Diário de Bitita

Diário de Bitita Carolina Maria de Jesus




Resenhas - Diário de Bitita


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fbragga 19/03/2023

Um soco no estômago
Segundo contato com Carolina Maria de Jesus, ao final vem as reflexões do quanto a história do Brasil é vergonhosa, isso por conta do racismo que ainda continua assombroso, além disso, angustiante acompanhar a escrita de uma mulher que sofreu tanto e queria apenas o seu pedaço de terra, ter uma vida digna e feliz, algo que deveria ser o básico para todas as pessoas.
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Jaquelline 13/01/2023

Impossível ler esse livro e não lamentar profundamente pela forma que o povo preto era desprezado! (E em pleno 2023 isso ainda ser tão explícito).
Em diversos trechos eu tive que fazer uma pausa, pois sentia uma náusea inexplicável. A forma como a autora descreve suas vivências me fez refletir quantas e quantas pessoas não passaram pela mesma situação e pensar que ainda há pessoas que se julgam no direito de se acharem superiores!
Após conhecer um pouco mais da vida pessoal da Carolina Maria de Jesus eu afirmo veementemente que se tornou uma das minhas autoras favoritas! Que mulher!

Uma delícia de leitura, estou ansiosa pra as demais obras desta brilhante escritora brasileira!
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Lud 21/12/2022

Que vida dura que teve a Carolina Maria de Jesus! Desde nova, passou por muitos perrengues, muitas dificuldades. Este livro é um retrato claro de como a vida de uma pessoa negra e pobre tem muito mais obstáculos do que a grande maioria dos brancos. Por isso mesmo acho uma leitura importante, justamente pra enxergarmos nosso privilégio e termos contato com vivências tão diferentes das nossas. É um exercício de empatia e humanidade. O começo do livro, que mostra os pensamentos questionadores da autora quando criança, é muito bom!
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Lorena 01/05/2019

Relatos de sobrevivência em ambiente hostil

Carolina Maria de Jesus viveu.

Como Bitita sobreviveu a tanta adversidade, hostilidade, descaso e injustiça?
Mistério. Carolina Maria de Jesus (que nome lindo!) não é só uma negra inteligente, ela é uma fortaleza, uma força da natureza, imparável, incansável, um rio de corredeiras caudalosas preenchendo e rebentando todos os espaços por onde passou.
Ainda assim não consigo deixar de sentir pesar por todo o mal que o mundo lhe infringiu.

Carolina Maria de Jesus é nossa Frida Kahlo.

Mulher, negra, alquebrada, livre e linda.
Descanse em paz, Bitita.
Que a memória de você permaneça sempre viva.

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Delirium Nerd 05/10/2019

A infância de Carolina de Jesus em um Brasil pós-abolição
O livro “Diário de Bitita” trata da infância, adolescência e início da vida adulta de Carolina Maria de Jesus, autora de “Quarto de despejo: diário de uma favelada”. O livro póstumo da autora foi lançado pela primeira vez na França, em 1982, com o título “Journal de Bitita”, e essa edição mais recente foi lançada pela SESI-SP Editora.

Antes de morrer, Carolina entregou dois cadernos com os manuscritos do livro para uma jornalista brasileira chamada Clélia Pisa. Posteriormente, o livro foi publicado no Brasil muito tempo depois da morte da autora.

Em 2019, Carolina de Jesus completaria 105 anos. Nascida em 14 de março de 1914, ela faleceu em 13 de fevereiro de 1977 aos 63 anos, ainda com textos inéditos a serem publicados. Conhecida mundialmente por seu livro “Quarto de despejo: diário de uma favelada“, lançado pela primeira vez em 1960, ela registrou as impressões de sua infância com um olhar infantil e ao mesmo tempo crítico para o Brasil da época, no que viria se tornar o seu livro “Diário de Bitita“.

Racismo, machismo, pobreza e imigração são alguns dos temas do livro tratados pelo olhar de uma criança inteligente e espevitada, que aprendeu a ler no pouco tempo em que passou na escola. Bem como, Carolina foi uma das poucas pessoas negras que sabia ler na sua família.

Bitita, como era conhecida na infância por sua família e amigos, só ouviu o seu nome completo pela primeira vez quando começou a frequentar a escola, algo raro para as crianças negras da época. Então com quatro anos a pequena Bitita já atormentava a sua mãe com perguntas que ela não podia responder.

Apesar da abolição da escravidão ter acontecido em 1988, os vestígios desse longo período de sofrimento e descaso para o povo negro ainda eram fortes e presentes na década de 1920 e na mentalidade da sociedade. Nascida e criada no interior de São Paulo, as narrativas e observações de Bitita servem como um retrato da época, onde somos transportadas para uma sociedade que ainda tratava a população negra como escravos e inferiores. Assim, é interessante notar os paralelos com a nossa sociedade contemporânea em diversos aspectos apresentados no livro.

Como não houve reparação para os escravizados, que foram deixados a própria sorte, muitos continuaram nas fazendas ou foram atrás de empregos nas cidades, mas ainda assim a população vivia em extrema pobreza. Enquanto isso, os imigrantes recebiam terras e incentivos para prosperarem no país.

A sociedade, na época de Carolina de Jesus, ainda era agrícola e as oportunidades de emprego eram voltadas para o campo, onde eram explorados pelos patrões, ou nas casas das famílias ricas, onde eram alvos de preconceitos e maus-tratos.

A constante busca por emprego e alguma forma de sobrevivência são assuntos recorrentes no livro. Carolina de Jesus narra as desventuras de sua mãe e – posteriormente – de si mesma, passando de lugar em lugar em busca de algo que lhe seja bom e que pague de forma decente o seu esforço. Sofrendo explorações e humilhações de patrões, que agem como se ainda fossem senhores de escravos, eles se recusam a acolher Bitita quando ela fica enferma e não consegue trabalhar.

Tais sofrimentos da vida de quem é negro e pobre, é narrado pelos olhos de uma jovem que, apesar de todo o peso que carrega, encontra nos livros e na voracidade literária de qualquer coisa que apareça, uma forma de se elevar perante a sociedade que a oprime.

As questões do povo negro também são tratadas no livro, como os relacionamentos interraciais, que eram vistos como uma forma de integração na sociedade, principalmente pelos homens negros. A falta de perspectiva dessa população que não teve nenhum tipo de política de integração, assim como as violências perpetradas pelas autoridades e o racismo explícito – além da violência sexual sofrida pelas mulheres negras – são narrados de maneira quase didática.

Portanto, cada capítulo do livro de Carolina de Jesus é um pedaço da sociedade que vai se encaixando aos poucos e se transforma no Brasil da época, refletido nos problemas atuais; tudo isso usando a família e as experiências pelas quais a jovem Bitita e – futuramente – Carolina Maria de Jesus passa.

Para além dos relatos da infância da autora, “Diário de Bitita” é a visão de uma mulher negra, pobre e desfavorecida de uma sociedade que falhou com ela e com seus iguais de diversas formas. E essa mesma sociedade, mais tarde, cobrou deles um preço que lhes custou a vida em trabalhos que possibilitavam apenas a sua sobrevivência.

Por fim, a jovem Bitita é a representação de que, quando as pessoas têm acesso ao conhecimento, todo um novo mundo de questionamentos e possibilidades se abre. Dessa forma, permite que se possa sonhar e buscar algo melhor, assim como questionar a sociedade em que se vive e partir em busca de uma mudança.

Resenha completa no link abaixo:

site: https://deliriumnerd.com/2019/09/04/diario-de-bitita-a-infancia-de-carolina-maria-de-jesus/
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Orochi Fábio 24/11/2019

Barra pesadíssima!
Livro que comenta os primeiros anos de vida da autora, lançado postumamente, nos expõe sem floreios e em primeira pessoa, os inacreditáveis sofrimentos que Bitita (seu apelido na infância) teve de suportar durante TODA a sua vida extremamente difícil...quem leu Quarto de Despejo, sabe o que quero dizer...
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melmelcaiudoceu 29/03/2022

A realidade é terrível
Diário de Bitita é mais que um tapa na cara. É um avalanche, um terremoto pronto pra destruir tudo.
A história é sobre Carolina Maria de Jesus na infância, mostrando a visão infantil que tinha do mundo. Mas logo nas primeiras páginas do livro, descobrimos que é uma leitura totalmente impactante, com situações de revirar o estômago.
O livro evidência o racismo (levantando também questões sobre colorismo), a pobreza, a prostituição (inclusive a infantil), analfabetismo e a sociedade pós-abolição da escravidão, que ainda carrega pesados preconceitos. Tudo isso sempre sendo relacionado com a influência do Brasil, enquanto colônia portuguesa e do recém formado Brasil República.
Posso estar errado, mas percebi que depois que a Carolina entra para a escola e é alfabetizada, também enquanto ela cresce, a escrita do livro muda sutilmente, usando palavras e fazendo análises mais complexas da realidade.
Ela é genial. É uma leitura que recomendo à todos.
Segue alguns trechos que me impactaram:

"Quando nós, os sobrinhos pretos, íamos visitá-la, não tínhamos o direito de entrar. Casa de mulato, o negro não entra."
"O meu avô retirou a cinta da cintura e espancou-a"

"Ela trabalhava nas casas familiares, e nas casas das meretrizes, e levava-me. Eu presenciava aquelas cenas pornográficas das mulheres com os homens."

"Com as dificuldades que os pais encontravam para viver, porque a pobreza era a sua redoma funesta, alguns pais, incientes, obrigavam suas filhas a ser meretrizes. Visando enriquecer por intermédio das filhas, jovens desnutridas"

"Eram filhos dos colonos e trabalhavam para os portugueses. O Brasil era a segunda edição de Portugal. Não tinha estilo próprio.
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olv.thayla 19/02/2022

extraordinário!!
ler carolina é sempre uma experiência e tanto! quarto de bitita, em especial, me chamou muita atenção pelo ar de conto que ela dá às suas narrativas. a forma como carolina descreve sua visão de mundo e posicionamentos assumidos enquanto ainda era uma criança é surpreendentemente fantástico!
é uma leitura que gera revolta e toca em feridas, mas também é um livro que faz sorrir. simplesmente perfeito!
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Eliete 24/01/2022

Vida de humilhação e desprezos
Sem palavras para descrever a vida da Carolina de Jesus, uma vida de humilhações constantes, pobreza, miséria, falta de comida, desesperança, que foi retratada com todas as suas nuances.
A leitura é de suma importância para tentarmos entender uma parte da nossa história, história desse país que foi estruturado sobre a escravidão e exploração humana.
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Nelissa 26/04/2020

Leitura que complementa bem o livro ?Quarto de Despejo?, por meio de o ?Diário de Bitita? dá pra aprofundar mais na vida de Carolina, sob um olhar autobiográfico, desde a sua infância até o momento que resolve mudar-se para SP. É um livro repleto de exemplos de situações racistas que são importantes para refletirmos e entendermos, pelo menos em parte, a importância de adotar uma postura antirracista atualmente, pois são fatos que facilmente ainda presenciamos nos dias atuais. É um bom livro, mas que mexe muito com a gente, por diversas vezes fiquei profundamente triste e sem acreditar na capacidade humana de ser tão cruel. Enfim, recomendo! Carolina é uma escritora fundamental.
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