Ana Lúcia 04/06/2017
Os relógios
Logo no início da história, conhecemos Colin Lamb, um detetive que está a serviço da Inteligência Britânica, investigando a Rua Wilbrahan Crescente a procura de uma pessoa ligada à espionagem. Ele narra a sua própria busca e se vê ligado a um assassinato.
Neste ponto, nos deparamos com o assassinato de um homem na mesma rua, no nº 19, na casa de Miss Pebmarsh, uma senhora cega, além de serem encontrados quatro relógios com horas adiantadas, marcando 16h e 13 min na cena do crime.Uma estenógrafa, Sheila Webb, é colocada na cena do crime para encontrar o corpo.
O que tudo isso tem a ver? É o que nos perguntamos e ficamos no escuro até o final.
Com duas investigações concorrendo, fica ainda mais complicado acompanharmos. Confesso que me perdi da linha das investigações. E, se não bastasse o que tínhamos, mais uma pessoa foi assassinada, Edna. Aí sim, complicou muito mais.
Poirot aparece mais como um expectador nesta história. Ele recebe a visita de Colin que menciona as suas investigações e, por achar que seu amigo se encontrava muito deprimido, lhe propõe um desafio: Poirot teria de conseguir solucionar um caso à distância, sem sair de sua poltrona, usando apenas seus instintos.Na realidade, ele não acreditava que Poirot fosse conseguir. O que queria mesmo era dar alguma coisa para que ele pudesse pensar e sair de seu estado.
Mas, conhecemos Poirot e sua astúcia. Com as informações dadas por Colin e mais algumas investigações feitas por ele, assim como a relação que fez com os livros que andava lendo, foi intuindo Colin a buscar mais informações:
1- Era necessário conhecer os hábitos de seus vizinhos;
2- Alguém deve ter visto alguma coisa e não quer falar;
3- Alguém pode soltar alguma informação em uma conversa informal sobre sua vida.
Colin parte para tentar encontrar mais informações. Claro que Poirot não se conteve e chegou mais próximo da cena do crime e foi questionado por Colin por ter se afastado do desafio. Mas como Poirot disse, “a explicação é simples como o assassinato foi simples. Ele poderia ter resolvido tudo como uma máquina, mas ele é humano e foi até lá por causa da curiosidade humana”.
Não consegui acompanhar as pistas para chegar ao final descrito por Poirot. Quer era o morto? O motivo do crime? As pessoas envolvidas? Quem estava por trás da espionagem?
Ufa, só mesmo a mente privilegiada de Agatha Christie para dar vida e astúcia a um detetive que possa chegar a uma explicação simples para ele e mirabolante para nós, leitores.
Foi uma ótima história.