Que Fim Levou Juliana Klein?

Que Fim Levou Juliana Klein? Marcos Peres




Resenhas - Que Fim Levou Juliana Klein?


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Ed Carvalho 04/08/2022

Empolgante, mas de final confuso
Este livro é um daqueles que você inicia a leitura por acaso e ela flui. É um bom romance policial com altos toques de filosofia. Só achei os últimos 30% da obra estão repletos de clichês narrativos (coisa que não percebi nas primeiras partes do livro). Para o autor deve ter sido interessante elaborar finais alternativos, mas sinceramente eu considerei como um desculpa por ele não ter conseguido desenrolar a própria história. Mas é uma leitura válida e um autor nacional que vale a pena conhecer.
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Christiane 24/07/2021

Um livro que traz como cenário Curitiba tanto a de Dalton Trevisan como a do Batel.

Um delegado de polícia de Maringá é chamado para ajudar num caso em Curitiba. Irineu chega no aeroporto Afonso Pena e se dirige para o casarão do Batel para encontrar Gabriela Klein, a filha de Juliana que está traumatizada com o último episódio sangrento da família. Aos poucos Irineu vai nos contando esta história que começa na Alemanha, a briga filosófica entre os Klein defensores da filosofia de Nietzsche e os Koch, que agora são professores da Universidade Federal do Paraná e da Puc.

O desaparecimento trágico de Juliana Klein foi precedido por outros assassinatos como o de Teresa Koch, professora da Puc, assassinada no teatro Guaíra pelo marido de Juliana após uma conferência onde ela defende que o destino não existe.

Irineu foi o responsável pela prisão de Salvador, o marido de Juliana, e se apaixonou por ela lhe prometendo proteger sua filha Gabriela. Agora diante de mais um assassinato,desta vez de Mirna Klein, a irmã de Juliana, ele volta a se envolver nesta eterna briga de famílias.

Ao longo das páginas somos informados do passado e acompanhamos as novas ocorrências trágicas que envolvem estas família e de sua briga dita filosófica. Juliana sempre dizia que tudo se repete, tudo retorna, e explicava para Irineu o pensamento do Eterno Retorno de Nietzsche, que tudo se repetiria.

Um romance policial filosófico onde a resposta para o mistério se encontra na filosofia de Nietzsche. Não quero me adiantar mais para não tirar o prazer de quem for ler o livro, mas me permito ter um enfoque por outro viés, ou seja, pela psicanálise. Aliás, sempre encontro um paralelo muito grande entre Nietzsche e Freud.

O Eterno Retorno de Nietzsche e a herança psíquica são muito próximos, e é o que veremos no decorrer do livro. A repetição de tudo, com a diferença que podemos romper o círculo da repetição ou o tempo cíclico de Nietzsche, desde que conheçamos o que move o inconsciente e que nos faz sempre repetir e que acabamos passando aos nossos filhos. E no livro percebemos isto, o quanto tudo se repete e volta, e retorna, só que a ruptura não ocorre.

O autor também se utiliza da Divina Comédia de Dante, com a inscrição da porta do inferno onde contém uma aviso sobre deixar toda esperança do lado de fora, e na porta do quarto de Gabriela tem uma placa que diz que ali tem esperança. Associando a filosofia de Nietzsche o que realmente isto quer dizer é que a esperança é algo que se projeta, algo que se espera, e com o eterno retorno ela deixa de existir.A questão é um tanto religiosa, ou seja, não há vida após a morte, não há esperança que algo mude, exceto no aqui e agora. O inferno é o aqui, o presente, o único lugar onde se pode fazer algo de bom que então irá se repetir.

Ao final do livro teremos três versões para o que aconteceu, mas eu não deixo de fazer uma pergunta em relação à uma das pessoas assassinadas e que é: como o corpo foi retirado da mansão? O que deixa em aberto mais uma possibilidade que foi levantada pelo delegado Irineu já no final da história.
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Cassionei 30/04/2021

SEGUINDO PISTAS FILOSÓFICAS
Duas famílias em constante conflito não é novidade nenhuma na literatura. Aliás, nenhum tema o é. O que nos chama a atenção no romance de Marcos Peres, no entanto, é que os Klein e os Koch se digladiam por questões filosóficas. As mortes que ocorrem durante a narrativa podem ser motivadas, por exemplo, devido a críticas ao pensamento de Nietzsche. O filósofo alemão, diga-se, é o fio condutor de toda a trama. Pena que o delegado que investiga os crimes não o conhece muito bem.

Quem fim levou Juliana Klein? (Record, 352 páginas) é o e segundo romance de Marcos Peres. O primeiro, O evangelho segundo Hitler, já nos mostra um escritor que utiliza a intertextualidade sem parcimônia, a começar pelo título. Sou fã desse tipo de narrativa, principalmente se ela respeita a inteligência do leitor e não for muito daquelas didáticas que explicam a todo o momento as referências facilmente decifradas até pelo leitor experiente. Peres escorrega bem pouco nesse quesito, porém sem comprometer muito a história.

Duas professoras de filosofia que lecionam em Curitiba são assassinadas: Juliana Klein, da Universidade Federal do Paraná, foi morta em circunstâncias misteriosas no ano de 2008. Três anos antes, Tereza Koch, da Pontifícia Universidade Católica, fora assassinada pelo também professor de filosofia, Salvador Scaciotto, marido de Juliana, depois de uma palestra. Já em 2011, o delegado da cidade de Maringá, Irineu de Freitas, envolvido na investigação dos dois casos, retorna à capital paranaense, já que a irmã de Juliana Klein, Mirna Klein, também perde sua vida violentamente. A jovem Gabriela, agora com 15 anos, poderia ser a próxima vítima de uma briga familiar que remonta às décadas passadas e que se iniciou na Alemanha?

Nessas idas e vindas no tempo, o leitor pode se embaralhar bastante (o próprio autor acabou se descuidando e mencionou postagens de Facebook no ano de 2005, assim como colocou Juliana no júri que julgou seu esposo). Isso, no entanto, é o que nos atrai para dentro do enredo que sofre algumas reviravoltas, não deixando o interesse do leitor virar cinzas, como o corpo de Juliana Klein, cremado antes da conclusão da investigação.

O título pode nos deixar em dúvida sobre sua morte, assim como as citações filosóficas, principalmente de Nietzsche, também nos possibilita pensar em sua volta, principalmente as que se referem ao eterno retorno, tema de estudo da personagem. Logicamente, não darei aqui nenhuma resposta. Deixo a dúvida, e esse é um romance que nos deixa muitas dúvidas. E isso também me atrai como leitor.

“Se me explico, me implico:/Não posso a mim mesmo interpretar./Mas quem seguir sempre o seu próprio caminho/Minha imagem a uma luz mais clara também levará.” Este epigrama de A gaia ciência (livro que é uma das chaves do enredo), do Nietzsche, aqui na tradução de Paulo César de Souza, me aconselha a parar por aqui, pelo menos para não estragar a fruição de quem ainda não leu a obra de Marcos Peres. É um bom divertimento intelectual.

site: https://cassionei.blogspot.com/2016/05/seguindo-pistas-filosoficas.html
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Biblioteca Álvaro Guerra 06/02/2019

O segundo romance de Marcos Peres, premiado autor de O evangelho segundo Hitler A morte de uma professora de filosofia revela a rivalidade – a princípio, filosófica – entre duas famílias proeminentes nas duas principais universidades do Paraná. A história é narrada por um psicólogo que conversa com uma misteriosa paciente, alocada no quarto 206 de uma clínica psiquiátrica. Seria possível que o assassinato tivesse como causa desavenças acadêmicas entre os Koch e os Klein, ambos clãs que migraram da Alemanha para o Sul do Brasil? Ou teria algo a ver com um segredo enterrado no passado? Em meio a discussões sobre Nietzsche e Santo Agostinho, somos conduzidos pelos meandros desse mistério por um dos escritores mais promissores da nova geração.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788501104298
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Monalisa (Literasutra) 06/01/2016

No meio dessa briga tem um Nietzsche
Se em “Romeu e Julieta” e “Abril Despedaçado” as mortes causadas pelas rixas familiares ficam por isso mesmo, em “Que fim levou Juliana Klein?” elas são investigadas. Não por acaso, seu título é uma pergunta bem direta. Afinal, ao contrário das histórias de Shakespeare e Ismail Kadare (respectivamente), o romance policial de Marcos Peres é ambientado numa Curitiba do século XXI e conduzido pelo olhar do delegado Irineu de Freitas.

Marcos Peres, o autor, que em 2013 venceu o Prêmio Sesc de Literatura com “O Evangelho Segundo Hitler”, desta vez usou um aforismo de Nietzsche como inspiração. Alternando-se em 3 momentos temporais diferentes (2005, 2008 e 2011) e com uma rixa familiar no pano de fundo da história, Marcos aborda a nocividade das crenças cegas – que, aliás, nem sempre são religiosas. Juliana Klein, a grande motivadora do título do livro, é mais que especialista no filósofo alemão: ela chega a ser obcecada.

“Não é conformismo. Em primeiro lugar, amor fati significa que o sujeito conseguiu compreender o que a maioria dos seres humanos, de todos os povos e de todos os tempos, não conseguiu compreender: que a história é circular e que, para enxergar o futuro, basta compreender o passado. Que o primeiro passo para ter uma vida promissora é justamente olhar para trás e perceber os erros e os acertos dos que viveram, testemunharam e morreram.” (pág 274)

O livro segue a fórmula clássica dos romances policiais, com direito a todos os crimes, investigações e reviravoltas possíveis. E como toda rixa de família, seus motivos se perderam no passado: na época em que as famílias rivais, Klein e Koch, ainda viviam na Alemanha. O que surgiu motivado por um simples caso de triângulo amoroso adolescente acaba perpetuando o ódio entre as gerações e agora toma proporções devastadoras.

“Que fim levou Juliana Klein?” é um bom livro. As cenas são verossímeis, os diálogos são sedutores e o final impressiona. E mesmo que a história não envolva como deveria, mesmo que as citações filosóficas (que tanto me atraíram de início) estejam no livro apenas de passagem, esta é uma leitura que vale a pena, principalmente para os amantes do gênero policial.

# Clique no link abaixo e leia mais resenhas como essa no blog LITERASUTRA!

site: http://literasutra.com/2015/09/22/juliana-klein-marcosperes/
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Amanda 09/12/2015

Quem fim levou Juliana Klein?
Este livro foi mandado por parceria pelo Grupo Editorial Record.

“As consequências daquele ato transformaram a vida das duas famílias em um inferno, existente, com continentes, comércios e filosofias diletantes.” Pág. 55
‘Quem fim levou juliana Klein?’ é o segundo livro do autor maringaense Marcos Peres, que, com o seu livro de estréia ‘O evangelho segundo Hitler’ ganhou os prêmios Sesc e São Paulo de Literatura.
Este romance gira ao redor de duas conceituadas família alemãs, Klein e Koch, que possuem uma rixa que dura já há três gerações, e que se iniciou em Frankfurt e continuou sendo perpetuada através dos anos até chegar no presente, 2011, em Curitiba.
O que era uma rivalidade de pensamentos no âmbito acadêmico, já que ambas as família são educadores de filosofia, os Koch na PUC e os Klein na UFPR, acabou tornando-se uma guerra sangrenta, quando Tereza Koch é assassinada em 2005 após dar uma palestra. O assassino? Salvador, o marido de Juliana Klein. E o mais estranho é: Salvador e Tereza nem são Koch e Klein de sangue, apenas agregados pelo casamento. Então qual o real motivo desta tragédia?
É o que o Delegado Irineu de Freitas tentará descobrir, quando ele é trago de maringá para Curitiba, especialmente para este caso. O que ele não sabia era que sua vida mudaria completamente ao se colocar entre estas duas famílias muito eloquentes, pois ainda ocorreriam outros dois crimes em menos de 6 anos.
“Fomos criadas para perpetuar nosso sangue. Ser Klein é saber-se infinito, é viver em função dessa busca.” Pág. 176
A escrita de Marcos Peres é sensacional. Extremamente fluída e rápida, até mesmo nos intrincados diálogos sobre filosofia, onde os personagens debatem sobre a vida, inferno e o destino, baseando-se em ensinamentos de Santo Agostinho e Nitzsche.
O livro se passa em três tempos distintos. Em 2005 logo após o assassinato de Tereza Koch, em 2008 após o sequestro de Juliana Klein e em 2011 após o assassinato de Mirna Klein. Irineu de Freitas é chamado para resolver os três casos, e nós vemos como este delegado acaba se metendo em um território desconhecido das brigas acadêmicas entre Juliana e Franz Koch, os principais rivais vivos atualmente.
Uma coisa que gostei bastante foi como os diálogos pareciam naturais, e não mecânicos, como ocorre às vezes quando se estão falando de assuntos de um entendimento mais difícil o autor soube bem como contruir os personagens e suas personalidades, mas, infelizmente, para mim, penou um pouco no final. Há um grande mistério do porquê de todos esses acontecimentos, e quem é o assassino e porque essas famílias se odeiam há tanto tempo, e no final o autor não foi conclusivo o suficiente. Não vou mentir também que as partes filosóficas para mim não foram enfadonhas (não gosto e não entendo Filosofia), a maior parte dos diálogos sobre o assunto me deixaram boiando sobre o que acontecia.
“Ser Koch não é carregar seu caminhão com frutas doces e saborosas, mas com negras e pesadas armas, e estar pronto para a guerra – uma tábua rasa que deve ser preenchida com escritos advindos de um cano de uma arma Koch. Somente uma arma Koch tem o poder da redenção.” Pág.224


site: http://escritoseestorias.blogspot.com.br/2015/12/resenha-124-que-fim-levou-juliana-klein.html
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Luiza.Thereza 05/10/2015

Que Fim Levou Juliana Klein?
Curitiba, Brasil. Duas famílias, os Koch e os Klein, ambas de origem alemã, se digladiam há décadas, tanto no plano das ideias, quanto no plano do crime. No meio disso tudo está Irineu de Freitas, um delegado de Maringá que acompanha os casos que envolvem os Klein e os Koch desde de o primeiro contato com tais famílias em 2005.

A história começa a ficar interessante logo no prefácio: feito por uma psiquiatra, ela logo nos revela que o que vamos ler é o resultado da transcrição das memórias e dos sonhos do narrador, que, por sinal, está se recuperando de um grande trauma.

Outra coisa que chama atenção é a arvore genealógica das duas famílias (que está representada logo após o prefácio). A sensação é de que a treta é grande (e, de fato, o é) e o buraco é muito mais embaixo do que conseguimos imaginar (com certeza), e isso tudo antes da história realmente começar.

site: http://www.oslivrosdebela.com/2015/08/que-fim-levou-juliana-klein-marcos-peres.html
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 02/10/2015

Que Fim Levou Juliana Klein?
No livro conhecemos as famílias Kock e Klein, ambas alemãs. A divergência entre as duas surgiu no século passado, ainda na Alemanha. Anos depois, tanto os Kock quanto os Klein vieram para o Brasil, mais especificamente para a cidade de Curitiba. Tudo era motivo de divergência entre as famílias, e elas encontravam na Filosofia um bom campo para se oporem, de modo que os Kock, na figura do professor Franz Kock, estavam na Pontifícia Universidade Católica, e os Klein, com a professora Juliana, na Universidade Federal do Paraná.

"Konrad Klein viu Gertrude pela primeira vez quando a moça saía do austero prédio da Biblioteca Nacional Alemã, em Frankfurt. E se apaixonou ali mesmo, observando-a passar acompanhada de moinhos de vento e de amores de perdição." (página 51)

Em 2005, Salvador Scaciotto, marido de Juliana Klein (com quem tinha uma filha, Gabriela, com 9 anos na época) assassinou Tereza Kock (esposa de Franz, com quem tinha um filho mais ou menos da idade de Gabriela) no Teatro Guaíra. Ele foi preso, e delegado Irineu de Freitas, de Maringá, foi um dos policiais envolvidos na investigação. Foi assim que Irineu conheceu Juliana.

Em 2008, ela desapareceu. Segundo as investigações, ela estaria morta, o responsável por sua morte não foi encontrado. Mas Irineu não se conformava com isso. E passou a procurar o culpado, colocando sua carreira em risco. Por tudo o que ele sabia sobre a rivalidade entre os Kock e Klein, Irineu acreditava que Franz Kock queria se vingar pela morte da esposa e teria alguma responsabilidade no desaparecimento de Juliana.

"O horizonte já estava quase completamente claro. 'Entraram na casa dos Klein', falara Gómez, ao telefone no dia anterior. 'E?' E novamente as reticências, junto com o sangue com a incompreensão. Agora, os raios de sol cegavam, pela janela do avião. No entanto, o caso continuava na penumbra, cada vez mais estranho. Irineu viajava para Curitiba às pressas porque sangue Klein tinha sido derramado no casarão do Batel de maneira grotesca." (página 106)

Em 2011, nada tinha sido provado ainda, e mais sangue Klein estava sendo derramado, de forma que Irineu acreditava que precisava lutar contra o tempo se quisesse manter a jovem Gabriela viva e longe da vingança dos Kock.

"O sentimento ruim aumentava, estar certo, dessa vez, significaria, também, estar perdido, ter sido derrotado na decisiva batalha para salvar Gabriela. Fechou os olhos e pensou no cansaço que sentia, na transformação por que passara ao longo de todos esses anos de trabalho no caso dos alemães, e na exaustão que, por fim, agora o dominava, de modo que até sua função de delegado parecia carecer de sentido. Talvez fosse melhor errar e ser demitido." (página 193)

A história não segue uma trajetória linear, intercalando capítulos que se passam nos anos de 2005, 2008 e 2011. No início, foi um pouco complicado me situar nas mudanças de tempo, de forma que precisei recorrer a uma linha do tempo com a história das duas famílias que há no início do livro, mas depois, achei até interessante a trama ir avançando e retrocedendo em uma simples virada de página, na mudança de capítulos.

Tendo personagens ligados a filosofia, o livro tem uma linguagem mais culta em alguns momentos, mas em outros, traz alguns palavrões para balancear. Há várias referências a outros livros, como Cem Anos de Solidão, por exemplo.

Achei a história mais interessante do que eu imaginava antes de começar a leitura, que me surpreendeu por ser fluida e não arrastada. Não consegui descobrir antecipadamente o mistério que cercava o desaparecimento de Juliana, fui junto com Irineu em suas investigações, sem conseguir prever nada e me surpreendendo com cada revelação. Gostaria que o final fosse mais expandido, detalhado, foi algo inesperado mas crível.

Num primeiro momento, a capa não tinha chamado minha atenção, mas até que tem sua beleza. As páginas são amareladas, as margens, o espaçamento e as letras tem bom tamanho.

site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2015/10/resenha-livro-que-fim-levou-juliana.html
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Mariane 14/09/2015

O romance policial brasileiro, caso haja uma "etiqueta" única para este gênero, está tomando proporções cada vez maiores, e, como consequência, sem perder a expectativa do desfecho, discussões mais profundas tem sido inseridas na trama. É o que Marcos Perez traz em "Que fim levou Juliana Klein?", da Editora Record. Leia Mais no blog Estante Insólita.

site: http://estanteinsolita.blogspot.com.br/2015/09/que-fim-levou-juliana-klein-marcos-peres.html
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Cilene.Resende 14/09/2015

Devorando compulsivamente: o livro e o bolo
#Resenha - Que Fim Levou Juliana Klein? de Marcos Peres Editora Record. 2015. 350 pgs. Avaliação 5/5.
Sinopse: Que Fim Levou Juliana Klein? de Marcos Peres é um romance policial que traz uma estória complexa - aliás a complexidade das tramas parece ser especialidade do autor do premiado Evangelho Segundo Hitler. Editora Record. 2013 - Trata-se de uma história ambientada num universo acadêmico, entre famílias que migraram da Alemanha para o Brasil, num passado recente e culmina em uma série de assassinatos, suicídios e mortes duvidosas envolvendo essas famílias que se odeiam ancestralmente e filosoficamente. Junte-se a este cenário um delegado interiorano desbravando a capital do Paraná para tentar solucionar esses crimes obcecadamente, intercalando apenas com seus momentos de frustação que culminam em cervejas, whisk e rabo de galo.

Antes de mais nada, preciso alertar para o fato de que esta é minha primeira resenha. Poderia ter escolhido algo menos complicado, mas não seria eu, haha.

A trama se inicia com a narração de uma psiquiatra que transcreve memórias e sonhos de uma paciente internada num suposto quarto número 206. [Post-it para esse fato do quarto 206! Meu faro de fã da literatura policial alerta.]

O tempo da narrativa viaja entre os anos de 2005, 2008 e 2011, com alguns flashbacks nas histórias das famílias Alemãs e rivais, Klein e Koch, ao século passado e no antigo continente, mas a escrita primorosa faz com que as transições não sejam caóticas, sem no entanto desmerecer a intenção de bagunçar a mente do leitor.

Embora as diferenças entre os Klein e Koch atuais sejam basicamente acadêmicas [Juliana Klein lecionando filosofia na UFPR e o ´Doutor Professor´ Franz Koch lecionando a mesma matéria na PUC], aos seus ancestrais coube iniciar a inimizade por conta de uma mulher, que despertou a paixão de dois homens: um Koch, que era seu noivo, e um Klein, que nem sabia que a moça era comprometida, e muito menos quem eram os Koch. Nem só de pão vive o homem, muito menos de filosofia, mas necessariamente de amor - sinto muito Nietzsche, Sartre, Platão, Dante Aliguieri e Santo Agostinho [eu disse que era complexo!], mas sem Shakespeare nada faria sentido nessa estória.

Discussões sobre antíteses e paradoxos, sobre predestinação e livre arbítrio, baseadas em Santo Agostinho, Sartre e Nietzsche envolvem a nova rotina do Delegado Irineu, destacado de sua cidade do interior do Paraná para ajudar na investigação de um crime na capital Curitiba, crime este que supostamente estartou uma série de outros assassinatos envolvendo as famílias Klein e Koch.

Irineu é descrito como um charmoso boêmio que acaba se envolvendo nessa história além do que deveria, com isso quero dizer se envolvendo nos braços (pernas) e na cama de uma Klein, o levando a ser passional e até mesmo irresponsável na seara profissional, doentiamente obcecado em solucionar a trama.

"Sinto em meu sangue. Vejo os fantasmas do passado e sei que o futuro tende a repetir - não é preciso ser um Klein ou um Koch para saber isso. Estudei Nietzsche e aprendi duas coisas. A primeira é que o livre-arbítrio é uma falácia, um argumento covarde dos que não conseguem perceber que o mundo, para o bem e para o mal, está escrito no passado. Nietzsche escreveu em uma parábola: 'Esta conversa, os detalhes desta conversa, o que somos, o que fazemos, tudo já foi feito.' A história é finita e cíclica. O fim gera um novo começo. E se o passado inevitavelmente se repete no futuro, devemos compreender, portanto, que o livre-arbítrio é um argumento não dos otimistas, mas dos hipócritas e dos estúpidos, que não conseguem ler o mundo à sua volta. Assim como na literatura: Montecchios e Capuletos, Klein e Koch, quantos não existiram, quantos ainda não existirão? Quantas vezes um delegado do interior não conversou com a filha de um estrangeiro, em busca de solucionar um caso? Somos arquétipos intemporais, Irineu. O que somos, já o foram muitas vezes, e o serão outras tantas, infinitas..."

Esse é meu destaque favorito no livro que me fez voltar a amar o gênero policial, porque me fez refletir por horas sobre o que vem primeiro, o ovo ou a galinha? Uma história pode se repetir, mas quando foi escrita pela primeira vez? Em algum momento se fez inédita... ainda vou pensar muito e não chegar a conclusão nenhuma, fato! Mas para Juliana a teoria cíclica de Nietzsche é nada menos do que óbvia.

Juliana Klein é casada com Salvador Scaciotto que também é acadêmico e eles tem uma filha, Gabriela Klein Scaciotto, que sofre todas as consequências de ver sua família sendo dizimada e com a possibilidade assente de ser a próxima vítima, ao passo que Irineu se sente responsável por mantê-la a salvo, o que, de uma forma surpreendente, é o que acaba acontecendo.

Que Fim Levou Juliana Klein, afinal de contas? Esse trabalho praticamente hercúleo de Irineu não chega ao fim com a última página. O autor inova no epílogo, mostrando aos leitores três hipóteses sobre o que pode ter acontecido com a personagem que leva o nome da obra. (E aqui me pergunto: seria possível ainda um outro fim?)

Esse livro conquistou meu coração com seus personagens fortes e intrigantes, me deixando com vontade de os conhecer ainda mais profundamente; com sua narrativa intensa, repleta de indagações, surpresas, revelações e reviravoltas, e ao mesmo tempo, fluida e coerente.

Minha leitura levou três dias, foi uma sensação de compulsividade, devorando as letras com os olhos, pois o gênero policial que eu tanto amo, com toda minha devoção ao Sir Arthur Conan Doyle, à preciosa Agatha Christie e ao genial Sidney Sheldon, foi muito bem representado por esse autor que escreve divinamente e que não tem nada de promessa da literatura nacional, só realidade.

Cilene Resende Manzato - maringaense, advogada, leitora compulsiva (que acha possível comparar ler um livro a comer bolo de cenoura com cobertura de brigadeiro) e crítica amadora (e, na maioria das vezes, malvada) nos clubes de leitura pela internet a fora.
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Literatura Policial 21/08/2015

Recomendado para quem procura uma leitura intrigante e desafiadora
Diálogos bem elaborados, trama requintada e um mistério nebuloso conectando duas famílias acadêmicas. Eu me refiro a “Que fim levou Juliana Klein?”, romance policial do paranaense Marcos Peres, lançado no final de julho pela Editora Record.

Com quase 350 páginas, a narrativa revela os segredos dos Klein e Koch, famílias de linhagem alemã que imigraram para o Brasil perpetuando um ódio de gerações. Os grupos fincaram suas bandeiras nas principais universidades do Paraná – os Klein na Universidade Federal e os Koch na PUC – e são conhecidos por defenderem ideias antagônicas em qualquer circunstância pessoal ou profissional. O livro é recheado de citações filosóficas, com textos de Platão, Nietzsche, Sartre e Santo Agostinho, e diálogos reverberados pelos protagonistas para legitimar ações e reações adversas.

O mistério fundamental é descobrir o que aconteceu com Juliana Klein, professora de filosofia da UFPR que desaparece deixando poucas pistas e uma filha adolescente e problemática para trás. Além do sumiço, há uma série de mortes violentas envolvendo as famílias, crimes investigados pelo delegado Irineu de Freitas. Policial pragmático, ele se esforça para interpretar as pistas do caso, em meio à briga de egos e academicismos dos professores filósofos.

Um dos suspeitos do desaparecimento de Juliana é Franz Koch, coordenador do curso de filosofia da PUC-PR e viúvo da também professora Tereza, assassinada pelo marido de Juliana. A primeira tentação é pensar que haja uma desforra, uma vingança em jogo… É nesse ritmo “ameno” que a rixa das famílias vai sendo esmiuçada, expondo rancores, arrependimentos e amarguras. O tema das famílias adversárias é atualizado pelo autor. Se já tínhamos visto dois clãs se digladiando em Romeu e Julieta (Shakespeare) e Abril Despedaçado (Ismail Kadaré), por exemplo, agora essa guerra entre parentes assume outras características. São acadêmicos, que poderiam parecer insuspeitos, e são filósofos, muito distantes de criminosos comuns.

Marcos Peres usa o tempo como recurso narrativo, mesclando diálogos entre os anos de 2005, 2008 e 2011 (o que me lembrou “O Hipnotista”, de Lars Kepler). O livro também exalta algumas paisagens de Curitiba, como as próprias universidades, o Teatro Guaíra e o Barigui, o “rio dos mosquitos-pólvora” que corta a capital paranaense. Chama também a atenção a estrutura do desfecho da trama e o mergulho nas relações no interior das famílias.

Vencedor dos prêmios Sesc e São Paulo com o livro “O Evangelho Segundo Hitler”, Marcos Peres é um dos nomes mais promissores da literatura e faz uma boa estreia no gênero policial. “Que fim levou Juliana Klein?” é certamente recomendado para quem procura uma leitura intrigante e desafiadora!

site: http://literaturapolicial.com/
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allenylson.ferreir 13/08/2015

Quem fim levou Juliana Klein? é um romance policial, digamos filosófico. As personagens citam com frequência Nietzsche, Agostinho e Platão. Esse é o segundo livro do autor, Marcos Peres, e que já surpreendeu antes mesmo de ser publicado. Assim que começamos a leitura, somos colocados no meio de uma rixa familiar, e só largamos o livro depois que todas as respostas sejam respondidas, ou não. Pois bem, o delegado Irineu de Freitas, um caipira do interior, da cidade de Maringá, vai a Curitiba ajudar o amigo Gomez, que também é delegado, a descobrir um crime muito estranho. É Irineu que nos conduz pela Curitiba, palco de uma disputa imortal (?). As famílias Koch e Klein são conhecidas não só pelos seus saberes filosóficos, mas também pelo ódio que nutrem um pelo outro. Os Koch lecionam filosofia na PUC; já os Klein lecionam também filosofia, só que na UFPR. Juliana Klein, a nossa personagem desaparecida, é especializada em Nietzsche e acredita na teoria cíclica, que tudo o que aconteceu no passado está acontecendo hoje e acontecerá no futuro. “Esta conversa que estamos tendo, delegado, já aconteceu várias outras vezes”, diz Juliana a Irineu quando ele vai ao casarão dos Klein entrevistar a esposa de um assassino. Casarão esse que é alvo de vários mitos e lendas, desde a sua construção por um luterano, até o primeiro Klein chegar a Curitiba e morar naquela casa famosa do Batel. Derek Klein, pai de Juliana, se enforcou na sala do casarão, assim reforçando a lenda do casarão mal-assombrado. O autor reserva um capítulo para essas lendas e mitos, que é importante para entender os eventos posteriores, que só reforçarão o imaginário popular.

site: http://cafeliterari-o.blogspot.com/2015/08/que-fim-levou-juliana-klein-de-marcos-peres.html
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Deco 02/08/2015

História policial intrigante e contagiante.
O livro trata do cotidiano de um delegado no Brasil, de brigas de egos entre professores universitários (algo corriqueiro no mundo inteiro), de desentendimentos entre famílias, de devaneios filosóficos contidos em padrões da realidade e das clássicas perguntas dos livros policiais: Quem matou? Por quê? Como tudo se interliga? São muitos vaivéns no tempo, entre cidades e países, o que causa um atordoamento ao leitor, semelhante ao que se passa com o bem conduzido personagem principal (Delegado Irineu de Freitas). A montanha russa de situações e mistérios instiga provocações filosóficas, algo que já ocorria no romance anterior do autor (O Evangelho Segundo Hitler) e que ao meu ver é o que de mais saboroso tem no livro. Os romances policiais brasileiros estão melhorando a cada ano (não temos apenas Rubem Fonseca), ressurgindo com força e audácia. Marcos Peres deu uma bela contribuição.
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