João Marcos 29/12/2021
Releitura afetiva
Ler esse livro novamente é uma experiência de afeto pra mim. Esse era basicamente o único livro de histórias com o qual eu tinha contato na casa dos meus avós, onde passava a maior parte do tempo. Como o livro me despertava curiosidade e os contos eram curtos, com certeza li alguns dos contos várias vezes ao longa da minha infância.
Acredito que os principais pontos do livro que atraem a atenção são o título, que apresenta o nome de uma história muito conhecida, e as ilustrações de Ricardo Leite, que são bem trabalhadas e conferem ao livro um tom de folclore europeu que está consonância com o a narrativa dos contos.
É claro que ler esses contos hoje traz a tona problemáticas nas histórias que não eram questionadas alguns anos atrás, como o papel da mulher ou a forma como os "violões" são descritos e retratos. Isso não invalida a leitura e é natural que ocorra, haja visto que Ana Maria Machado buscou manter a tradução fiel aos originais.
Vale dizer que a estrutura de alguns contos é muito parecida, o que pode deixar o livro repetitivo em alguns momentos.
Quanto aos contos que mais gosto, "O gato e o rato fizeram um trato" e "Um-Olhinho, Dois-Olhinhos e Três-Olhinhos" eram meus preferidos na infância e continuam sendo ainda hoje. Ambos contêm elementos memoráveis e se distinguem em alguns pontos da narrativa dos demais. Entre os dois, ainda escolho "O gato e o rato fizeram um trato" como o número 1 pelo final surpreendente.