Fernando Nery 27/05/2016
O Melhor Livro de Terror que Li em Minha Vida!!!
Olá, Macabros Leitores!
Ao concluir a leitura de "Contos de Alguns Lugares", de Paul Richard Ugo, encontro-me trêmulo e com o coração acelerado. Lágrimas tomam conta de meus olhos.
Peço desculpas a outros autores do gênero, mas devo dizer uma verdade: esse foi o melhor livro de terror que li em minha vida.
Fiquei imensamente surpreendido e assustado com essa obra-prima do terror. O talento de Paul é inegável.
Antes de digitar minha resenha no notebook, escrevo-a em um caderno. Tive uma grande dificuldade em executar tal ato. Minha mão treme e meu braço trava. Sei que será difícil continuar a escrever.
Meu raciocínio está levemente perturbado. Não consigo concatenar as ideias de forma adequada, porém luto contra o medo que se apossa de minha alma e dificulta as ações corpóreas.
Talvez, vocês não acreditem em minhas palavras. mas meu corpo encontra-se gelado. Sou uma pessoa quente. Até no frio, ligo o ventilador. Tive que desligá-lo.
Antes de começar os contos, temos no livro: Apresentação, Sinopse, Agradecimentos, Prefácio e Introdução. Por meio deles, entendemos que os lugares são personagens importantes em cada conto.
O autor declara:
"Os contos a seguir não tem a pretensão literária erudita ou sofisticada, para o desânimo de alguns leitores. São simples textos, uns ligados a outros, e outros sem ligação qualquer entre si, criados para entreter aqueles que gostam do estilo."
Mais adiante, ele escreve:
"As histórias deste livro levaram em conta alguns lugares, nomes e acontecimentos reais como base para seus desenvolvimentos, porém sem compromisso histórico ou com a realidade. Todas as histórias são ficcionais, porém em algumas, qualquer semelhança não será mera coincidência."
Levei em conta, os argumentos do autor durante meu contato com sua obra. Ele não teve pretensão de usar vocábulos difíceis. Não há palavras de difícil compreensão. Entretanto, a simplicidade e as narrativas mórbidas rasgam a alma do leitor, abrindo enormes feridas no âmago do ser. Em cada conto, senti-me golpeado por socos, facas e até garras monstruosas. As labaredas do fogo consumiram minha carne sem que deixassem as marcas das queimaduras.
Pela primeira vez na vida em um livro de contos, não consigo eleger meu predileto ou prediletos. Todos me parecem perfeitos demais. A linguagem do autor é esmerada. Ele sabe nos conduzir às sensações.
Experimentamos pânico total com a simplicidade de sua palavra. Ele detalha os lugares de maneira objetiva, e sem grandes rodeios de sua parte, temos a visão panorâmica de todos os lugares que compõem a trama. É como se ele tivesse o poder de abrir a mente e colocar uma espécie de onisciência para que vejamos os aspectos de seus contos na totalidade. Pareceu-me que o autor foi guiado por um genial espírito soturno e que o mesmo se faz presente nos momentos de leitura.
Os contos me deram vontade de chorar e até pensei em me demorar mais com a leitura, porque não suportava o pavor que sentia. Pensava em ler os contos de maneira mais espaçada fazendo intervalos de alguns dias entre eles, pois não aguentava as dores que atormentavam minha psiquê. Todavia, ao mesmo tempo, que desejava fugir, sentia-me atraído pelas forças do mal. O maligno pode ser extremamente delicioso sem deixar de ser carrasco com suas vítimas. Prazer e dor em momentos únicos.
É estranha a sensação, é algo praticamente inexplicável. Todas as propagandas a respeito da obra exaltavam os lugares como grandes personagens do livro. Entretanto, descobri algumas figuras importantes e aterrorizantes que não foram mencionadas, mas merecem destaque.
Falei sobre uma dessas figuras sutilmente. É o espírito genial soturno que ficava ao meu lado soprando palavras em meus ouvidos e confirmando que agiu na mente do escritor. Outro personagem do livro é o próprio autor. Em cada página lida, percebia sua presença com se ele me observasse e saboreasse minhas reações, bem como as dores presentes em sua obra.
Agora, chegou o momento de falar do pior de todos os personagens que foi totalmente ignorado: As Sensações. Todos os contos são extremamente sensoriais. Algumas vezes, as sensações sobrepujam até a presença dos lugares que tanto receberam destaque no livro. O autor descreve diligentemente as sensações psicológicas, espirituais e corpóreas. Creio que essa é a maior qualidade da obra de Paul.
As sensações aparecem com uma enorme força. Enxerguei-as como seres físicos que me circundavam. Elas se manifestavam com olhos, boca e garras. Flutuavam em torno de meu corpo e proferia palavras horripilantes. Ouvi a voz do medo, da raiva, da tristeza e demais sentimentos. Experimentei as sensações físicas torturando o meu corpo. Acredito piamente nessas experiências. Não creio que foram ilusórias.
Os frutos das ações do Sensorial presente na obra conduziram-me a uma leitura profícua. O medo me tocava, me afastava e me atraia. Os duelos criados em meu coração pela fuga e pelo atrativo propiciou momentos incríveis, mesmo quando desabava em lágrimas.
O inefável aterrorizante fez-me saborear a carne humana, sentir medo de gatos (quem ler a obra, vai entender esse medo), experimentar a raiva de adolescentes, e acreditar que H. P. Lovecraft permaneceu e permanece ao lado de Paul Richard Ugo. Características tão marcantes me levaram a classificar a obra com CINCO ESTRELAS no Skoob.
Não há sombras de dúvidas de que esse é o melhor livro de terror que li em minha vida. No entanto, as sombras me acompanham de outra forma. O livro é muito mais que recomendado. Entre em contato com o autor e adquira o seu exemplar.
No fim dessa resenha, tenho certeza de que o livro "Contos de alguns lugares" foi a melhor escolha para inaugurar a Sexta-feira do Terror.
Sou imensamente grato ao Paul Richard Ugo por ter-me presenteado com essa obra "lugubremente" magistral. Aos meus leitores, deixo também meus sinceros agradecimentos e peço que não deixem de dar sua opinião.
Abraços sensoriais e até breve.
site: http://filosofodoslivros.blogspot.com.br/2016/05/resenha-contos-de-alguns-lugares-de.html