Driely Meira 02/04/2016
Partiu rir sem moderação!
Mariana estava prestes a realizar o maior sonho de sua vida quando tudo desabou. Após seis anos de namoro, Edu finalmente a tinha pedido em casamento, e depois de tantos preparativos, era chegado o grande dia: ela iria se casar! E, melhor, iria se casar com um homem lindo, fofo, engraçado, rico e incrível! Mas tudo deu errado, pois Edu disse que eles precisavam conversar.
Nada poderia dar errado nem sair do controle. Planejei meu casamento nos mínimos detalhes e nada deste mundo me impediria de atravessar a nave da igreja ao som da marcha nupcial, usando meu vestido que, meus sais, era lindo de morrer, com minhas sandálias maravilhosas, e dizer sim para o Edu. página 15
Começa então uma descida para o fundo do poço sem fim, onde Mariana se vê sem emprego, sem amigos, sem noivo e sem o apartamento maravilhoso que ela tinha decorado e onde viveria com Edu após o casamento. Sem saber o que fazer, Mariana passa seus dias enfurnada no quarto, sentindo pena de si mesma e imaginando por que diabos ninguém liga para ela. Por que Edu não voltava atrás? E por que suas amigas não davam sinal de vida? E, em nome da Santa padroeira das garotas recém-solteiras, porque Edu a havia chamado de fútil?
Estava de fato sozinha e com os pedaços do meu coração nas mãos, sem saber como colá-los de volta. Será que um dia ele ia ser um coração inteiro novamente? Será que eu ia viver com um coração partido, batendo sem rumo por todo o sempre? O que ia fazer da minha vida? página 49
Bom, acontece que, antes de começar a namorar Edu, Mariana era uma garota simples, engraçada, humilde, gentil e que se importava com as pessoas. Mas ao conhecer o mundo do namorado, todas as festas chiques, roupas de grife e suas amigas filhas de fazendeiros, ela tornou-se alguém completamente diferente. Torrou o dinheiro que não tinha em roupas caras para ser aceita pelas meninas, tinha vergonha dos pais e de seu emprego, e o pior, passou a dar mais valor às roupas e sapatos do que a Edu.
Após muito tempo lamentando a vida que não teve, Mariana finalmente consegue se levantar e decide o que vai fazer da vida: ela vai se mudar para São Paulo! Mas, para isso, precisa trabalhar e guardar um dinheirinho para sobreviver, e é assim que ela conhece Clara, uma garota que a ajuda a acordar para a vida em relação à sua futilidade, e que se torna sua melhor amiga, acompanhando-a à capital. Durante as conversas com sua mais nova amiga, Mariana cai na real e percebe que precisa voltar a ser a pessoa que ela era antes, e deixar sua futilidade de lado.
Demora, mas ela percebe isso, e então, vemos uma grande mudança na personagem. É possível perceber a diferença entre a Mariana mimada do início do livro e mulher profissional e madura que ela se torna no final, e foi muito bom vê-la caindo algumas vezes até chegar ao final. Um pouco triste, e deu dó, mas foi bom.
Fazia tempo que eu não lia um bom e divertido chick-lit como esse. De início eu não sabia o que esperar, pois ainda não tinha lido nada da Leila, mas me surpreendi com a história, e dei tanta risada que minha barriga chegou a doer. Mariana é uma figura, e as situações pelas quais ela passa são um pouco tensas, mas engraçadíssimas.
Mariana é uma personagem de quem eu gostei de primeira, mesmo ela sendo mimada no começo. Sabia que, hora ou outra, a doidinha iria acordar para a vida e dar um jeito de se reerguer, e mal via a hora disso acontecer. Ela era uma compradora de roupas, bolsas e sapatos compulsivas no estilo Becky Bloom, e mesmo sendo uma garota inteligente e já formada, tendia a ser um pouco lerdinha no quesito amigas ricas que só a enxergaram quando ela passou a se vestir como elas, e que sumiram quando Edu a deixou.
Já com Edu a coisa foi diferente. Entendo por que ele anulou o casamento e deixou Mariana sozinha, mas ele a fez sofrer muito, então eu não queria, de jeito nenhum, que eles ficassem juntos. Ela não conseguia seguir em frente após o término, e estava sempre pensando nele, enquanto eu só pensava que ela deveria esquecê-lo de uma vez e seguir com a vida. Ou seja, de Edu eu não consegui gostar...hehe
Porque tragédia pouca era bobagem, não é mesmo? Como se não bastasse ter sido abandonada; meu ex-noivo ter me trocado por outra; minhas melhores amigas terem sumido; continuar solteira, pobre e dividindo o quarto pequeno e apertado com minha irmã implicante, minha mãe ainda me proibiu de comprar. página 53
A autora desenvolveu super bem os personagens secundários, e, felizmente, a história não fica apenas em Mariana e seu drama com Edu, mas também dá abertura para a vida de Clara, dos pais da protagonista, das amigas, da família do ex-noivo, de um carinha maravilhoso que aparece depois (que eu escolhi para ficar com ela no final) de outros amigos, etc. Então é mais um ponto positivo para a obra.
Outro ponto positivo é que a leitura flui muito rapidamente! Eu mal via as páginas passando de tão fisgada pela obra que estava, é impossível parar de ler, até porque a história e Mariana são engraçadas demais, e isso só deixa o livro mais leve e divertido. (Ah, e para quem não sabe, #Partiu vida nova é Pobre não tem sorte 1 e 2, da mesma autora, mas o título foi mudado.)
Enfim, esse é um livro que eu indico principalmente para os apaixonados por chick-lits de plantão, mas quem gosta de um romance leve e muito divertido também vai adorar. Mal vejo a hora de ler mais obras da Leila!
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