Catrine Vieira 29/03/2017
Esse é um livro repleto de romance, mas com algumas boas doses de mistérios e suspense, e que traz personagens muito marcantes,;
Evangeline é CEO de uma das maiores empresas de marketing dos Estados Unidos, a Howell’s. Sua próxima meta é conquistar a parceria com o grupo D’Angelo, que está prestes a abrir sua primeira filial em Nova Iorque. Essa parceria seria muito importante para sua empresa, por se tratar de uma multinacional, então, ela não mede esforços.
Os sócios de sua empresa não acham que ela seja capaz de conseguir contrato com uma empresa de tão grande porte – principalmente sendo mulher – , e até tentam desmotivá-la. Ainda assim, ela acredita no que está fazendo e sabe que essa parceria será um passo e tanto para a Howell’s.
Logo, a empresaria consegue uma reunião com o presidente da D’Angelo e segue para Barcelona. Porém, um dia antes da tão aguardada reunião, Evangeline se depara com um espanhol de olhos azuis e pele bronzeada no elevador do prédio em que está. Ela sente-se bastante atraída por ele. Com motivos!!! Contudo, apenas fisicamente, pois com o papo que eles têm ali, ela já o considera o tipo de cara que fica melhor à certa distancia. Um mulherengo, daqueles que acreditam que nenhuma mulher consegue resistir aos seus charmes. Entretanto, seu julgamento é justificado por seu passado. Após o ocorrido há 7 anos, ela nunca mais foi a mesma, principalmente com relação aos homens.
“— Foi um prazer, Americana intrépida. — sussurrou com um sorriso complacente.
— Igualmente, Espanhol arrogante — retribuí com um sorriso sarcástico, sustentando seu olhar até que as portas finalmente se fechassem.”
No dia seguinte, o ponto de vista é passado para Guilhermino, o espanhol, sem importância até este momento.
Ele segue para a reunião com o tal empresário americano que veio tratar sobre a parceria com a D’Angelo. Tudo estava pronto, os documentos já haviam sido revisados, exceto os do americano, pois não dera tempo. Pouco antes da reunião, ele descobre que, na verdade, era “a” CEO, e não “o”, como ele imaginava.
Simmmm! Os destinos se cruzam novamente... E, graças aos negócios, vão continuar se cruzando. Com a convivência profissional, os dois vão se conhecendo melhor, inclusive, Evangeline passa a ver que ela não estava completamente certa sobre ele. Nem ele sobre ela.
“[...] isso surtira grande efeito em mim. Porque, pela primeira vez em minha vida, eu achara uma mulher a quem admirasse de verdade, apenas pelo que ela era, pela força, confiança e determinação que exalava.”
O primeiro volume de Italiano Espanhol foi um livro que me agradou bastante e até me surpreendeu. Confesso que, após eu ler os primeiros capítulos, comecei a pensar que ele não seria tão bom quanto imaginava.
Inicialmente, principalmente por conta daquele encontrão no elevador, pensei que o livro seria um clichêzão sem graça. Apesar de amar clichês, parecia que iria ser uma história sem empolgação e apenas “mais um”. Porém, com o decorrer da leitura, a trama começou a criar forma e eu percebi que aquele era apenas o começo.
Um ponto bastante positivo no livro é a parte policial da história. O passado de Evy começa atormentá-la novamente, trazendo junto consigo bastante suspense e mistério para a trama, tornando-a ainda mais envolvente.
“Eu sei o que aconteceu sete anos atrás.”
Outro ponto que contribuiu para que eu tivesse uma experiência bem positiva com a obra foi a personalidade da protagonista, Evangeline. É bastante raro nos livros o gênero as mulheres serem representadas com personalidade forte, mas não foi essa o caso em Italiano Espanhol. Evangeline, mesmo com alguns problemas do passado voltando à tona, é uma mulher que possui personalidade muito forte. Ela é bastante espirituosa, muito dedicada ao seu trabalho e cheia de atitude.
Guilhermino também não deixa muito a desejar. Apesar de ser mesmo o mulherengo que mostra ser no início, ele é mais que isso. O italiano espanhol também era carinhoso, divertido, educado, gentil e um ótimo chef de cozinha.
“— Quando parou de seguir suas próprias regras, Guilhermo?
Girei a garrafa sobre a mesa enquanto tentava encontrar uma resposta para sua pergunta. O que fiz na verdade foi recordar nossos primeiros encontros.
— Quando ela me chamou de espanhol convencido. — concluí ao lembrar da primeira vez que discutimos.”
Não é um problema para mim, mas como há muitos leitores que consideram isso algo ruim, creio que seja bom ressaltar que a autora quase não usa palavras chulas em sua narrativa, nem mesmo nas cenas mais quentes. Há até certa brincadeira quanto a isso na própria história.
Os últimos capítulos de Italiano Espanhol são emocionantes, e o final está de tira o fôlego do leitor. Impossível não terminar a leitura e querer partir para a sequencia logo em seguida.
Enfim, gostei bastante de Italiano Espanhol. Essa foi minha primeira experiência com a escrita da Mary e achei sua escrita ótima – envolvente e bastante fluída. Esse é um livro repleto de romance, mas com algumas boas doses de mistérios e suspense, que traz personagens marcantes, e que trata sobre a confiança, no outro e em si mesmo.
Indico o livro o principalmente para os fãs de romances e romances policiais. :)
“— Diferentemente deles, você não tem motivos para continuar nessa. — respondi. — Daniel é meu irmão, David é meu melhor amigo, quase irmão... E você... —Interrompi-me.
O que Guilhermo é para mim?
— Eu o quê?
— Você não tem motivos. — Limitei-me apenas a isso.
Segundos se passaram e Guilhermo continuou em silêncio. Com delicadeza e cuidado, ele me trouxe para seu colo e seus braços me envolveram em um abraço. Com os lábios próximos ao meu ouvido, ele concluiu:
— Você não pode afirmar nada por mim.”
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