A luta de classes

A luta de classes Domenico Losurdo




Resenhas - A luta de classes


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Romeu Felix 22/02/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
"A luta de classes: uma história política e filosófica" é um livro do historiador italiano Domenico Losurdo, publicado em 2015. A obra aborda o tema da luta de classes, analisando suas origens, desenvolvimento e importância ao longo da história, tanto do ponto de vista político quanto filosófico.

Losurdo argumenta que a luta de classes é um fenômeno universal e que se manifesta de diferentes formas em cada período histórico. Ele destaca a importância do conflito entre classes sociais na formação da sociedade e na luta pela transformação social. O autor analisa também o papel das ideologias na luta de classes, e como a luta ideológica é parte fundamental da luta política.

O livro traz reflexões sobre o pensamento de diversos filósofos e pensadores, desde a Grécia antiga até a atualidade, incluindo autores como Hegel, Marx, Gramsci, Foucault e Žižek. Losurdo apresenta uma visão crítica da história e da política, destacando as contradições e as disputas entre diferentes classes sociais.

Temas abordados:
Luta de classes;
Origens e desenvolvimento da luta de classes;
Importância da luta de classes na transformação social;
Papel das ideologias na luta de classes;
Luta ideológica como parte fundamental da luta política;
Pensamento de filósofos e pensadores ao longo da história;
Crítica da história e da política.
Opinião:
"A luta de classes: uma história política e filosófica" é uma obra densa e profunda, que apresenta reflexões importantes sobre a luta de classes ao longo da história. Losurdo traz uma visão crítica da história e da política, destacando a importância do conflito entre classes sociais na formação da sociedade e na luta pela transformação social. O livro é bastante erudito, apresentando reflexões sobre o pensamento de diversos filósofos e pensadores ao longo da história. Recomendo a leitura desta obra para todos que desejam compreender melhor a luta de classes e a importância do conflito social na história e na política.
Por: Romeu Felix.
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Lista de Livros 20/05/2021

Lista de Livros: A luta de classes, de Domenico Losurdo
Parte I:

“A tradição liberal leu a luta de classes em termos reducionistas e vulgarmente economicistas, forçando a dupla conceitual liberdade/igualdade, atribuiu a si mesma o amor ciumento e desinteressado para a liberdade e rotulou seus adversários como almas vulgares e invejosas, movidas apenas por interesses materiais e pela perseguição da igualdade econômica. É uma tradição de pensamento que resulta em Hannah Arendt, segundo a qual Marx seria o teórico da “abdicação da liberdade perante o imperativo da necessidade” e o campeão da tese de que “o escopo da revolução” não seria a “liberdade”, mas somente a “abundância” material. O empenho concreto pela emancipação da mulher e das nações oprimidas, a disponibilidade (no tempo da Guerra de Secessão) para aguentar os mais duros sacrifícios materiais para contribuir a rebentar os grilhões impostos aos afro-americanos, a determinação a abolir junto com a escravidão propriamente dita também a “escravidão moderna” e assalariada, a luta cotidiana contra o “despotismo” dos patrões na fábrica e a legislação tirânica de Bismarck, tudo isso é esquecido por uma interpretação que se distingue mais pela paixão política e ideológica (estamos nos anos da Guerra Fria) do que pelo rigor filológico e filosófico.”
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“Em uma intervenção no dia 14 de junho de 1920, Lenin sintetiza assim a atitude que deve nortear o desenvolvimento da luta de classes revolucionária: ela deve ser dirigida pela “análise concreta da situação concreta, que é a própria essência, a alma viva do marxismo”.”
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https://listadelivros-doney.blogspot.com/2021/01/a-luta-de-classes-uma-historia-politica.html

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Parte II:

“Não é a presumida mudança de paradigma que caracteriza a situação que se configurou a partir da crise e do colapso do “campo socialista”. Aliás, a contraposição entre paradigma da redistribuição (cujo intérprete seria o movimento operário) e paradigma do reconhecimento (que encontraria sua encarnação em primeiro lugar no movimento feminista) é, ao contrário, o sintoma da real mudança ocorrida. Para compreender essa transformação é necessário não perder de vista uma questão sobre a qual chamei atenção diversas vezes. Vários são os sujeitos da luta de classes e multíplices são as lutas pelo reconhecimento e pela emancipação. Não existe uma preestabelecida harmonia entre eles: por razões objetivas e subjetivas, podem intervir incompreensões e lacerações. Os momentos mais altos da história que se originou a partir do Manifesto Comunista foram aqueles nos quais se fugiu da fragmentação, de modo que as diversas lutas confluíram em uma única poderosa onda emancipadora.
Entretanto, mais do que a regra, isso representa a exceção. Não existe luta de classes, por mais progressiva que seja, que não possa ser instrumentalizada pelo poder dominante e que, portanto, não possa ser inserida no âmbito de um projeto global de cunho conservador ou reacionário. Não se trata de um fenômeno novo, mas ele ganhou ênfase e adquiriu um novo valor qualitativo com o desencantamento dos êxitos das revoluções do século XX e com a desorientação teórica que isso originou.”
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https://listadelivros-doney.blogspot.com/2021/01/a-luta-de-classes-uma-historia-politica_30.html

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Parte III:

“Para conseguir uma genuína independência política, um país deve se livrar da pobreza.” (Deng Xiaoping)
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“Na realidade, observamos que Marx configurou a luta de classes como luta pelo reconhecimento, conduzida contra um sistema político-social que desumaniza e reifica uma massa infinita de indivíduos concretos, e denunciou a produção capitalista como “dilapidadora de homens”, responsável por um “‘desperdício’ de vida humana, digno de Timur-Tamerlão”, ou melhor, por um “ininterrupto rito sacrifical contra a classe operária”. Desde que existe o capitalismo, “todos os métodos para aumentar a força produtiva social do trabalho aplicam-se à custa do trabalhador individual; todos os meios para o desenvolvimento da produção se convertem em meios de dominação e exploração do produtor” mais uma vez individual. O que foge a Weil é o fato de que, em consequência da unidade entre homem e natureza e do papel decisivo desenvolvido pelo conhecimento no desenvolvimento das forças produtivas, a dilapidação e o desperdício de vidas humanas são ao mesmo tempo a dilapidação e o desperdício de riqueza material. Destruição capitalista das forças produtivas e destruição capitalista dos recursos humanos estão estritamente entrelaçadas, aliás, tornam-se uma única coisa. “A maior força produtiva” é o proletariado, a “própria classe revolucionária”; obrigar os operários a uma morte precoce em consequência da sobrecarga de trabalho e de uma vida de pobreza significa também desgastar a riqueza social. Para dispor de “material humano sempre pronto para ser explorado”, o capitalismo condena “uma parte da classe operária a um ócio forçado”. É o exército industrial de reserva que, com sua concorrência, permite forçar a parte ocupada da classe operária a uma sobrecarga de trabalho. E, mais uma vez, por um lado tanto o “ócio forçado” como a sobrecarga de trabalho comportam a humilhação e a degradação dos indivíduos concretos, dos homens de carne e osso, por outro lado constituem uma dissipação e uma destruição de recursos materiais. Trata-se de um processo que se manifesta em escala ainda mais ampla em ocasião das recorrentes crises de superprodução.”
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fev 13/01/2021

Eu deveria começar esse comentário com um conselho: se você não tem nenhum tipo de leitura anterior para entender marxismo e luta de classes você pode ficar perdido, como eu. Recomendo leituras prévias do Manifesto Comunista e outras que dê embasamento histórico e filosófico. Assim você ficará menos perdido. rs

Depois do alerta devo dizer que a leitura de A luta de classes me deu muitas repostas e me gerou outras dúvidas. O que para mim já transforma a leitura extramente significante. Losurdo vai fazer um panorama desde o momento em que o Marx e Engles escrevem o Manifesto e até os dias atuais, mas com enfoque principalmente URSS e outro tanto na China.

Losurdo alerta sobre acertos e erros do movimento, interpretações erradas de conceitos. As diferenças entre o socialismo utópico, o realista, a práxis. Analisa o que foi feito depois da revolução de 1917. Como a minha leitura antes de começar Losurdo era extremamente básica, a leitura foi engrandecedora. Não consigo explicar muito aqui, mas acho que é uma leitura importante.

Fica a recomendação para quem quer entender mais da luta de classes e do movimento marxista.
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Dude 14/11/2020

Luta de classes
Livro obrigatório para entender melhor o significado da luta de classes. O autor cita vários momentos históricos, mas não aprofunda neles. É interessante já ter um bom conhecimento de história para compreender melhor as passagens.
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Mr. Matos 19/08/2020

Cansativo porém instrutivo
Ler Losurdo na minha experiência tem sido um pouco frustrante pelo motivo de que geralmente ele é um autor bastante exaltado, mas pela minha percepção é um autor mediano, não me agrada a forma como ele argumenta e expõe o desenvolvimento de seus argumentos históricos até pq ele tente expressar diversas questões em sessões de texto relativamente curtas, isso em um livro relativamente grande (372 páginas de texto) acaba tornando o livro bastante cansativo, porém apesar desse problemas considero esse um livro bastante superior ao "Marxismo Ocidental" do próprio Losurdo, "A luta de classes" parece ser um obra escrita com muito mais calma e pesquisa apesar de ser uma obra um pouco mais antiga, comparada ao marxismo ocidental que parece ter sido escrito as pressas, A luta de classes não sofre do problema de referenciamento e bibliografias, embora os temas históricos sejam repetidos pelo menos no que tange as investigações do século XX houve momentos em que achei que lia o mesmo livro ( talvez isso tenha agravado a sensação de cansaço com a leitura) do capitulo V ao XII aparecem muitas das mesmas questões abordadas na obra sobre o marxismo ocidental ( história da urss, lutas anticoloniais no terceiro mundo, conflito urss x china, críticas aos marxistas ocidentais, a luta contra o imperialismo e a questão da ideologia do "fim da história" e etc)

O melhor momento do livro são mais ou menos as primeiras 150 páginas que compõem os primeiros 4 capítulos que são o elemento propriamente teórico do livro, que expõe o conceito de luta de classes (KlassenKampf) em Marx e Engels e como ele se desenvolve em várias potencialidades de acordo com a situação histórica concreta. O conceito de marx é uma tentativa de esboçar uma "teoria geral" do conflito social, não é uma luta individual de caráter moral, é uma luta política movida por sujeitos sociais pela realização de seus interesses materiais ( no caso do explorador em continuar explorando e o interesse do explorado é acabar com a sua condição de explorado) segundo Gramsci existe um momento ético político na luta de classes que se chama Catarse quando o interesse material da classe trabalhadora se transforma em interesse universalizavel em não apesar se emancipar como trabalhador individual, mas em reconhecer que todo forma de exploração do homem deve ser abolida o momento ético da luta de classes se mostra em uma teoria do reconhecimento da humanidade comum entre aqueles que são objetificados pelas relações sociais.
Nesse sentido a Luta de classes é um Genus um conceito genérico que possue várias espécies sob o qual se manifesta na luta proletária contra as burguesias racionais, nas revoluções republicanas contra o antigo regime, nas lutas nacionais contra o colonialismo- imperialismo, na questão feminina contra as relações sociais de dominação a qual esta submetida "a condição de escravo doméstico" as vezes de forma mais violenta as vezes menos violenta a depender do contexto histórico-social, a luta anti-racista e as lutas antifascistas também são expressões específicas do conceito de luta de classes, porém não é uma questão de estabelecer uma lista essas lutas se atualizam por exemplo dentro da questão nacional, surge uma questão indígena, ou na questão da mulher surge a necessidade de falar da mulher negra ou aliar-se ao movimento lgbt na luta contra a violência do chauvinismo machista. Então pode-se falar até em uma clivagem do sujeito social ( essa é uma adição minha que o Losurdo não poderia pensar devido as suas afinidades stalinistas que consideram a psicanálise uma "ciência burguesa" descartável.) portanto podemos concluir que ainda há relevância teórica para pensar a sociedade contemporânea com a categoria conceitual da luta de classes que na vdd se torna cada vez mais importante por uma de suas especificidades na luta da sociedade civil contra o fascismo como disse Trotsky: a fascistização do Estado significa antes de tudo e sobretudo, destruir as organizações operários reduduzir o proletariado a um estado amorfo, criar um sistema de organismos que penetre profundamente nas massas e esteja destinado a impedir a cristalização independente do proletariado. É precisamente nisto que consiste a essência do regime fascista" como sentenciou Florestan Fernandes durante o golpe civil-militar de 64 "o Brasil é o país da contra revolução preventiva" não esqueçamos que a história se repete duas vezes ja vimos a tragédia hora de acabar com a farça, pelo fim do garimpeiro genocida e seu regime.
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