O Circuito dos Afetos

O Circuito dos Afetos Vladimir Safatle




Resenhas - O Circuito dos Afetos


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Tathy 14/12/2023

Muito mais sobre política
O livro é muito mais sobre filosofia política que sobre metafísica. Isso foi ligeiramente decepcionante.
Embora seja um bom livro, que auxilia no entendimento de muitas questões políticas, não era bem o que eu precisava.
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Diego 19/07/2022

Por uma teoria político-filosófica do desamparo
O autor propõe uma nova filosofia política baseada no desamparo como afeto a produzir sujeitos. Sainda da análise de Hobbes (e o medo como afeto principal na relação entre Estado e sociedade), Safatle disserta como o desamparo pode ser este outro afeto -- onde teríamos que lidar com nossas pulsões de morte (na concepção freudiana) e assim nos abrirmos para uma real transformação.
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Mila 04/04/2022

Ao compreender que a sociedade não vive só de leis e regras, mas também por essa rede de afetos, o autor indaga o sentido da política no mundo contemporâneo, suscitando uma importante reflexão sobre a polarização que vivemos hoje. Um livro imprescindível para tratar das questões do sujeito na contemporaneidade.
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Cris 01/08/2020

Afetos (im)possíveis
Fico pensando em maneiras de conseguir trazer à tona todas as discussões deste livro. É uma leitura densa, mas ao mesmo tempo poética, certeira e que nos coloca de frente aos nossos maiores hiatos: política, afetos, pólis, representações, identidade, esperança e medo, etc. Trago aqui estes temas como hiatos, justamente porque ao longo da leitura vai-se percebendo que existem inúmeras (im)possibilidades que emergem dos modos pelo qual circulam os afetos políticos e que nos subjetivam e singularizam no plano individual e coletivo. Safatle traz um denso arcabouço teórico, passando por Hobbes, Hegel, Marx, Lacan, Guattari, Honneth e outros, o que torna o debate da obra conciso e por vezes cansativo - mas não desista, cada palavra e cada parágrafo vai tomando forma e reverberando alguns sentidos conforme se avança na leitura. Este livro mudou totalmente minha trajetória pessoal, acadêmica e profissional, me sacudiu e me fez compreender o lugar do corpo como ente coletivo e político, marcado por processos históricos, pela cultura e que é arrastado pelo socius a todo tempo para uma trincheira de lutas.
Douglas 19/09/2020minha estante
Concordo com vc. A digestão leva tempo.


Samuel 14/11/2020minha estante
Adorei a sua resenha! já to curioso pra ler este livro ??




PH 09/06/2017

Um livro manifesto
Esse não é um livro que toca apenas em questões teóricas. De certa forma, Safatle está incomodado com os horizontes políticos da nossa sociedade e certa incapacidade de trabalhar efetivamente questões do contemporâneo a partir de uma perspectiva prática. Para elaborar tal plano de ação ele primeiramente nos coloca diante do nosso cenário ideológico, com o medo sendo entendido como afeto primordial de gerenciamento de massas. O autor utiliza então Hobbes para começar a pensar como o medo se impõe dentro do espectro político e propõe o "desamparo" como uma espécie de afeto substituto, um afeto que, apesar de à primeira vista parecer triste, na verdade seria absolutamente positivo, no sentido de abrir possibilidades de desenvolvimento que fujam para uma lógica de determinação neoliberal já posta.

A segunda parte do livro trabalha com Hegel e Marx de forma mais aprofundada, usando os teóricos para se pensar uma perspectiva de temporalidade que não exclui o campo do impossível, pelo contrário, encontra nessa perspectiva a dimensão do aberto em que transformações se impõem e podem de fato ocorrer. É só através de uma temporalidade revisitada que o sujeito contemporâneo pode enfim produzir significantes novos para movimentar-se de fato dentro do tecido social.

Na última parte do livro Safatle fala sobre a teoria de reconhecimento proposta por Honneth. A ideia é criticar tal tradição político-teórica que trabalha com o reconhecimento como condição de emancipação. Honneth seria insuficiente por abordar o conceito a partir de um viés limitado, que delimita deliberadamente a discussão do reconhecimento dentro de um horizonte Winnicottiano que trabalha a relação mãe-bebê como ideal e lugar fundamental de segurança, mas sem mencionar as questões propriamente angustiantes dessa relação intersubjetiva, permeada por movimentos de despossessão e inconformidade do bebê em relação à normatividade imposta pela mãe. O reconhecimento de Honneth é muito paradisíaco, e Safatle propõe assim um resgate da lógica lacaniana de reconhecimento para propor soluções para esse impasse teórico.

A partir daí, Canguilhem é trabalhado no intuito de operar reflexões sobre uma filosofia que se ocupe da vida e consequentemente do corpo político dos sujeitos. Não existe política sem corpo e esse resgate seria interessante para desvincular essa instância de uma perspectiva biopolítica nos moldes estritamente foucaultianos, determinados estruturalmente por uma lógica normativa de (des)subjetivações.
André 09/06/2017minha estante
Winnicott, que surpresa! Seria uma crítica a estrutura de reconhecimento que não leva em conta a ambivalência do desamparo (hilflosigkeit)?


PH 10/06/2017minha estante
Basicamente. O Honneth, na visão do Safatle, é muito ingênuo na teoria do reconhecimento que cria pra dar conta das dinâmicas sociais. O maior problema é que ele cria a teoria se apoiando em Winnicott, mas aborda só um aspecto da obra do Donald, a saber, a que ele fala dos aspectos positivos da relação mãe-bebê. Contudo, o Safatle mesmo mostra que já em Winnicott essa relação dual é também fonte de angústia... Meio que o Honneth tira de campo deliberadamente essas questões pra tentar deixar a teoria dele mais coerente... Mas não adianta.


Douglas 19/09/2020minha estante
Excelente resenha. Livro difícil, mas extremamente importante pro debate político atual.




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