Fer - Mato Por Livros 04/01/2016Após uma carta misteriosa chegar a suas mãos Anne revive um passado muito distante. Um passado que deixou muitas dores e dúvidas pelo caminho. Abalada por essa carta Anne decide contar a sua neta toda a história daquela época.
Em meio á segunda guerra mundial Anne pode dizer que tem uma vida boa, cômoda e até feliz. Mas bem no fundo ela sabe que falta algo. Seu coração não parece preenchido como deveria estar.
Anne tem uma melhor amiga que está sempre com ela, Kitty.
Kitty é impulsiva, vivaz e não importa em se arriscar para viver um grande amor.
A mãe de Anne só se importa com bailes, desfiles e com a opinião da sociedade. Nela Anne não encontra uma grande amiga. É com seu pai que ela consegue encontrar um pouco mais de carinho e em seu noivo Gerard Godfrey, o melhor partido que sua mãe poderia querer.
Gerard é um homem bom, atencioso, gentil e ama Anne com todas as suas forças. Por que será então que ela sente que ainda falta algo? Por que algumas dúvidas insistem em permear sua mente e coração?
É Kitty e Maxine - que é como se fosse uma “babá” de Anne e por quem ela tem imenso carinho que a fazem pensar em todas as suas dúvidas e a decidir que caminho seguir.
Quando Kitty avisa que irá partir para ajudar na guerra como enfermeira, Anne vê ali sua grande chance de ter um pouco mais de tempo até que possa entender o que é melhor para sua vida. Apesar de acreditar que irá partir apenas para acompanhar sua amiga.
Então elas partem rumo a uma ilha no Pacífico Sul. O que elas não esperavam era que a ilha iria mudar suas vidas drasticamente e para sempre.
Anne conhece Westry e juntos eles irão viver um doce amor. Amor esse vivido e guardado em segredo por um misterioso bangalô.
Mas apesar da distancia Anne sabe que sua vida fora daquela ilha ainda a aguarda.
As cartas que chegam deixam-na ainda mais angustiada sobre que rumo sua vida irá tomar quando chegar o fim de seu trabalho na ilha.
“Nunca se pode desempenhar um papel na vida, especialmente no amor.”
Como se não fosse suficiente tudo o que Anne precisa encarar ela ainda por cima testemunha um assassinato brutal. Um assassinato que nunca abandonou sua mente.
Ela tenta seguir em frente e dar um passo de cada vez em sua felicidade. Mas, parece que a Ilha e as pessoas que agora ali residem escondem mais segredos do que ela poderia imaginar.
Westry, Lance, Kitty. O que aconteceu com sua amiga? Por que agora a amizade antes inabalável parece cada vez mais e mais distante?
Medo, dúvidas, segredos, mistérios, dores, tragédias. Tudo isso faz parte agora da vida de Anne e ela não tem certeza de mais nada. Por que será que a felicidade parece algo tão distante?
Que caminhos essas vidas irão seguir quando não mais estiverem na ilha?
Poderá ser tudo como era antes?
Sobreviverá os sentimentos a todos os obstáculos vivenciados?
“Nunca ignore o que o seu coração está dizendo, mesmo que isso a machuque, mesmo quando segui-lo pareça ser muito difícil ou inadequado.”
Eu já era fã da autora depois que li Neve na Primavera, agora com certeza firmei ainda mais essa admiração.
Sarah sabe nos envolver na história como se estivéssemos vivendo aquilo com os personagens ou escutando dos mesmos tudo o que aconteceu.
Suas doses de romance, mistério e ação criam uma receita perfeita para um enredo que nos prende a suas páginas do começo ao fim.
Eu torci tanto, chorei tanto e ansiei para descobrir que caminhos seguiriam esses personagens.
Sofri com a inveja, com a injustiça, com a fraqueza, com o tempo que foi e que nunca mais poderia ser recuperado. Tempo esse que mais foi o que me fez sofrer.
Fiquei com tanto ódio por terem tirado aquilo de Anne.
O Bangalô é aquele tipo de história que nos faz pensar que as coisas acontecem como tem que acontecer. Nós não temos força para mudar o nosso destino por mais que muitas vezes desejemos isso. Mas ao mesmo tempo que sabemos disso, parece tão injusto.
Eu terminei a história com lágrimas nos olhos. Estava feliz, mas eu queria ter sido feliz por mais tempo. Eu não consegui aceitar as injustiças. Não mesmo. E para mim não deveria ter existido o perdão. Ele é nobre, eu sei. Mas acho que no meu coração não teria espaço para esse sentimento. Não depois de tudo o que eu teria deixado de viver.
Sofri sabendo toda a história que aquele bangalô guardou ano após ano. E todas as promessas que ali deveriam ter sido cumpridas e nunca puderam se concretizar.
Mas fiquei feliz quando finalmente as pontas soltas e os segredos em torno do crime foram finalmente desvendados. Nesse ponto eu esperava um pouco mais. Até pensei que seria isso mesmo, mas pelo que li em Neve na Primavera achei que a autora teria criado algum tipo de segredo mais obscuro rs. Mas é exatamente pela “simplicidade” dos atos que a história mais nos cativa.
Cada um age de acordo com a sua mente, sua consciência e seu coração. E cada ato, cada escolha, gera uma consequência. Bom seria se fosse assim só para quem comete cada erro. O duro é quando outras pessoas pagam também por ele.
O Bangalô é uma história de passado, presente e que nos deixa com esperança de que ainda reste muito um futuro para que se possa ser feliz.
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