Imageria

Imageria Rogério de Campos




Resenhas - Imageria


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Maria Faria 02/04/2017

O real conceito de quadrinho
Imageria foi o livro teórico vencedor do 28º Prêmio HQ Mix. Em contato com esta enciclopédia de história em quadrinhos é fácil entendermos o motivo da premiação, pois é um dos livros mais completos em termos de teoria sobre quadrinhos que encontrei através de buscas na internet. Não há dúvidas de que este trabalho é fruto de uma minuciosa pesquisa realizada pelo autor, que além de discutir a origem dos quadrinhos, trouxe de forma cronológica os desenhos de autores que podem ser considerados os precursores desta arte.
O livro é composto por um pequeno esboço da discussão entre o conceito de história em quadrinhos – HQ – e qual seria realmente o primeiro quadrinho publicado. Em qualquer pesquisa rápida em sites sobre o tema somos influenciados a acreditar que Yellow Kid de Richard Outcault, publicado em 25 de outubro de 1896, foi a primeira HQ. Esta crença de que Yellow Kid marcou o surgimento do quadrinho foi defendida e popularizada por norte-americanos no auge da censura dos anos de 1940 e, somente em 1970, surgiram novos pesquisadores dedicados a encontrar o real surgimento das histórias em quadrinhos.
A crença dos norte-americanos é baseada no fato de que consideram como quadrinhos apenas aqueles que preenchem as seguintes características cumulativamente: sequência de imagens, balões e um personagem recorrente, que protagonize várias histórias. Entretanto, este conceito não somente exclui tantos quadrinhos anteriores a 1896, como elimina também uma imensa variedade de publicações do século XX e XXI. A leitura de graphic novels e até mesmo de tiras demonstram que nem sempre os balões são importantes para transmitir a ideia da história.
Quadrinhos podem ser definidos como toda e qualquer narrativa visual, o que nos leva a crer que os desenhos rupestres – representações artísticas na rocha no período pré-histórico – podem ser considerados os primeiros a representarem uma história gráfica. Os primeiros desenhos demonstrados em Imageria eram compostos por quadros com e sem escrita, mas todos totalmente capazes de transmitir uma ideia sequencial.
Com o passar do tempo o desenho tornou-se parte importante até mesmo das obras em prosa. Escritores populares do século XIX como Dickens e Victor Hugo possuíam ilustradores dedicados a suas obras. Outcault não pode ser considerado o pai dos quadrinhos, porém enquadra-se bem como pioneiro dos suplementos de quadrinhos de jornal. A publicação de HQ e tiras em jornal foi a ferramenta para a popularização das histórias em quadrinhos e ganhou sem dúvida o gosto das pessoas, que aguardavam ansiosas a próxima edição para apreciar a continuação da história do dia anterior.
A concentração do autor limitou-se aos primórdios da arte dos quadrinhos, não sendo objeto de Imageria os quadrinhos atuais. É uma excelente forma de conhecer mais sobre HQ, mas percebi que minha falta de conhecimento dificultou o profundo aproveitamento do livro. É uma obra mais indicada para aqueles que possuem maior tempo em contato com esta arte ou até mesmo para criadores.
Este livro quebrou paradigmas ao demonstrar que, embora a internet represente uma revolução para pesquisas teóricas e facilidade de acesso à informação, ainda é necessário debruçar-se sobre o tema utilizando arquivos históricos para ter uma visão imparcial. O trabalho de pesquisa realizado por Rogério nos premiou com um imenso conhecimento sobre o passado dos quadrinhos, que não teríamos pesquisando de forma superficial.
Rosa.Hessel 13/07/2019minha estante
Boa resenha, que dá uma ideia geral sobre o livro.




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