A Garota da Banda

A Garota da Banda Kim Gordon




Resenhas - A Garota da Banda


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DaniM 05/01/2018

Kim e o marido Thurston Moore formaram o casal mais cool do rock mundial durante 30 anos. A histórias de suas vidas e da sua banda – Sonic Youth – são indissociáveis.
Ainda que você não goste da banda, vai gostar da narrativa de Kim, pois ela teve e tem uma vida incrível e rodeada de gente interessante. Foi amiga de Kurt Cobain, trabalhou com Spike Jonze, Gus Van Saint e outros vários artistas essenciais de nosso tempo.
É um livro-acerto de contas, um livro essencialmente magoado, porém lúcido e maduro, onde ela faz um paralelo entre a fundação/extinção da banda e o começo/fim de seu casamento.
Pra quem, como eu, ama histórias de rock’n’roll, é um entretenimento e tanto.
"Alguem escreveu uma vez que entre as vidas que vivemos e as vidas que desejamos viver fica o lugar em nossas mentes onde a maioria de nós realmente vive"

site: https://www.instagram.com/danimansur/
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AnandaAldridge 25/10/2017

Muito mais que "a garota da banda"
A Kim Gordon foi uma figura que sempre me chamou atenção, seja por ser a única mulher numa banda só de homens, seja pela postura e declarações combativas. Apesar de nunca ter sido fã do Sonic Youth, aquela garota loira com um porte delicado mas agressivo sempre me arrancou grandes lascas de admiração.

Eu, como grande fã de rock e entusiasta da cena, fiquei maluca de ansiedade para ler essa autobiografia, não só para saber mais da vida dela, como para saber como foi todo o processo até ela virar artista - sou bastante curiosa sobre esses relatos -, além do que, todo o contexto social da época é deveras interessante.

A Kim começa falando sobre o último show da história do Sonic Youth que foi no Brasil, no SWU em 2011, continuar com a banda se tornou insustentável devido a separação dela do Thurnston Moore, portanto, dividir o palco com alguém que foi seu companheiro por trinta anos e que por conta de uma traição se tornara um estranho, foi um estorvo, mas um ponto final no capítulo dessa história. Além disso, ela conta ao longo do livro todo o processo que levou o Sonic ao mainstream, das dificuldades, perrengues e força de vontade de fazer um som não comercial atingir um número significativo de pessoas. O livro perpassa vários momentos icônicos como o movimento riot grrrl, a amizade com o nirvana, artistas visuais renomados e cineastas iniciantes como Sofia Coppola, Spike Jonze e Gus Van Sant.

Eu fiz essa leitura paralela com Just Kids da Patti Smith, é muito bom como forma comparativa de narração de história e de perceber semelhanças e diferenças sobre como cada uma lida com questões existenciais e de confrontos subjetivos, além do que, em várias partes as duas falam sobre os mesmos lugares só que em momentos diferentes, como o hotel Chelsea, o Max e o CBGB - no caso, a Patti teve a oportunidade de conhecê-los no auge, a Kim, já pegou a decadência.

Ler sobre essas mulheres me inspira muito e me dá forças para continuar correndo atrás do que eu acredito, de ser eu mesma apesar da balança pender contra e acreditar que mesmo fracassando, eu ainda posso me fazer ser ouvida.
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Isa 19/06/2017

"O que me fez superar foi estar no palco, a liberação visceral de tocar. Barulho e dissonância extremos podem ser algo incrivelmente purificantes. Normalmente, quando tocamos ao vivo, eu me preocupo se o meu amplificador está muito alto ou distorcido, ou se os outros membros da banda estão de mau humor por algum motivo. Mas naquela semana eu não poderia ter me importado menos sobre a altura do meu som ou se eu estava acidentalmente ofuscando Thurston. Fiz o que queria, e foi libertador e doloroso. Doloroso, porque o fim do meu casamento era uma coisa particular, e assistir ao Thurston ostentar sua nova independência na frente do público foi como se alguém esfregasse areia em um corte, e minha simpatia desaparecia a cada cidade, e sendo substituída pela raiva."
"Para mim, se apresentar tem muito a ver com ser destemida..[...] As pessoas pagam para ver os outros acreditarem em si mesmos. Ou seja, quanto maior a chance de você cair em público, maior o valor que a cultura coloca nas coisas que vc faz. Ao contrário, digamos, de um escritor ou um pintor, quando vc está no palco, não pode se esconder de outras pessoas, nem de si mesma."
"Alguém escreveu uma vez que entre as vidas que vivemos e as vidas que desejamos viver fica o lugar em nossas mentes onde a maioria de nós realmente vive."
"Como minha sexualidade crescente parecia chatear e preocupar minha mãe, ela deve ter pensado que estes livros iam me mostrar como não ser. Por volta dessa época, eu tb me lembro dela me dizendo q os meninos podiam gostar das meninas por sua aparência, mas a qualidade do cérebro de uma menina era uma passagem para um relacionamento mais gratificante. Foi um conselho que me causou todos os tipos de neuroses. E que também provou ser errado."
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@moniquebonomini 06/02/2017

Uma carta aos fãs
Chego ao fim deste livro sem ter certeza se ele é bom ou não. Ele está cheio de referências legais que valeram muito a pena, como às que faz as bandas Bikini Kill e Nirvana, e ainda à artistas como a Barbara Krueger, mas toda vez que o relato ficava mais pessoal a autora acabava mais tentando se justificar do que contando os fatos. Talvez com o fim do Sonic Youth ela tenha desejado dar uma satisfação aos fãs. Eu como não sou fã fiquei um pouco indecisa, achei que ela se explicava demais em determinados momentos o que deixou a leitura um pouco cansativa. No geral acho que a leitura vale muito a pena, principalmente pra quem curte música.
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Flavia Fucci 12/01/2017

Que livro maravilhoso. Queria que fosse maior. Eu nem sou uma super fã de Sonic Youth, mas esse livro deveria ser obrigatório pra qualquer fã de música, que cresceu sabendo o nome do casal Moore-Gordon. Um casamento que deu certo também no mundo do rock e que ninguém nunca achou que fosse, um dia, acabar.
O livro é um relato honesto da vida de Kim, o que torna alguma partes um pouco desagradáveis. Ela escreve de uma forma muito direta, sem rodeios e fala o que tem pra falar, mesmo sobre as particularidades do seu divórcio, o que fez que eu tomasse uma antipatia, antes inexistente, por Thurston Moore.
Kim fala sobre sua infância e adolescência na casa dos pais, do convício difícil e abusivo com o irmão esquizofrênico, da sua mudança para Nova York, e como trabalhou duro para sobreviver com muita fluidez. Quando começa falar sobre os primeiros anos da banda, começa a acrescentar mais detalhes na história. Infelizmente ela não escreveu sobre todos os albuns dos Sonic Youth.
Uma coisa que ela continua deixando claro e passando na cara de quem quiser é o quando ela não gosta de Courtney Love, o quanto admirava e gostava de Kurt como pessoa e artista, e cono ela sempre se recorda dele.
Fala muito também sobre sua filha, que parece ser adorada por ela, Coco.
E apesar de ter gostado muito do livro, dois aspectos que achei faltosos, um já tendo sido mencionado, a respeito dos albuns que ficaram de fora e o outro sobre as influências músicais dela. Ela menciona alguma coisas, mas queria que Kim tivesse sido mais detalhista nesse ponto.
Enfim, um livro excelente, vale a pena ser lido.
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Nádia C. 27/12/2016

"Um libelo feminista", pero no mucho
Leia Mais aqui: http://as-virgulas.blogspot.com.br/2016/12/a-garota-da-banda-um-livro-nao-tao.html

Na sua auto-biografia, Kim fala que cresceu na sombra do irmão e como mulher sempre se viu muito submissa à figura masculina. Mesmo sendo líder de uma banda de rock e tendo que enfrentar todo o machismo silencioso - e sobre isso ela fala muito bem - do meio, em suas lembranças notamos que essa convivência com o irmão e o fato de ter crescido sob constante constrangimento dessa figura masculina - sem maior apoio feminino - parece ter ajudado a Kim se tornar tão antipática a algumas figuras femininas que ela relata ao longo do livro

Kim fala muito abertamente o quanto detesta Courtney Love, viúva de Kurt, acusada por uma legião de fãs de ter "matado" o ídolo grunge dos anos 90. Na visão de Kim, Courtney entrou na vida do Kurt para acabar com ele, etc etc, em outros momentos ela sempre está relatando com maus olhos o fato de Courtney ter corrido atrás de alavancar sua carreira, para Kim, o fato de Love ser uma mulher atraente e de iniciativa, aquelas que chega e todos olham, sabe? não parece uma combinação interessante e ela leva isso tudo de forma negativa.

Interpretei ao longo do livro que as mulheres "legais" para Kim, são as submissas, as que sofrem, as coitadas e que passam mais despercebidas. As que tentam se impor não parecem tão legais.

Quem se interessa por Courtney, como eu, sabe que ela é conhecida por ser uma figura polêmica, dizer o que quer, fazer barraco além de não ter a menor vergonha de mostrar sua sensualidade juntamente com o ar rockstar. Kim fala disso como se fosse uma forma de Courtney querer sempre se aproveitar das pessoas e em nenhum momento parece considerar que Kurt já tinha uma personalidade depressiva antes de Courtney. Ela reproduz a ideia de uma mulher ter que salvar um homem, ou a mulher que destruiu a vida do homem pobre coitado, sem considerar também qual a condição mental dos dois antes disso ou se Kurt também não destruiu Courtney igualmente... ela parece estar sempre sendo compreensiva com os homens e somente com eles.

Sobre seu próprio relato do fim de seu casamento com Thurston Moore, também foi pra mim uma grande decepção. Thurston traiu Kim, ela rasga o véu do segredo quanto a isso e vai contando como se deteriorou o casamento que era exemplo de amor e companheirismo para os fãs da banda. Porém Kim fala de uma visãoo novamente compassiva com Thurston; ela se refere a amante como "a mulher" o tempo todo e simplesmente "faz a caveira" dela. Pra não virar muito comentarista de programa sobre vida de famoso, não quero me ater a falar o que é culpa de quem em traição. Mas esse detalhe me incomodou bastante, Kim chega a dizer que "a mulher" transformou Thurston em um mentiroso e mais a frente fala ter compaixão dele por ele ter pedido a família.
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Bia 24/12/2016

Rock'n Roll artístico
Muito bom!
Kim Gordon compartilha suas memórias de forma dinâmica, como se você estivesse conversando com uma amiga. O livro é inspirador, dá vontade de ir e tocar uma guitarra, principalmente se você for uma mulher e achar que não é boa o suficiente pra isso.
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Tathy Terto 04/12/2016

A vida por trás da garota da banda
Kim Gordon traz para nós os bastidores dos anos mais agitados do rock, e mais além. Com relatos sobre sua infância, juventude e vida adulta ela nos mostra que ser artista quer dizer passar pelas mesmas situações que qualquer um, e outras nem tanto. Para um amante do gênero musical e da arte é um "prato" cheio de referências especiais a diversos (e pode acrescentar muitos aí) músicos, artistas, cineastas, entre tantos outros, como o próprio capítulo que diz sobre Kurt Cobain.

"Como artista, Kurt Cobain era incrívelmente carismático e extremamente contraditório."

Por outro lado, Kim também traz boas reflexões e detalhes a respeito de coisas atuais, como o feminismo, além de bem simplificadas formas de ver a vida.

" Culturalmente, nós não permitimos que as mulheres sejam tão livres como elas gostariam, porque isso é assustador. "

"Eu sabia uma coisa: eu não conseguiria descobrir quem eu realmente era até que deixasse L.A e a minha família."

Com capítulos dedicados a mostrar o processo de criação de várias músicas, e períodos marcantes de sua vida, A garota da banda, é um ótimo livro para conhecer o outro lado do rock, e ainda mais que isso: outro lado, o mais pessoal de Kim Gordon.
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RayLima 06/11/2016

Se eu já era fã dessa mulher por tudo que ela representa para o rock underground e para as mulheres nesse meio tão masculino. Aprendi a amá-la ainda mais ao conhecer a sua história, trajetória pessoal e formação como ser humano. Kim Gordon escreve de forma honesta e não faz questão de mascarar suas vulnerabilidades e defeitos. Ela consegue atingir o seu objetivo de quebrar a imagem de "super-mulher" que ela construiu em torno de si mesma em sua carreira com o Sonic Youth. Kim mostra que sua força não está nessa imagem, mas exatamente na sua sensibilidade. Conhecer os bastidores do Sonic Youth através de suas memórias, entender os conceitos e as referências para cada álbum, as motivações para as músicas é uma experiência incrível para qualquer fã da banda. E você vai passar a ouvir as músicas de outra forma depois ler esse livro. A leitura flui tão bem que quando eu estava perto do fim fiquei triste, pois queria ler mais. Valeu muito a pena cada segundo gasto.
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Renata (@renatac.arruda) 25/06/2016

arte, relacionamento e o lugar em que as mulheres ocupam
"A obra não foi intitulada de 'A garota da banda' - referência retirada dos versos de 'Sacred Trickster' -, apenas por Kim ser uma mulher em um universo considerado masculino. A condição feminina é um assunto importante para ela, que a todo momento revela situações de sexismo envolvendo a si mesma ou a outras mulheres que passaram por sua vida, e ainda faz reflexões a respeito do lugar em que as mulheres em geral ocupam no mundo. A primeira de todas é, obviamente, sua mãe que, para ela, sempre deixou a impressão de que queria ter tido a oportunidade de fazer mais de sua vida. Na passagem em que conta sobre como Dan Graham a incentivou a escrever artigos e contribuir para o diálogo cultural, ela não o poupa da seguinte observação: "Na época, o próprio Dan estava escrevendo artigos sobre grupos femininos e saindo por aí fazendo declarações autoritárias sobre o feminismo. Como a maioria dos homens, ele era apenas um grande fã da sexualidade feminina". Qualquer semelhança com os chamados feministos de hoje, não é mera coincidência."

Leia a resenha completa no Prosa Espontânea: http://prosaespontanea.blogspot.com.br/2016/06/a-garota-da-banda-uma-autobiografia-kim.html
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hanny.saraiva 13/05/2016

"Eu acho que, em algum nível, nós sabemos o tipo de pessoa que vamos ser na vida"(KIM GORDON)
Esse livro casa com o da Amanda Palmer "A arte de pedir". Talvez porque temos duas mulheres do rock seguindo em meio a um meio masculino e paternalista e elas querendo apenas ser, fluir. É uma boa leitura, principalmente para que mais meninas do rock possam experimentar. É um livro diário. Eu na verdade daria três estrelas e meia, mas não existe essa opção. A moça que vemos no Sonic Youth tem uma história de dor e tentativas, como qualquer moça. A mensagem talvez seja o exemplo.

Citações preferidas:
"The days we spend go on and on"
"Quando estou completamente focada no palco, tenho a sensação de estar em um espaço confinado, um brilho de sensualidade autoconfiante e alegre. Me sinto como se não tivesse corpo, também, toda a elegância da leveza sem fazer nenhum esforço. A necessidade de ser uma mulher ali nunca passou pela minha cabeça até a gente assinar com a Geffen."
"Quando você ouve discos antigos de R&B, as mulheres neles cantam de um jeito muito intenso, mandando ver. Em geral, porém, as mulheres não têm a permissão para mandar ver. É como a famosa distinção entre arte e artesanato: arte é desequilíbrio, é ultrapassar limites, é uma coisa masculina. Artesanato é controle, é delicadeza, é para as mulheres. Culturalmente, nós não permitimos que as mulheres sejam tão livres como elas gostariam porque isso é assustador."
"Nós ou rejeitamos essas mulheres ou as consideramos loucas. Cantoras que tentam ir além, que forçam a barra, tendem a não durar muito. Elas são fugazes, efêmeras, meteóricas: Janis Joplin, Billie Holiday. Mas ser a mulher que ultrapassa os limites significa que você também traz aspectos menos desejáveis de si mesma. No final do dia, é esperado que as mulheres sustentem o mundo, não que o aniquilem."
"Naquela época, e mesmo hoje, eu me pergunto: eu sou 'empoderada'? Se você precisa esconder sua hipersensibilidade, você é realmente uma 'mulher forte'? Às vezes, uma outra voz entra na minha cabeça, espantando esses pensamentos. Esta me diz que a única performance realmente boa é aquela em que você se torna vulnerável ao ir além da sua zona de conforto familiar. Eu comparo isso a ter um sonho intenso, hiperreal, em que você salta de um penhasco, mas não morre."
"Aldo Rossi, (...) acreditava que as cidades nunca abandonam suas histórias, que elas preservam os fantasmas de seu passado através do tempo."
"Pessoalmente, eu gosto quando as coisas desabam - isso é o verdadeiro entretenimento, desconstruído."
"Eu podia girar tão rápido que tudo ficava borrado, as luzes e os sons colidindo e se despedaçando ao mesmo tempo. Esse é um momento em que você perde toda a noção do seu corpo e se sente completamente carregada pela música, um momento que faz todo o trabalho, o cansaço e o tédio de excursionar valer a pena."
"Bandas são a família disfuncional definitiva."
"Houve outros, é claro - Velvet Underground, The doors - que correram riscos nos anos 1960, quando ninguém sabia para onde tudo estava indo. Antes deles, houve a Geração Beat e antes dos Beats, os artistas de vanguarda, os futuristas, o Fluxus e antes disso, o blues, a música outsider, um luto pelo que se espera, mas nunca vai acontecer, então por que não dançar e tocar e esquecer por alguns instantes que estamos todos sozinhos, no fim das contas?"
Drica 29/09/2016minha estante
Vi a palestra da Amanda Palmer no TED, não sabia que tinha um livro sobre o tema. Vou procurar.




none 13/03/2016

Muito bom, embora resumido demais
Eu era fã da banda que ela integrou, o Sonic Youth entrou na minha vida quando assisti pela MTV o clipe que fizeram em homenagem aos Carpenters, era uma banda diferente porque tinha uma mulher e só por isso valia a pena assistir, comprar seus CDs, admirá-los. Não é uma banda para todos os gostos, ainda bem, tem seus defeitos, barulhos demais, gritos, músicas simples, ou incompreensíveis. A Kim mesmo cantou ''Hey tradutor, você não pode me pegar'', em Ineffable me. Gostava dela quando cantava as músicas mais melódicas, menos violentas. Bom, queria que o livro pelo menos mostrasse bastidores de todos os álbuns, faltou New York City Ghosts and Flowers, que foi um álbum importante, a autora merece o nosso reconhecimento, no entanto, porque ela não é escritora profissional, houve saltos no tempo, Steve Shelley nem estava na banda e ela começa a falar sobre ele, depois volta ao passado. Ela guarda muitas mágoas com os homens e com toda razão. Teve um irmão esquizofrênico, um marido traidor. Eu via Thurston Moore como um exemplo, não imaginava que ele podia trair ''a garota da banda'', que era magnífica só por estar viva em um ambiente tipicamente masculino. Os detalhes da separação poderiam ser poupados. Patti Smith quando escreveu Só Garotos, mostrou seus relacionamentos intensos de uma forma sucinta e digna, sem sensacionalismos. Mas Patti é escritora, poeta, Kim é mais visual, artista plástica, Ice woman, a mulher de gelo do punk rock. Amiga de Kurt Cobain, baixista, guitarrista, cantora, mãe. E muito fofa.
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Ana Rodrigues 03/01/2016

O livro é uma mistura, nem sempre agradável, nem sempre legível, entre a história da pessoa Kim Gordon e da persona que ela criou para estar no Sonic Youth. Ela mesmo admite em trechos do livro que criou a máscara de pessoa forte e inatingível para si e que gostaria que o livro eliminasse isso - o que dificilmente acontece.
Mesmo quando Gordon relata fatos e momentos que deveriam ser emocionantes e dramáticos, há um distanciamento que fragiliza a conexão do leitor com essa relato que deveria ser tão visceral quanto as músicas do Sonic Youth. Um dos poucos momentos em que esse contato realmente se estabelece é quando Kim se permite falar de Kurt Cobain e Courtney Love, além do relato dramático - mas desconexo e picotado - do fim do seu relacionamento com Thurston Moore, co-fundador do SY e seu companheiro por quase 30 anos.
Porém, quem se interessa pela música não-mainstream estadunidense das décadas de 1990 e 1990, principalmente das origens e relações entre o new wave, punk rock, grunge e indie, tem um prato cheio nas memórias de Kim Gordon, principalmente na segunda parte do livro. A primeira parte, voltada mais especificamente para a infância, a adolescência e o começo da juventude da artista, mereceria um livro a parte, mais aprofundado.
É um livro, apesar da sua narrativa nem sempre coesa, nem sempre fluida, indispensável para quem cresceu sendo influenciado tanto pelo SY como pelas bandas que surgiram depois.
Drica 29/09/2016minha estante
Em alguns momentos esse distanciamento chega a dar raiva, deixando a impressão de um ar meio blasè; quem é fã sabe que não é bem isso, mas... Concordo plenamente com tua resenha, pra quem se interessa pela música daquele período, vale a pena.




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