spoiler visualizarLelê 03/03/2024
Senhora ?
"Como todas as mulheres de imaginação e sentimento, ela achava dentro de si, nas cismas do pensamento, essa aurora d'alma que se chama o ideal, e que doura ao longe com sua doce luz os horizontes da vida."
José de Alencar traz a história de amor (ou de desamor) de Aurélia e Fernando Seixas.
A história é dividida em 4 partes (que não estão em ordem cronológica). Mas listarei a história na ordem que os fatos aconteceram.
D. Emília é uma pobre costureira, casada com o filho de um pai rico que, com medo do pai, escondia o casamento e os dois filhos do casal. Após a morte de Pedro Camargo, ela fica desamparada. Seu filho mais velho morre e ficam ela e sua filha, Aurélia.
A medida que o tempo passa, D. Emília convence sua filha a aceitar ser cortejada, na intenção de achar um marido. Nisso, Aurélia acaba conhecendo Fernando Seixas, por quem se apaixona e é correspondida, noivando-se. (Só que ela idolatra ele um pouco demais).
Contudo, Seixas também não é financeiramente abastado e, criado de maneira "aristocrata", como diz o livro, adora os caprichos de participar da sociedade.
Surgindo a oferta de um dote para casar-se com Adelaide Amaral, ele acaba por abandonar Aurélia.
Antes mesmo de Seixas de casar, Aurélia é reconhecida por seu avô, que achou uma carta antiga de Pedro Camargo. Pouco tempo depois ele e D. Emília* falecem. A herança do avô fica inteiramente para Aurélia, que é agora extremamente rica.
(*Detalhe: quando ela falece, Eduardo Abreu [ele é meio apaixonadinho pela Aurélia], paga seu funeral. Ele é um fofo.)
Ela passa a viver com D. Firmina, e tem como tutor Lemos (seu tio escroto). Ela surge na sociedade e é muito admirada, invejada e bajulada.
Aurélia é muito inteligente e boa administradora, mas ainda é apaixonada e retém uma enorme mágoa por Fernando.
Por cém contos de réis, "compra" um casamento com Seixas, que entre a venda de si próprio, a felicidade de encontrar Aurélia como sendo sua noiva e o choque por ela "esfregar em sua cara" que ele se vendeu mais de uma vez, passa a agir como seu escravo. Eles nutrem uma relação extremamente irônica e fingem felicidade perto dos outros.
A história se desenrola com esse mesmo enredo (um slowburn beeeem slow!): eles meio que se odeiam, meio que se amam, meio que sentem ciúmes, meio que querem se beijar, meio que querem se matar, meio que querem se separar e etc.
No último capítulo, eles se separam quando Seixas compra de volta sua liberdade, devolvendo os cém contos de réis, mas aí se beijam, consumam o casamento e fim. ?
Acho que Aurélia e Seixas andaram para que as tropes lovers to enemies to lovers e slowburn pudessem correr.
Eu gostei bastante mesmo do livro, confesso.
Escrevi essa resenha de km porque é para a escola e a atividade é daqui 1 mês, então corro sérios riscos de esquecer tudo até lá.