spoiler visualizargioantonella 26/01/2021
Favoritado!
Antes de ler esse livro, eu ouvi diversas avaliações positivas e comentários bons sobre essa obra de Colleen Hoover, e sou obrigada a concordar com todos. O livro respondeu minhas expectativas, apesar de ser muito diferente do que eu imaginava (já que eu não sabia sobre o que era exatamente), e se tornou um dos meus favoritos.
Os temas principais do livro são relacionamentos abusivos e violência doméstica. Eu já tinha lido outros livros com esses temas mas esse foi o que mais me surpreendeu, focando em como a protagonista Lily Bloom lida ao se deparar no meio de uma relação conturbada.
Lily, como a maioria das pessoas, sempre julgou sua mãe por continuar se submetendo à agressões quando podia sair de casa e pedir um divórcio. Mas muitos não entendem (talvez nem eu entenda tão bem, já que nunca vivenciei) que, como a própria autora diz, a situação é vista de forma não imparcial, onde a agressão garantiria uma separação instantânea. A vítima se conforma e continua com o agressor pois ela está envolvida emocionalmente, se levando a acreditar que o homem é bondoso e fez sem a intenção, e acaba se culpando, como se ela o tivesse motivado a agredi-la. Fora que muitas são dependentes financeiramente dos maridos, ou têm crianças envolvidas e têm o desejo de garantir a elas uma infância com ambos os pais (como a mãe de Lily).
Lily se vê no meio de uma relação abusiva, o que a faz entender que não é tão fácil agir como parece. Ela está envolvida com um homem que ela ama, mas a fere e a faz sofrer, fazendo a protagonista enfrentar um conflito interno sobre amor e razão. Ela deve permanecer com um homem que ama e a trata bem na maior parte das vezes mas tem um temperamento curto e a violenta? Ela, dentre todas as pessoas, que já havia presenciado uma relação como essas, achava repugnante e sempre achou que se algo assim lhe ocorresse, agiria na hora.
Muitos discordam da sua decisão de se separar mas permitir que ela mantenha contato com a filha mas eu entendo e defendo sua atitude. Ela pensou em seu pai, que era capaz de compartilhar bons momentos com ela mas eram arruinados por causa de lembranças que envolviam ele e sua mãe. Será que ele seria um bom pai se estivesse separado da mãe ou ele só dirigia suas agressões à esposa? Ela resolveu dar uma chance para Ryle, não como esposa ou amante, mas como pai da Emmy. Existem muitos maridos ruins que ainda assim têm a capacidade de ser bons pais, mas isso não os torna boas pessoas e nem anula seus erros.
Outros também reclamam da introdução do Atlas na história, dizendo que foi clichê ele ter sido colocado na trama porque todos esperavam que eles ficariam juntos, e que ela era obcecada por ele. Não acho que isso seja verdade. Atlas foi a primeira pessoa que ela amou e ela preservou essas memórias com carinho e um sentimento nostálgico, chorava às vezes por conta do desfecho terrível que eles tiveram. Isso não é obsessão, é amor. Outros acham estranho o fato dela amá-lo e ainda assim começar uma relação com o Ryle, mas eles já não se viam há anos! E só porque o amor se extinguiu, não quer dizer que ela não é capaz de amar outra pessoa. Eu acredito que seja possível amar mais de uma pessoa.
O livro é incrível, me fez sentir um misto de emoções e está na minha categoria de favoritos. Foi o primeiro livro da Colleen Hoover que eu li e estou ansiosa para ler outros!