O Rinoceronte

O Rinoceronte Eugène Ionesco
Eugène Ionesco




Resenhas - O rinoceronte


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Larghing 19/01/2024

Oh! Um rinoceronte!
Primeira vez que leio uma peça teatral inteira e não dava nada por ela.. Rinocerontes? Ah, deve ser só algo chato que tenho que ler pra a faculdade. Que nada! Essa peça é muito divertida, eu ri muito, apesar de o início ser uma loucura só hahaha

Espero nunca me tornar um rinoceronte.

Com certeza lerei outras obras de Ionesco.
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Otávio 11/01/2024

Uma metáfora fantástica sobre o início do fascismo. Nos faz refletir sobre a normalização do absurdo, a negação da humanidade e a distorção da lógica para justificar o injustificável e como esses movimentos massificadores negam a individualidade, isolando e relegando a solidão aqueles que resistem. Vale prestar atenção nos personagens, nos tipos que eles representam e como todos podem estar sujeitos a "Rinocerantização".
Recomendo muito e fiquei com curiosidade de ver como é esta peça representada no teatro.
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lexi 27/08/2023

Genial
Não conhecia essa peça, vou apresentar ela em novembro e achei interessantíssima! resolvi ler outros formatos da obra pra entender mais os personagens
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Nominável 07/05/2023

Rinocerontes somos nozes.
Esse livro foi uma introdução minha a este estilo literário, uma crítica muito boa ao que o autor propôs, porém eu não captei o objetivo do autor ao terminar o livro, em parte pelos diálogos absurdos, em parte pela minha falta de conhecimento do contexto histórico do autor ... acabei precisando buscar uma peça de teatro no Youtube sobre a obra, e depois, acompanhar uma aula de literatura do Prof. Nasser sobre. Ao me sentir um bocó por não ter compreendido o livro, este fato acabou me induzindo à leitura seguinte, "preciso aprender a ler este tipo de obra e entender."
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giovanna 31/12/2022

"Isso prova a sinceridade da sua metamorfose"
Ionesco é um gênio do teatro do absurdo, e O Rinoceronte é uma das provas mais claras disso. Em meio a uma peça que pode ser considerada confusa a princípio, ele vai inserindo um horror tão real que chega a ser palpável, principalmente quando a grande metáfora envolvendo os rinocerontes começa a fazer sentido e se tornar mais clara. É assustador pensar que o autor escreveu a peça na época do pós-guerra, criando uma alusão às ideologias que tomavam conta da Europa na época, como por exemplo o fascismo, e essa mesmíssima analogia pode ser usada para ilustrar à nossa situação social e política atualmente. Ele consegue contar com uma dose perfeita de angústia e horror como a alienação e o famoso "efeito manada" pode consumir o ideal de uma população inteira; além de usar perfeitamente a metáfora de seres humanos se transformando em rinoceronte, um animal que é quase cego, completamente grotesco e repleto de tendências violentas.
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raomzk 30/03/2022

Ser diferente é resistir
A peça é dividida é 3 (três) atos. O primeiro deles é bem introdutório, cheio de rubricas, o que pode fazer com que uma primeira leitura seja arrastada, mas passando deste ponto os atos seguintes são super fluidos, intensos e cheios do tempero maravilhoso do Teatro do Absurdo. Os habitantes de uma vila que vão se transformando em rinocerontes trazem a reflexão do manter-se original, convicto das próprias ideias, de ser diferente diante de um mar de mesmice, do que é comum e padrão. A humanidade questionada dentro da dramaturgia realça a importância de ser autêntico em um mundo onde todos parecem seguir e consumir de forma padronizada, engessada. De fato, o texto de Ionesco é sobre resistência e convicção, sobre como as pessoas agem e escolhem, como opinam. Uma história atemporal, tão atual para esses tempos absurdos. Genial!
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Robson 27/04/2021

É inevitável traçar um paralelo da obra com a atualidade brasileira
O rinoceronte relata a história de uma sociedade acometida pela epidemia de "rinocerontite", que transforma pessoas em rinocerontes. Essa clara alegoria à transformação da mentalidade e das ações das personagens tem o fim de trazer à tona as questões da "lógica", acomodação à realidade opressora, indiferença, dos pensamentos totalitaristas, entre outras.
A despeito de estar alocada no rol de peças do "teatro do absurdo" e ter sido escrita em 1959, a obra, em muitos momentos, faz-nos refletir sobre as atitudes dos brasileiros no contexto da política, ainda marcada pelo bolsonarismo, e da pandemia do novo Coronavírus.
Uma leitura importante para perceber que não é necessário estar sob um regime totalitário para que a mentalidade e as ações de um povo tenha traços totalitaristas, visto que, tanto no livro quanto na realidade, uma hora as máscaras caem.
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Renata1004 22/07/2020

Um Livro Denso, Heterogênio e Singular
No livro de Eugène Ionesco, a história começa com um diálogo de dois amigos em um bar: Bérenger e Jean, os quais têm traços bem distintos de personalidade. Bérenger um homem desleixado e simplório, dado a bebidas, e Jean: um homem ponderado, sensato e civilizado.

Ambos presenciam em um dia de domingo, uma situação atípica: Um rinoceronte passando no meio da cidade. Após o ocorrido os dois começam a discutir a respeito da situação, Bérenger não demanda tanta atenção ao fato. Jean porém, se pergunta sobre a origem do rinoceronte em questão, e as pessoas e transeuntes começam a discutir sobre o acontecido.
Logo em seguida, os cidadãos da cidade vão tomando a forma de rinocerontes, e Bérenger fica pasmo com o ilógico fato. Nesta obra de Eugéne Ionesco: " O Rinoceronte", um livro em teatro, em que a história é exposta pelos Narradores-personagens. Ionesco utiliza do relato nonsense, em sua obra, inaugurando o conceito do absurdo e irrealismo nas peças da 5° arte. No entanto o absurdo retratado, não se configura apenas de acontecimentos desconexos ou sem sentido. Pelo contrário! Ao longo da história, na qual é contada pelos próprios sujeitos da narrativa, é possível perceber no diálogo dos personagens uma rica crítica a ideologias absolutistas. Discussões acerca da moral e do correto, e do questionamento: existe uma verdade universal?.

A partir desta premissa que os rinocerontes se justificam. Eles acreditam que a "humanidade" esteja ultrapassada, e que a 'rinoncerite", retratada em alguns momentos como doença ou crise de moral, pelos que ainda são humanos, seja algo passageiro, porém uma nova forma melhor, uma evolução. Muitos dos humanos que restaram, se perguntam se esta nova transformação, pode ser considerada como algo correto, visto que os rinocerontes se tornam seres: rudes; animalescos. Porém, aparentemente felizes. Essas características te lembram alguma coisa? Pois é... mas a crítica não é meramente relacionada a ignorância humana, ou pelo seu característico entusiasmo pelo novo, mesmo que este seja reprovável. Eugéne consegue abordar pontos de vista heterogêneos, em sua biografia, espreitando, a partir dos diálogos e acontecimentos narrados pelos próprios personagens, análises e julgamentos acerca das posições ideológicas. Sendo ilustrado por Bérenger, uma posição conservadora, e da liberdade de pensar. Logo, o evento em mutação de humanos a rinocerontes, é retratado como uma mudança de valores: éticos, morais, comportamentais, e da abdicação da razão, visto que tais optam por uma nova forma mórfica, mas que simboliza de forma pejorativa a ignorância, o individualismo e a força física, sendo que esta é representada pela não empatia.

Deste modo Ionesco apresenta estas duas posições: Um homem aflito e desesperado, isolado, por ainda pretender manter a sua humanidade e racionalidade. E do outro lado humanos que escolhem simplesmente se tornarem paquidermes: brutos, unilaterais em suas opiniões, e que além de não tolerar, manifestam sua insatisfação constante, pelos que os contrariam.

Eugéne Ionesco escreveu a obra "O Rinoceronte" em 1960, utilizando a obra como forma de apresentar ao teatro a nova concepção do absurdo, e nonsense.
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Mario Miranda 22/09/2018

Oh! Um rinoceronte!
O Rinoceronte (1960) é, provavelmente, o ápice do Teatro do Absurdo, que remota suas origens a primeira metade do século XX, em escritores como Sartre e Camus.

Escrito pelo Franco-Romeno Eugène Ionesco, O Rinoceronte narra a história de uma cidade onde pouco a pouco os cidadãos transmutam-se em Rinocerontes, restando apenas Bérenger, que resiste a mutação.

O Rinoceronte é uma paródia da Europa que, naquela época, pouco a pouco se embrutecia e abandonava seus valores, primeiro ao Nazismo, posteriormente aos Governos Socialistas apoiados pela URSS. Notório ressaltar que o personagem principal, Bérenger, único capaz de combater a tentação ao Embrutecimento de tornar-se um Rinoceronte, era precisamente um dos cidadãos mais ignorantes, mal formados e de moral duvidosa. Seriam estes os capazes em sustentar a sociedade contra governos extremos?

site: https://www.instagram.com/marioacmiranda/
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Dreykon 09/01/2017

Relativismo moral pelo não-pertencimento

Leitura surpreendente e inesperada. Inesperada porque julguei que a peça, mormente, estivesse centrada na ideia de Peirce: certas discussões têm algum valor conceitual para determinado objeto, ou é apenas um debate de palavras? Mas me enganei! E aí vem a surpresa. Na verdade, o objetivo da peça é desembocar em uma crítica sobre "o que vale ser quem somos e o que ganhamos (ou perdemos) cedendo ao 'modus operandi' coletivo e massificado?". O protagonista da peça, ao se ver refém dessa indagação, chega a uma tal crise moral, que beira o niilismo - solitário, percebe como nada vale ou faz sentido sem o outro, seu igual, para assegurar certezas até então irredutíveis. Desfeita a relação com o outro, a sua realidade se torna frangível, e a inversão quantitativa minoria/maioria igualmente inverte valores morais e até mesmo injunções até então inquestionavelmente naturais (sou eu quem tem a razão ou são os rinocerontes?). Há um ponto preciso da peça que eu achei, especialmente, excelente: quando Bérenger, solitário, se vê tentado pelo "modus operandi" dos rinocerontes e nos faz crer a suscetibilidade do ser humano para se fazer pertencer - " (...) o que existe não são os objetos, e sim a minha relação com eles", escreveu Tolstoi. Fora isso, a peça traz (não serei temerário em dizer discussões, mas) breves questionamentos sobre se o justo sempre acompanha o lógico, sobre o valor da vida e o peso de sua diferença, até que ponto nos embrutecemos pela razão e para ter razão etc.
Ao fim da peça, não consegui deixar de associá-la a uns versos de Fernanda Young:

"Não raro o raro é trocado pela
mais vulgar opção ao lado.
E o raro chora porque dói andar pelos
labirintos internos que o
tornaram assim,
Tão raro, um Eu solitário e
pálido" (YOUNG, Fernanda; A mão esquerda de Vênus, p. 287, 2016)
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