Contos de alguns lugares

Contos de alguns lugares Paul Richard Ugo




Resenhas - Contos de alguns lugares


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Alessandro.Bortoleto 13/10/2016

Genial e assustador
Os lugares onde vivemos são os verdadeiros personagens. Assim começa a sinopse do livro de Paul Richard Ugo, que com vinte e dois contos de alguns lugares, lacra uma edição que todos que gostam de terror, devem ler. Como diz a própria sinopse, a morte e o sobrenatural são tratados de maneira diferentes do que se costuma ver em outros contos. Ele usa elementos que não são tão conhecidos aqui no Brasil, mas que tratam de lendas regionais de “alguns lugares” como EUA, Portugal e Inglaterra.
Algumas outras histórias, tratam de temas que acabam se interligando em suas tramas, remetendo ao leitor a boa qualidade da escrita do autor, que brinca com personagens que aparecem como centro de algumas histórias e depois como coadjuvante em outras, mas sempre com muita coerência. Sem exceção, todos os vinte e dois contos, são muito interessantes e prendem o leitor do início ao fim.
O meu predileto, mas não melhor do que os outros, que deu até um nó em minha cabeça, chama-se As Vidas de Charles. Paul disserta sobre um dono de um antiquário chamado Charles, que infeliz em sua vida conjugal, nutre uma paixão por uma funcionária de um restaurante que fica defronte a seu estabelecimento comercial. Ele tem um empregado que passou por várias gerações de sua família, que o vê como um benfeitor e faz de tudo para vê-lo feliz. Durante a noite, Charles tem sonhos com outra vida, em que ele é um
famoso ator de cinema e tem um amor secreto por outra atriz, com o qual ele vê a possibilidade de ser correspondido.
Recomendo para todos que gostam da temática de terror e sobrenatural, que leiam Contos de Alguns Lugares de Paul Richard Ugo, por tratar-se de uma coletânea muito bem redigida e editada, com enredo intrigante e que prende do início ao fim, além de ser uma ótima oportunidade de prestigiar o bom trabalho de um autor nacional e com muita criatividade.
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Matheus Fellipe 11/10/2016

Uma viagem por lugares sombrios do mundo e da mente humana...
Após viajar por alguns lugares sombrios do mundo e da mente humana, posso lhes dizer que o autor Paul Richard Ugo é um grande nome da literatura nacional no universo dos contos que envolvem mistérios, fantasia e lugares. Sim, lugares! De cidades americanas, onde a maldade pode ser servida num prato, passando pelas terras portuguesas banhadas de vinho e sangue, subindo o topo do Monte Katahdin, onde uma lendária criatura indígena se esconde... o livro “Contos de Alguns Lugares” teve vários motivos para ter recebido esse nome.

Além dos locais, o tempo também é bastante sentido em cada conto, ele é o agente que nos guia por épocas e realidades completamente diferentes, ou seja, o tempo e o espaço são fundamentos para as ideias do autor, sejam elas baseadas em fatos ou em meras fantasias. Como são vinte e dois contos no total, farei comentários breves daqueles que mais me chamaram a atenção (e são muitos!) por diversos fatores, afim de não me alongar tanto.

“A morte rondou aquela festa e chegou sorrateiramente por entre os labirintos de sebes, até entrar pelo porão onde ficavam guardadas as valiosas garrafas de vinho da família Morgan. [...]” — A Adega dos Morgan, Pág. 115

O conto que inaugura a coletânea é o Deixem Emma em Paz, onde uma garota com poderes sobrenaturais transforma a sua raiva em morte. Mesmo seguindo caminhos diferentes e já mostrando a força narrativa do autor, ele me lembrou muito Carrie de Stephen King. Chez Renée Dinner Restaurant, Por Dentro da Hora Morta e Fenômenos da Voz Eletrônica estão ligados de alguma forma ao lúgubre restaurante que serve “a melhor carne marinada ao vinho” de Baltimore, ambos são muito bons e tem o sabor da morte em cada palavra.

A Bandeja de Prata tem atmosfera e ritmo eletrizantes e envolve lendas, bruxas e maldições. A Pele começa, se desenvolve e termina brilhantemente, se passa num tempo onde haviam carruagens, camponeses e bailes, no qual uma seita arranca pele, coração e sangue para comercializar e fazer rituais. Um conto curto, porém um dos mais viscerais da coletânea é o Webcam, que possui descrições de arrepiar os cabelos.

“A casa estava toda fora de ordem, com restos de comida por todos os lugares, móveis fora do lugar, peças de decoração quebradas em cacos que se misturavam aos de garradas lançadas contra as paredes. As velas dos candelabros estavam terminando. Para ele, pouco importava. Queria mesmo que sua vida terminasse quando a última chama se apagasse naturalmente, E que fosse rápido, Por esta razão mantinha as cortinas fechadas para que a noite fosse eterna até seu momento final.” — A Pele, Pág. 95

Outro muito bom que fala de maldições e tragédias, porém agora envolvendo tribos indígenas e lenhadores, é O Décimo Terceiro. D. Lua, mesmo tendo apenas duas páginas, posso dizer que é um dos contos mais “mágicos” do livro, nele conhecemos a lenda de uma mulher que engordava e definhava de acordo com as fases da lua.

Os três contos mais bizarros da coletânea são Morte Barata, Madeleine e O Gato, ambos são mortalmente interessantes e envolvem animais: gatos, ratos e baratas, não necessariamente nessa ordem. Se eu tivesse que eleger o meu conto favorito, certamente seria A Tatuagem que mistura investigação policial, religião e sobrenatural. Ele é completo, e repleto de surpresas por isso nem irei falar de seu enredo.

Os contos variam bastante de tamanho, mas em geral são bem curtos e rápidos de ler. Eu fui intercalando eles entre um livro e outro, por isso demorei alguns meses para concluir sua leitura, mas lendo dessa maneira acho que consegui aproveitar melhor as histórias, o que fez com que a leitura de cada um fluísse melhor e seus elementos ficassem mais vivos em minha cabeça. Certamente cada um gostará mais de uns do que de outros, mas espero que vocês fiquem curiosos acerca dos que citei, pois a leitura realmente vale a pena. O livro recebe 4 estrelas.

site: http://leitornoturno.blogspot.com.br/2016/10/resenha-contos-de-alguns-lugares-paul.html
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Fernando Nery 27/05/2016

O Melhor Livro de Terror que Li em Minha Vida!!!
Olá, Macabros Leitores!
Ao concluir a leitura de "Contos de Alguns Lugares", de Paul Richard Ugo, encontro-me trêmulo e com o coração acelerado. Lágrimas tomam conta de meus olhos.
Peço desculpas a outros autores do gênero, mas devo dizer uma verdade: esse foi o melhor livro de terror que li em minha vida.
Fiquei imensamente surpreendido e assustado com essa obra-prima do terror. O talento de Paul é inegável.
Antes de digitar minha resenha no notebook, escrevo-a em um caderno. Tive uma grande dificuldade em executar tal ato. Minha mão treme e meu braço trava. Sei que será difícil continuar a escrever.
Meu raciocínio está levemente perturbado. Não consigo concatenar as ideias de forma adequada, porém luto contra o medo que se apossa de minha alma e dificulta as ações corpóreas.
Talvez, vocês não acreditem em minhas palavras. mas meu corpo encontra-se gelado. Sou uma pessoa quente. Até no frio, ligo o ventilador. Tive que desligá-lo.
Antes de começar os contos, temos no livro: Apresentação, Sinopse, Agradecimentos, Prefácio e Introdução. Por meio deles, entendemos que os lugares são personagens importantes em cada conto.
O autor declara:

"Os contos a seguir não tem a pretensão literária erudita ou sofisticada, para o desânimo de alguns leitores. São simples textos, uns ligados a outros, e outros sem ligação qualquer entre si, criados para entreter aqueles que gostam do estilo."

Mais adiante, ele escreve:

"As histórias deste livro levaram em conta alguns lugares, nomes e acontecimentos reais como base para seus desenvolvimentos, porém sem compromisso histórico ou com a realidade. Todas as histórias são ficcionais, porém em algumas, qualquer semelhança não será mera coincidência."

Levei em conta, os argumentos do autor durante meu contato com sua obra. Ele não teve pretensão de usar vocábulos difíceis. Não há palavras de difícil compreensão. Entretanto, a simplicidade e as narrativas mórbidas rasgam a alma do leitor, abrindo enormes feridas no âmago do ser. Em cada conto, senti-me golpeado por socos, facas e até garras monstruosas. As labaredas do fogo consumiram minha carne sem que deixassem as marcas das queimaduras.
Pela primeira vez na vida em um livro de contos, não consigo eleger meu predileto ou prediletos. Todos me parecem perfeitos demais. A linguagem do autor é esmerada. Ele sabe nos conduzir às sensações.
Experimentamos pânico total com a simplicidade de sua palavra. Ele detalha os lugares de maneira objetiva, e sem grandes rodeios de sua parte, temos a visão panorâmica de todos os lugares que compõem a trama. É como se ele tivesse o poder de abrir a mente e colocar uma espécie de onisciência para que vejamos os aspectos de seus contos na totalidade. Pareceu-me que o autor foi guiado por um genial espírito soturno e que o mesmo se faz presente nos momentos de leitura.
Os contos me deram vontade de chorar e até pensei em me demorar mais com a leitura, porque não suportava o pavor que sentia. Pensava em ler os contos de maneira mais espaçada fazendo intervalos de alguns dias entre eles, pois não aguentava as dores que atormentavam minha psiquê. Todavia, ao mesmo tempo, que desejava fugir, sentia-me atraído pelas forças do mal. O maligno pode ser extremamente delicioso sem deixar de ser carrasco com suas vítimas. Prazer e dor em momentos únicos.
É estranha a sensação, é algo praticamente inexplicável. Todas as propagandas a respeito da obra exaltavam os lugares como grandes personagens do livro. Entretanto, descobri algumas figuras importantes e aterrorizantes que não foram mencionadas, mas merecem destaque. 
Falei sobre uma dessas figuras sutilmente. É o espírito genial soturno que ficava ao meu lado soprando palavras em meus ouvidos e confirmando que agiu na mente do escritor. Outro personagem do livro é o próprio autor. Em cada página lida, percebia sua presença com se ele me observasse e saboreasse minhas reações, bem como as dores presentes em sua obra.
Agora, chegou o momento de falar do pior de todos os personagens que foi totalmente ignorado: As Sensações. Todos os contos são extremamente sensoriais. Algumas vezes, as sensações sobrepujam até a presença dos lugares que tanto receberam destaque no livro. O autor descreve diligentemente as sensações psicológicas, espirituais e corpóreas. Creio que essa é a maior qualidade da obra de Paul.
As sensações aparecem com uma enorme força. Enxerguei-as como seres físicos que me circundavam. Elas se manifestavam com olhos, boca e garras. Flutuavam em torno de meu corpo e proferia palavras horripilantes. Ouvi a voz do medo, da raiva, da tristeza e demais sentimentos. Experimentei as sensações físicas torturando o meu corpo. Acredito piamente nessas experiências. Não creio que foram ilusórias. 
Os frutos das ações do Sensorial presente na obra conduziram-me a uma leitura profícua. O medo me tocava, me afastava e me atraia. Os duelos criados em meu coração pela fuga e pelo atrativo propiciou momentos incríveis, mesmo quando desabava em lágrimas.
O inefável aterrorizante fez-me saborear a carne humana, sentir medo de gatos (quem ler a obra, vai entender esse medo), experimentar a raiva de adolescentes, e acreditar que H. P. Lovecraft permaneceu e permanece ao lado de Paul Richard Ugo. Características tão marcantes me levaram a classificar a obra com CINCO ESTRELAS no Skoob. 
Não há sombras de dúvidas de que esse é o melhor livro de terror que li em minha vida. No entanto, as sombras me acompanham de outra forma. O livro é muito mais que recomendado. Entre em contato com o autor e adquira o seu exemplar. 
No fim dessa resenha, tenho certeza de que o livro "Contos de alguns lugares" foi a melhor escolha para inaugurar a Sexta-feira do Terror.
Sou imensamente grato ao Paul Richard Ugo por ter-me presenteado com essa obra "lugubremente" magistral. Aos meus leitores, deixo também meus sinceros agradecimentos e peço que não deixem de dar sua opinião.
Abraços sensoriais e até breve.

site: http://filosofodoslivros.blogspot.com.br/2016/05/resenha-contos-de-alguns-lugares-de.html
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