Spy Books Brasil 28/01/2022
Tudo pode acontecer, desde que seja verossímel!
O Desafio das Águias, de Alistair MacLean
Em ficção, tudo pode acontecer. Carros voadores, viagens intergalácticas por buracos no espaço, meteoros acabando com a vida na terra, robôs aprendendo emoções humanas… Tudo é possível. Mas tem um limite: a verossimilhança.
Quando se empolga demais e mete as personagens em situações das quais não conseguem sair sozinhos, o autor muitas vezes se vê tentado a inventar um recurso que ainda não havia aparecido na história.
É aquele momento em que nós, leitores, tropeçamos no enredo, paramos a leitura e nos perguntamos: “De onde apareceu esse elefante voador?”.
Em O Desafio das Águias, livro escrito em 1967 e primeira leitura concluída da minha lista de leitura de 2022, encontramos um Alistair MacLean para lá de empolgado.
A trama - Um general americano envolvido no planejamento da invasão da Normandia é capturado pela Gestapo depois que seu avião Mosquito é metralhado pela Lufthwaffe.
A missão de resgate é praticamente suicida. O general está sendo mantido no Schloss Adler, o Castelo das Águias. Uma fortaleza inexpugnável no alto de uma montanha na Baviera.
A Executiva de Operações Especiais (SOE) do serviço secreto britânico reúne às pressas um grupo de espiões veteranos. O objetivo: invadir o castelo, que serve como sede da Gestapo, e libertar o oficial aliado. Os ingleses correm contra o tempo. Precisam resgatar o general antes que ele entregue os segredos sobre o desmbarque que acontecerá no dia Dia D.
Liderado pelo Major britânico John Smith, o grupo é lançado de paraquedas no platô da montanha em que fica o castelo. Além do frio e da corrida contra o relógio, Smith e seus homens terão de enfrentar um inimigo oculto muito mais perigoso que os soldados e oficiais alemães da Gestapo e dos Alpenkorps.
Os personagens - O grande herói da trama é o Major John Smith. O autor não nos dá grandes detalhes sobre o passado dele, mas fica subentendido que está na ativa como espião atrás das linhas inimigas desde o início da guerra.
O tipo é caracterizado como um sujeito meio cínico, um pouco autoconfiante demais nas próprias habilidades e extremamente desconfiado de todos os que o cercam, incluindo os membros da sua equipe.
A desconfiança é totalmente explicada: no tipo de trabalho desempenhado atrás das linhas inimigas, qualquer deslize significa prisão e morte. Diferentemente de soldados e oficiais, espiões não eram protegidos pela Convenção de Genebra, que regrava a conduta de ética com prisioneiros de guerra.
Sobre os homens comandados por Smith, recebemos desde o início da trama ainda menos explicações. Há uma razão plausível para esse mistério, à qual o leitor será apresentado logo nos capítulos iniciais. Não vou mencioná-la, porém, para não dar um spoiler.
O único sobre quem aprendemos um pouco, enquanto o grupo viaja no bombardeiro Lancaster de onde saltará de paraquedas dentro da Alemanha, é o tenente americano Morris Schaffer, oficial dos Rangers do exército dos Estados Unidos. Para os demais recebemos apenas pequenas descrições e o que realmente importa: todos estão de certa forma revoltados com a missão que receberam, por percebê-la como uma operação suicida.
As inverossimilhanças – Bom, aqui começam os senões do livro. Se quiser continuar lendo, acesso o meu blog Spy Books Brasil. Lá você vai encontrar também um perfil do autor e curisiodades sobre espionagem.
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