Thayza Fonseca 31/01/2020
Chegamos ao 4º livro dos irmãos Maddox e já quero deixar claro que esse livro superou minhas expectativas, é uma história mais adulta, focada e a problemática é coerente e não envolve segredo o que já é um diferencial.
Como de costume o livro é narrado em primeira pessoa pela personagem feminina, conhecida como interesse amoroso do Maddox da vez e aqui conhecemos Ellie a “amiga maluquinha do Tyler” que já tivemos a oportunidade de conhecer nos livros anteriores MUITO por alto. Ellie é muito diferente das personagens anteriores, ela é completamente surtada, destemida, mimada, depressiva e alcoólatra. Nesse livro em especifico eu fiquei satisfeita da narrativa ser feita pelo ponto de vista dela, pois acompanhar todo seu dilema, suas auto sabotagens e suas dores em primeira mão deu ao livro uma profundidade e uma sensação de torcida para que tudo desse certo, coisa que não senti no livro anterior.
"- Você é a única mulher do mundo que eu conheço que poderia dizer na minha cara que me ama ao mesmo tempo em que destrói o meu coração."
Tyler assim como Thomas é bem maduro, dos cinco esses dois se destacam nesse quesito. Lógico que ele tem sua pegada Maddox, é esquentadinho, bom de briga, galinha, mas quando se apaixona é para valer e para sempre. Porém o gêmeo é muito seguro de si, não tem questões a resolver internamente ou dramas esternos além do seu relacionamento com a Ellie e seu trabalho, dessa forma ele se concentra em fazer dar certo, em ajudar ela em sua busca e sempre está presente para ajudá-la a levantar em suas quedas. O personagem não é perfeito, mas tem em sua defesa errar tentando acertar e reconhecer o erro sem medo de se desculpar.
Além da mensagem que eu tirei do livro e que vou dizer logo ai embaixo, quero chamar a atenção para como a autora trabalhou os Bombeiros de Elite, no terceiro livro conhecemos por auto, mas aqui Ellie está envolvida com a equipe e acabamos aprendendo e entendendo melhor esse trabalho que é tão difícil e honroso. Gostei muito de ver a interação dos rapazes, a força da amizade deles, em como eles se abraçam e se esforçam para proteger sem muitas vezes ter o reconhecimento de seu trabalho.
"Você não é o único que atravessaria um incêndio por algo que ama."
De verdade esse foi o livro que mais me chamou a atenção pela mensagem, vício é um assunto sério e acredito que a autora conseguiu passar as duas mensagens mais importantes com sutileza e responsabilidade. Primeiro que a pessoa precisa escolher ser ajudada e precisa fazer isso por ela mesma e não por terceiros, se a pessoa precisa chegar ao fundo do poço para perceber isso é uma questão dolorida, mas não podemos fazer nada quanto a isso. Segundo, nem todos estão dispostos a te ajudar de verdade, nem todos estão dispostos a segurar sua mão na hora do vamos ver é preciso enxergar maldade na inocência e malicia na bondade, é chato isso, mas necessário muitas vezes, ainda mais para pessoas que estão na luta e é de fato uma luta que nunca acaba, um dia de cada vez.
"Tyler era o meu novo vício, como flertar com o fogo na montanha, adorando o perigo e esperando a queimadura."
Além do alcoolismo, esse livro mostra quanto o dinheiro pode ser vazio, o que adianta ter tudo se na verdade você não tem nada que realmente importa? Não sejamos hipócritas, dinheiro é bom e tudo mundo quer, mas existem outras coisas que as vezes se fazem mais importante, um apoio, um incentivo, a sensação de amor e pertencimento e o cartão de crédito (brincadeira). Mas é sério, ver a Ellie tendo TUDO que o dinheiro pode comprar e mesmo assim fadada ao abismo mostra claramente que não é o dinheiro que vai te tirar do precipício é você mesmo e as pessoas que te amam.
Devido a toda bagagem de vida e emocional do livro não tem como dizer que é ruim, acredito que as pessoas que não gostaram perderam esse pequeno detalhe, focando apenas no desenrolar lento do romance, que se for seu único objetivo pode frustrar, e a linha temporal com o Taylor me deixou levemente perdida, mas é porque eu queria sempre associar uma história a outra e isso me atrapalhou um pouco no inicio. Então fica a dica, deixe o Taylor no livro dele e foco no Tyler, tentem enxergar além do romance, vejam a problemática com olhos empáticos dessa forma eu acredito que a leitura possa agradar muito e ser uma bela surpresa como foi para mim.
"Eu nunca o vira, mas parecia que ele seria meu próximo erro."
É isso, sigo agora para Belo Funeral, não sei se estou pronta para o adeus definitivo, mas já passou da hora de terminar essa série, vejo vocês logo, logo com a próxima resenha.