Minha Velha Estante
01/02/2017Resenha da Adriana MedeirosOi, gente,
Como não se empolgar por um livro lançado pela DarkSide? E se esse livro tiver uma capa perfeita com um cavaleiro montando, nada mais, nada menos do que um dinossauro? Ah, e se esse livro ainda for recomendado por George R. R. Martin e ele afirmar que o livro é uma mistura de As Crônicas de Gelo e Fogo e Jurassic Park? Será que você ainda precisa de algum motivo a mais?
A história de Os Senhores dos Dinossauros se passa em um lugar chamado Paradise, mais precisamente em NuevaEuropa, formado, entre outros pela Spaña, Alemania, Anglaterra e Francia. Sua língua oficial é o spañol, mas vários outros idiomas são falados. Muita coisa em comum com o nosso mundo? Sim, mas qualquer semelhança pode ser considerada mera coincidência.
“Algo que vocês devem saber.Esse mundo – Paradise – não é a Terra.Não foi a Terra. Nunca será a Terra.Não é uma Terra alternativa.Todo o resto é possível”
A história já começa cheia de ação com uma grande batalha que nos mostra como funciona essa novidade de cavalheiros montando dinossauros e de como é natural a convivência deles com os humanos em Paradise. A variedade de espécies é incrível e todas muito bem detalhadas a ponto de você conseguir visualizar cada bichinho. Não se assuste, eles podem ser usados desde animais de estimação ou destinados a alimentação.
A batalha acontece entre os Príncipes Rebeldes e os mercenários do imperador Felipe Delgao. Logo o leitor percebe que há uma conspiração que parece ter matado voyvod Karyl Bogomirskiy, considerado o maior senhor de dinossauros que já existiu e comandante mercenário da Legião do Rio Branco.
“Guerras começam quando você quer, mas não acabam quando você deseja.”
Vários personagens são apresentados, e cuidado para não se perder em quem é quem nesse emarando de emoções. Destaque para Jaume Llobregat, o Conde das Flores, campeão do Império e noivo de Melodia, homem honrado, mas que será obrigado a tomar decisões contra os seus princípios; para o duque Falk von Hornberg e seu tiranossauro rex albino Floco de Neve, e para o plebeu Rob Korrigan, menestrel e senhor dos dinossauros que não acredita na morte de Karyl Bogomirskiy e sairá em sua busca. E Melodía, filha do rei que tenta, em vão, fazer o Imperador, seu pai, desistir da guerra. Como se tudo isso já não fosse bastante, ainda temos um pouco de magia e muito de religião e superstição, com os Anjos Cinzentos, símbolos de que o mal está por perto. E uma conspiração que poderá definir o futuro do Império ou sua aniquilação.
Escrito em 3ª pessoa e com uma linguagem bem adulta que surpreende em algumas cenas, o que não é comum em livros de fantasia. Assim como a bissexualidade aceita naturalmente de muitos dos seus personagens.
“O que sempre insisti”, Karyl prosseguiu, “foi em fazer o meu melhor e continuar fazendo até que seja, ao menos, competente. Há muito tempo aprendi que parar conquistarmos qualquer coisa, é preciso começar. Ou passar a eternidade esperando o momento certo. Que nunca chega.”
Reconheço que após a batalha, a leitura ficou um pouco lenta, já que começa uma fase de apresentação de personagens e lugares com bastantes descrições absolutamente necessárias para o entendimento da história. Mas como você começa em ritmo acelerado, o ritmo fica um pouco quebrando. Mas nada que o faça querer largar o livro. Ao contrário, você ficará ainda mais curioso para absorver mais desse mundo.
Ah, adorei a forma como a mulher é retratada no livro: apesar de não ter voz no governo, elas são absolutamente empoderadas, mulheres fortes, conscientes da sua força e senhoras da sua sexualidade sem serem marionetes nas mãos dos homens.
Muitas perguntas ficaram sem respostas, uma deixa para a leitura do segundo livro.
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http://www.minhavelhaestante.com.br/2017/01/leitura-da-drica-o-senhor-dos.html