Os filhos da meia-noite

Os filhos da meia-noite Salman Rushdie




Resenhas - Os Filhos da Meia-Noite


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JosA225 30/12/2023

Os Filhos da Meia-Noite
Da série livros deliciosos. O realismo fantástico em todo o seu apogeu. Crianças que nasceram a meia-noite no dia da independência da Índia ganham poderes mágicos mas nem todos são do lado do bem.
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Vivianne19 15/08/2023

Uma novela indiana histórica
Os filhos da meia noite é um livro que bebe nas águas da história indiana e narra esses acontecimentos numa espécie de novelão. Passamos pela história da família de Salim, sua vida, a questão de seu nascimento a meia noite, sua infância e crescimento narrado por ele mesmo em sua fase adulta e sempre tendo (ou sendo) como pano de fundo a história indiana, sua independência e suas questões com a Palestina e a Caxemira. É tanta coisa que acontece nesse livro que ele tem que ser lido com muita calma, até pelo fato do narrador divagar bastante e fazer ?floreios? na escrita.
Para o leitor que se aventurará nesse universo, saiba que é preciso ter calma, mas que sua leitura tera cheiros de especiarias e chutney verde como gafanhoto. É uma trama digna de novela, assim como os épicos indianos, Mahabharata e o Ramayana. Vale muito a pena a leitura
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JAS 09/01/2022

Um visão interessante de parte da história da India moderna contada por Salim, nascido à meia noite do dia de sua independência da Inglaterra. Salim, filho bastardo de um inglês e de uma indiana hindú, é trocado na maternidade e criado por uma rica família muçulmana. Através da narrativa de sua vida, vislumbra-se uma interessante interpretação de parte da história da India (e também do Paquistão e de Bangaladesh) desde sua independência até os duros tempos da primeira ministra Indira Gandhi.
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Carlos Padilha 09/06/2021

Alguns pontos de interesse, mas difícil
A proposta do livro (a troca dos bebês e de seus destinos, e as crianças com poderes especiais, usados para o bem ou para o mal, e sua interação com a história da região) é bastante interessante, mas Rushdie sofre da compulsão de mostrar como é capaz de se estender sobre "o nada", acrescentando, assim, longos trechos extremamente tediosos e rapidamente esquecidos. Sei que há muitos que admiram essa habilidade, não é o meu caso.
Ainda assim, há trechos muito interessantes, especialmente quando ocorre o já citado entrelaçamento entre a vida dos personagens e a história da Índia, Paquistão e Bangladesh. Por outro lado, em certos pontos o entendimento é dificultado pela menção a muitos episódios e personagens da cultura, religião e política dos três países que não são de amplo conhecimento.
Enfim, uma leitura difícil, com trechos interessantes que poderão agradar aos interessados na conturbada história recente da região.
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Emanuel Xampy Fontinhas 07/01/2021

...
Foi um livro tenso para terminar, porque a escrita do autor é cheia de digressões, idas e voltas, divagações. Não é aquele livro que se lê de uma tacada só, requer muita atenção para não se perder no meio de tantos personagens e reviravoltas, e o fato de falar sobre culturas tão distantes também dificultou a fluidez, mas é um livro bastante interessante, mesmo assim. O mais curioso é a interligação entre o personagem principal e acontecimentos reais da Índia, Paquistão e Bangladesh.
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Lara 08/05/2020

Os Filhos da Meia Noite
A Índia me levou a Rushdie. Rushdie me levou à India.
Rushdie foi ganhador do Pulitzer e alvo de muitas polêmicas em razão da sua crítica feroz, em especial ao islamismo. Chegou até a ser condenado à morte pelo governo Islâmico, mas isso foi em razão de outro livro dele, então deixemos essa polêmica, cabeluda que é, para uma outra oportunidade.
Em “Os filhos da meia noite” acompanhamos a história da India através da vida de Salim, um garoto que nasceu ao badalar da meia noite, no dia da Independência do seu país. Mais do que marcado por esse fato histórico, essa sincronia espaço-temporal lhe rendeu um fado, um nó cego que entrelaçaria a sua vida à vida da nação. E, de quebra, um dom (ou mais de um?). Mas não vou estragar a surpresa.
Fato é que se a India me levou a Rushdie, Rushdie me levou à India, ao me transportar, através de um texto [mais uma vez] sinestésico, nos caminhos de uma mancomunada Independência (sempre assim?); um desenrolar de acontecimentos daquele tipo em que tudo muda, mas nada muda; brigas territoriais com países vizinhos; um Estado de exceção em que o terror é jogado por debaixo do lençol de algum desenvolvimento econômico; uma amnésia pós traumática (qualquer semelhança [não] é pura coincidência).
Isso tudo acontece através de uma narrativa mágica, em que um menino tem poderes telepáticos, em que pessoas nascidas à meia noite atravessam espelhos, em que a realidade compete com outras - alternativas - realidades. É uma crítica à política predatória e neoliberal, mas que não esconde o amor do autor por sua terra natal. E também não esconde a sua relação conflituosa em relação a certos países vizinhos e sua religião.
Chegar à India de Rushdie me lembra a razão de ser de ler autores dos países que visito: para beber sua cultura, conhecer a sua história, ser mais que uma turista desavisada para a qual tudo que é diferente é bonito, interessante e mítico.
Não é um livro fácil, tenho que advertir. Suas 600 e poucas páginas entrelaçam magia e realidade de uma forma que às vezes precisamos de tempo para nos situar. Mas se você gosta de história e tem alguma curiosidade sobre a India, vale a viagem.
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Rogerio 26/01/2020

Realismo fantástico com história
Através de realismo fantástico, o escritor conta a história da Índia desde sua independência do Reino Unido. A família de Salim é retratada desde os tempos do avô que estudou na Alemanha e veio morar na região da Caxemira. Por serem muçulmanos, o trajeto familiar se confunde com a história indiana, com a divisão da Índia entre hinduístas e muçulmanos.
Uma perfeita mistura que nos mostra as divisões religiosas da sociedade indiana e os problemas com seus países vizinhos.
O livro é um pouco extenso, mas vale a pena a leitura.
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Lopes 20/07/2018

| A história gigante |
“Os filhos da meia-noite”, de Salman Rushide, já nasce atemporal, uma obra dicotômica entre o que é real e o que é ficção, e tal característica não revela todo valor intrínseco de cada um desses “adjetivos”, deixa ao leitor - imbuído de tantas camadas da linguagem e ação vertiginosa, novelesca e eloquente – o nivelamento entre a busca e a fantasia propostas. Rushide põe tudo a nível literário, até símbolos como os parênteses que envolvem outras ações e retifica toda a impressão ao que lhe convém ficcionalizar. Essa grandiosa obra trás ao fantástico um horizonte incomum, mesmo que hoje não lhe pareça tão incomum assim. Esse fantástico é algo cultural também, que cerca a Índia e o Paquistão como identidades. Ao fazer parte do nascimento de novos filhos, os poderes traçam um perfil minucioso de uma possível sociologia oriental daquela região, em especial a Índia, ao relacionar-los através da própria história entre os dois países. O poder como esperança e pecado. Salman Rushdie sabe manipular tais poderes, investiga, por meio de um exame de permissão que tais poderes revelam, a intromissão do outro em vidas que a princípio são coadjuvantes, alicerces esgotáveis. Rushdie cria um belo paradoxo entre a esperança e o caos, e o faz isso gentilmente descrevendo personagens que se enfrentam e lutam contra e prol ao que sentem. Famílias, política e fé, são dilatados a mecanismos fantásticos, num poder de escrita que aguça, sensibiliza e critica a passividade do leitor.
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Taisa.Tiago 13/03/2018

Boa literatura
História cativante...te envolve totalmente como se vc fizesse parte da família de Salim Sinai..
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Shaqit 17/11/2017

Nacionalismo Mágico
Como nascem às nações? A partir de um esforço de um espaço se imaginar enquanto comunidade? Para Salman Rushdie a Índia nasceu, na verdade, junto de Salim Sinai, o antiherói dessa maravilhosa, em todos os aspectos da palavra, narrativa. Em Os Filhos da Meia Noite acompanhamos a história de Salim, que nasce no exato instante da Independência da Índia, na meia-noite de 15 de agosto de 1947. Por isso, sua história é a História da nação. Ele mesmo, por fim, é o país. O que vai justificar diversas ações dele e contra ele. Mas estou me adiantando, como nos diria o narrador: o próprio Salim convalescente em uma cama numa fabrica de chutney, com seu corpo sendo espelho da nação, completamente rachado.

Rushdie não tem medo de encarar a politíca recente de seu país. Personagens históricos e contemporâneos aparece e agem, em meio à magia que pulula em cada página. Herdeiro do realismo mágico, Salman Rushdie parece perceber que apenas a transgressão mais completa da realidade é capaz de dar conta verdadeiramente da realidade pós-colonial. Os filhos da meia-noite, nascidos no momento da independência e carregando poderes, convivem com lavadeiras-súcubos, profecias feitas no terraço, políticos que bebem sua própria urina e uma primeira-ministra que consulta seu astrólogo particular para toda decisão que toma.

Só a magia pode explicar a Índia, assim como aquelas outras todas fora do centro. A esperança é que o Brasil um dia se reconheça como colônia e possa perceber que só rasgando a realidade é que poderemos compreender a nossa. Nos falta Rushdie. Nos falta Salim.
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Franc.Assis 03/09/2017

Os filhos da meia noite
Esta super-laureada obra de Salman Rushdie não decepciona.
O autor constrói sua história, que transita entre o mundo interior do personagem Salim e a dura realidade da Índia após sua independência, com inegável maestria.
Contendo elementos históricos do surgimento das nacionalidades Hindu, Paquistanesa e Bengalesa é uma apaixonante aventura pelo universo Hindu, que termina por nos deixar uma certa tristeza por compreender que tudo aquilo passa por um processo de "ocidentalização"/ globalização" onde muita riqueza cultural fica irremediavelmente comprometida.
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Júlio 19/08/2016

Fazer uma sinopse curta que faça jus à proposta de Filhos da Meia-Noite é tarefa difícil. O livro conta a história de Salim Sinai, que ao nascer foi trocado por outro bebê, sendo criado por uma família rica de mulçumanos ao invés de sua família pobre e hindu. Ao completar dez anos, devido à certos eventos, ele acaba descobrindo que possui o dom da telepatia, e ao explorar esse poder descobre várias crianças com os mais variados dons, crianças que ao nasceram em torno da meia-noite de um dia específico, o dia da independência da Índia, formam então os Filhos da Meia-Noite. Essa proposta fantástica é somente um fiapo do que o livro realmente aborda, o verdadeiro foco da obra é a Índia e as mudanças e conflitos que ocorreram após sua independência, principalmente de 1947 (ano de sua independência) até 1978, as vezes como pano de fundo, as vezes como narrativa principal.

Os assuntos incluem temas como os conflitos populares, entre castas, sociocenômicos, as guerras indo-pasquitanesas, a corrupção dos governantes, a situação do povo, eventos históricos como a morte de Gandhi e a ascensão ao poder de Indira Gandhi, tudo pelos olhos de Salim e de sua família. Ainda que todos os temas sejam tratados com seriedade, muitas vezes de forma gráfica, a história tem um ar de fábula, e consegue fazer seus comentários sem que o fantástico e o mágico se percam.

O livro começa realmente em 1917, contanto as origens da família que viria a cuidar de Salim, onde cerca do primeiro terço do livro é focado no avô materno Aadam Aziz. Nota que toda a narração é feita pelo próprio Salim, que aqui é um dos narradores mais únicos que eu já tive o prazer de conferir na literatura, que muitas vezes coloca dúvidas no leitor à respeito da veracidade de suas histórias. No início ele apresenta quase onisciência à respeito de fatos que ocorreram muito antes dele nascer, depois demonstra confusão em certos fatos históricos (como a data da morte de Gandhi) e até chega a mentir mais para o final do livro e essa inconstância na narração dá ao livro uma dinâmica genial.

A história é formada por dezenas de personagens, cada um servindo sua função e o autor faz um esforço para caracterizar até o menos relevante deles. Até o último capítulo do livro somos introduzidos à novos personagens o que dá um fôlego ímpar à obra, dando a sensação que seu mundo sempre está agindo, vivendo e respirando além daquilo que é apresentado ao leitor.

É um livro de realismo mágico, e portanto não há falta de situações inusitadas, inesperadas ou bizarras, porém também não há escassez de eventos contados com extremo realismo, de forma crua e sincera, que faz com que o leitor não esqueça de que aquelas atrocidades que ele lê realmente ocorreram, e a forma fluída e simples com que toda parte humana é descrita, principalmente durante a infância de Salim, realmente ajuda a conectar o leitor com aqueles personagens. O livro consegue ser cômico, trágico, sério e irônico sem perder seu tom.

A obra no geral não apresenta uma leitura difícil, Rushdie tem uma escrita fluída e muito eloquente, o que não se traduz em uma leitura rápida e fácil, é uma obra que requer atenção e dedicação por parte do leitor. Não só é importante lembrar e ter em mente os diversos personagens da trama, mas também prestar atenção à ironia que muitas vezes pode passar desapercebida e uma leitura mais casual, ironia essa que é um dos diferenciais da obra. É um livro que vai muito além de seus temas, não se pode deixar desencorajar caso a história da Índia não seja de seu interesse, pois apesar desse ser o panorama da obra sua sensibilidade reside naquilo que há de mais humano na literatura, que é a paixão de se contar uma história. Entre tantos chutneys e escarradeiras há muito o que ganhar ao ler essa obra fantástica.
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Flavinha 12/10/2015

Vale a pena tentar...
Livro que demorei mais de um ano para ler: curtos periodos de leitura intensiva e outros de longa parada. Nos curtos momentos a estoria me facinava, mas uma narrativa cansativa (que precisava das paradas). O autor, na minha opiniao, utilizou bastante do recurso do realismo fantastico para
contar a estoria da familia e a autobiografia de Salim Sinai misturada com a historia politica da India, Paquistao e Bangladesh. Em muitas passagens o passado e presente se misturam na narrativa, exigindo atencao do leitor. Em resumo, uma leitura magica que vale a pena da uma chance ao livro (mesmo uma leitura lenta).
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Lanzellotti 11/06/2014

Um livro confuso, prolixo com uma estória interessante sobre duas crianças, uma hindu e uma muçulmana trocada propositadamente na maternidade. A parte interessante são as histórias políticas da independência da Índia e da criação do Paquistão.
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