poderes bizarros dela. Uma mulher instável física e emocionalmente ao lado de um cara que é pura tentação? O resultado é uma versão mais mal desenvolvida de Crepúsculo - Lua Nova, cheia de reflexões sobre a situação emocional e psicológica da protagonista. Ou seja, um chute no saco.
Ari - sonsa e irritante - Rochester é uma garota que tem pais superprotetores e bilionários. Os dois escondem o fato de que a filha foi deixada em sua porta quando bebê. Desde então, eles criaram a menina com todos os cuidados para que ela nunca descobrisse sua origem. Ainda bebê, Ari manifesta poderes telecinéticos - bizarros, diga-se de passagem - trazendo brinquedos até sua cama com o poder da mente. Seu pai a orienta a esconder essa habilidade especial e é isso que ela faz até que se encontra em uma situação de grande perigo.
Quando ameaçada por um grupo de alunos revoltados e drogados, Ari acaba expondo suas habilidades para se defender e sua 'performance' é gravada e espalhada na internet. Os pais da jovem fazem o possível para protegê-la, mas há alguém bem mais interessado nela do que os jornalistas. Uma organização secreta procura Ari desde que seus verdadeiros pais a abandonaram. O vídeo é um prato cheio para que eles a localizem e passem a caçá-la.
Quando seus pais são sequestrados, Ari fica em pânico. Extremamente dependente deles, ela não faz a mínima ideia do que fazer e lembra do último conselho de seu pai que dizia para ela procurar os irmãos Caleb e Beau Devereaux, que são donos de uma grande empresa de segurança privada. Eles poderiam protegê-la caso o pai falhasse.
Quando conhece Beau Devereaux, Ari fica encantada, abobada e, claro, louca para perder sua virgindade. Quem está acostumado a ler esse tipo de livro sabe o quanto esse tipo de história é comum e clichê, mas Maya Banks leva o estereótipo ao extremo quando a garota se preocupa mais com sexo do que com os pais que foram sequestrados e torturados. Bom, talvez as prioridades dela sejam diferentes das de outras pessoas, né?
Unindo os poderes - estilo X-Men - com o erotismo - Cinquenta Tons de Cinza - e a velocidade de uma lesma paralítica, Banks mostra como Ari vai tentar deixar de ser uma donzela em perigo para salvar os pais. Ela tenta, mas prefiro deixar que vocês julguem os resultados por si só. O galã pegador Beau chega a ser interessante, mas é mais do mesmo, então nem mesmo toda sua postura, proteção e beleza conquistam durante a leitura. Não tem erotismo suficiente nem sobrenatural suficiente, é uma mistura de nada com coisa alguma que realmente não deu certo. Resumindo, salve-se.
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