Idoru

Idoru William Gibson




Resenhas - Idoru


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Isa 19/08/2022

Idoru
Descobri que comecei uma trilogia pelo segundo livro. De novo. Prossegui. Idoru é o segundo livro da trilogia Bridge e aparentemente não interferiu por não ter seguido ordem.

O livro é bem confuso no início, meio e fim. A leitura não é tão fluida e existe um motivo para isso. O contexto futurista pós moderno, cyberpunk, nos apresenta um ambiente totalmente incomum. Formado por palavras e tecnologias singulares, somos jogados no meio dos acontecimentos, sem nenhuma explicação. Vamos tentando nos adaptar ao que está acontecendo e as personagens, mas tudo é muito novo e alguns parágrafos requerem nova leitura para maior compreensão. Mas calma, você se acostuma e passa a se envolver com o enredo.
Laney é órfão, passou por testes farmacêuticos no orfanato, por esse motivo tem habilidades únicas com os pontos nodais, mesmo não sabendo explicar o que são e como faz para analisá-los. Chia é uma adolescente de 14 anos, que tem como missão investigar o suposto anúncio de casamento de seu ídolo musical com uma idoru, não fica claro se é uma IA. A história é intercalada entre os dois, e o decorrer incide para que as duas narrativas se encontrem e que assim tenha um desfecho.
A verdade é que nesse livro tudo é muito complexo e amplo. Ninguém entende exatamente tudo que acontece, é um eterno "não sei do que ele tá falando, mas vou fingir que estou entendendo", na minha opinião funciona bem. Senti vontade de ler mais obras do autor.
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Carlos Henrique 09/05/2021

Um 'Gibson' em todos os quesitos
Idoru é um livro que preenche todas as caixinhas do padrão William Gibson: desde personagens jogados numa trama meio as cegas e sem saber no que se meteram, o personagem especialista em um artificio especifico e necessario para um "serviço" dentro da trama, conceitos de ficção que preveem a evolução tecnologica atual e os termos e linguagens próprios que ele não para muito pra explicar e o leitor que se segure pra captar. Eu pessoalmente sou fã do estilo, o leitor na verdade é jogado na mesma viagem alucinante dos protagonistas, correndo em becos de Tóquio tentando entender metade do que está acontecendo e sobrevivendo com um pouco de sorte. Destaco por fim que mais uma vez Gibson fez futurologia: a atividade especial de um dos protagonistas se tornou 'real', temos empresas especializadas em ler nossos dados e prever nossos padrões de consumo, será que já não estão lendo mais do que isso?
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Davenir - Diário de Anarres 25/02/2016

O mundo das celebridades na era do ciberespaço
Em Idoru, William Gibson nos entrega uma um mundo onde cada pedaço do ciberespaço construído pelos personagens possuem a mesma importância dos espaços físicos, em um ritmo mais lento e reflexivo, que o habitual.

A história: Quando Rez, um músico muito famoso, pretende se casar com uma Idoru (artista digital) o mundo das celebridades se agita. Colin Laney tem uma habilidade rara, consegue distinguir padrões em meio a pilhas de dados aparentemente imuteis e desconexos de celebridades, sendo capaz de conhecê-las melhor do que elas. O uso dessas informações pode acabar com carreiras sólidas ou elevar desconhecidos a celebridades. Já Chia é membro de um fã clube da banda Lo/Rez e vai para o Japão descobrir a verdade sobre o casamento.

O mundo das celebridades na era do ciberespaço: Os interesses dos personagens convergem e se entrelaçam habilmente na escrita de Gibson. Não apenas Laney e Chia, mas também no guarda-costas de Rez, Blackwell e a presidente do fã clube Lo/Rez Zona Rosa, são opostos interessantes aos protagonistas.
Diferente de Neuromancer, onde o Ciberespaço praticamente engoliu o mundo físico, em Idoru, ambos os mundos são de importância equivalente. É um mundo visto por um olhar mais cotidiano, menos fantástico de forma que é menos empolgante, mas assustadoramente realístico pela forma sutil que essa influência do ciberespaço se faz presente, representado pela agência de informação Slitscan.
As novas profissões/ocupações, assentadas no ciberespaço, também aparecem neste mundo onde não existiam youtubers nem guarda-costas de players online, mas temos a de Laney, por exemplo, que nem o próprio sabe explicar e outras que requerem um pouco de imaginação para entender. Mesmo com alguns detalhes datados, a essência do livro carrega muito do que temos hoje.

Considerações finais: Poderia citar a história como um ponto fraco, mas melhor que julgar, prefiro entregar a subjetividade do provável leitor sobre o que deseja de um livro. Sendo assim, digo que não é comum ver Gibson tirar o pé do freio e nos entregar uma história mais lenta. Apesar dos personagens serem dúbios, como é característico do autor, e do estilo Ciberpunk, as ameaças aos personagens principais não ajudaram a história a deslanchar, ainda que Laney, Chia, Blackwell e Zona Rosa sejam bons personagens. Quem espera ação este livro vai se decepcionar, mas quem gosta de surfar na imaginação de Gibson vai gostar.

Sobre a edição lida para a resenha: Idoru de William Gibson. É a segunda parte da trilogia "Virtual Light", mas teve apenas este título traduzido. Foi escrito em 1996 e a edição lida para esta resenha foi publicada pela Conrad em 1999. Tem 247 páginas.

site: http://www.wilburdcontos.blogspot.com.br/2016/01/resenha-idoru-william-gibson.html
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sp00kyCarlos 03/10/2012

Nada mais que uma boa história
Como qualquer livro de William Gibson, Idoru não é uma leitura fácil. Por melhor que seja a tradução, o estilo de escrita de Gibson exige um esforço extra por parte do leitor, quando comparado a outros escritores mais populares. A leitura não flui facilmente, e você precisa ler com mais calma, tentando sempre fazer uma recriação visual da cena, para conseguir acompanhar a história. Não é uma leitura relaxante.
Dito isso, a história de Idoru é interessante. Mescla elementos cyberpunks, característicos do autor, e a fantástica cultura japonesa. No fim, não traz muita coisa nova ou diferente, mas a experiência acaba sendo satisfatória. É um livro que pode agradar os fãs de ficção científica, mas dificilmente o restante dos leitores.
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