E o tempo sorria

E o tempo sorria José Luiz de Paula e Silva




Resenhas - E o tempo sorria


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N.Barbosa 06/11/2015

E o tempo sorria...
E se no meio da correria, da agitação, dos problemas e das angústias a vida estiver nos olhando e sorrindo? E se o verdadeiro sentido das coisas for aquelas conquistas simples, até um singelo "chinelo de dedo", ou o "biscoito frito" quentinho feito pela mãe no fim da tarde?
Para uns, a vida é implacável, cruel e impiedosa. Para Zé Luiz, a vida simplesmente é. Chora, sorri, se encanta e toca o barco. Longe de estar próximo do núcleo da autoajuda, a visão apresentada aqui é um amor ao viver, de um contentamento sem explicação. Não há uma busca de significado, mas, uma procura por experimentar, por estar junto, por sentir.
Zé encontra uns ACHADOS de suas memórias, do que viu da vida. A prosa se lambuza na poesia e o estilo saudoso de uma memória viva e sem pesar lembra Casimiro de Abreu na sua "aurora da vida, da infância querida".
Depois, o relato das VIAGENS a um mundo tão próximo a nós e por vezes ignorado. O mundo esquecido em que vivemos todos os dias, as coisas simples e importantes que não damos o devido valor por acreditar que estiveram e estarão ali.
Em seguida, ficamos perdidos nas reflexões sobre o TEMPO. O que sorri, o que passa devagar ou depressa, o tempo ao qual nos perdemos em lembranças, planos futuros e esquecemos daquele que verdadeiramente importa: o presente.
E por fim, todos os elementos condensados na etapa do VIVER, do ir além de simplesmente existir e seguir a vida medíocre e insignificante. O mundo é um palco. As pessoas podem escolher entre buscar o protagonismo autêntico das próprias vidas ou simplesmente padecer em papeis secundários.
Zé Luiz revela em sua obra muito, ou quase tudo, daquilo que ele é enquanto pessoa, amigo, profissional e pai de família. O seu contentamento vem por encarar cada momento como uma oportunidade e a cada instante sorrir, ser feliz e fazer os outros felizes. Sua prosa é um contraponto forte aos que, como eu, por ora acreditem em um mundo de fábulas, perverso e sem jeito. Zé, demonstra fé na humanidade, coragem na própria sina e esperança em dias cada vez melhores.
Vida longa a suas crônicas e suas experiências. Vida longa para compartilhar aquilo que de fato precisamos em um mundo dilacerado por ódio, indiferença e crueldade.
P.S.: Em tempo, lembro que 2015 é um ano memorável para a literatura frutalense. Após o lançamento de "O que resta", do poeta Lausamar Humberto, agora também somos brindados com a grande maestria do contador de história José Luiz.
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