Rub.88 14/06/2017Dinheiro na Mão.Na contra capa de um livro eu li, havia uma definição bem interessante do que é a figura do autor de ficção. Dizia mais ou menos assim. “Eu sei que o mundo não esta a espera dos meus pensamentos mais profundos. Os enredos e formas de abordagens dos temas nos meus livros são decididos numa reunião entre mim, meu editor e meu empresário. Eu não me considero um escritor e sim um profissional em escrever estórias.”
Palavras essas atribuídas a Ken Follett, que publicou o livro Alta Finança em 1977 usando o pseudônimo de Zachary Stone. Outras obras desse britânico provam que tem muita modéstia nessa conversa. As publicações dele que pude ler têm muito mais a oferecer do que simples entretimento banal.
Nesta novela a estória se passa num único dia. Um vice-ministro de Energia que se deu bem, depois mau, depois bem mau. Um negocista inescrupuloso e especulador que cria oportunidades financeiras de formas antiéticas e ilegais. Um editor de jornal vespertino que está apático com o seu dia-a-dia de noticias fracas e repetitivas. Um escroque médio nível no mundo criminal londrino. Um empresário com eterna queimação no estomago causada pela crise no seu negocio de família que cresceu e se transformou num gigante trôpego. Um jornalista novato e entusiasta, ansioso para ter o seu momento de gloria com um furo de noticia que fara sua carreira deslanchar.
Outros personagens menores como um bisbilhoteiro ligado a radiofrequência da policia, mulher de bandido velho que tem um filho deficiente mental, esposa infiel com crise de consciência e outros mais... Todos são rasamente pincelados, mas fazem as ligações entre acontecimentos, primeiramente esparsos, da estória.
No principal, vice-ministro, negocista, editor, escroque, empresário e jornalista são os participantes do grosso da trama que envolvem planos grandiosos, intenções dúbias, tramoias mal arquitetadas e crime comum.
Ken Follett é um excelente amarrador de fatias da vida. Tudo começa simples depois se complica, e se resolvem com reticencias agradáveis no final da estória. Alta Finança fala de chantagem, informações privilegiadas, suborno, mundo bancário e da tentativa de jornalismo sério. Hummmmmm me lembrou, assim por alto, de um país verde e amarelo que ainda tento entender...