Gabyh 14/04/2019
"Peguei o papelzinho em minhas mãos e o desdobrei rapidamente. As palavras que nele continham para mim não fizeram nenhum sentido, mas mesmo assim me atormentaram."
Para ser sincera sobre esse livro, eu não sei ao certo que palavras usar para definir o que senti ao ler, mas sei que ele conseguiu me deixar confusa, e olha que já estou acostumada a ler livros com essa temática de reinos e tudo mais.
O primeiro ponto que achei desnecessário foi a questão de como a criadagem é dividida por setores, ok, é para deixar claro que cada um tem a sua responsabilidade, mas não tinha necessidade de mencionar isso, afinal, todo funcionário sabe exatamente o que deve fazer, ao menos a maioria é assim.
"'Você ira descobrir. E a verdade me trará paz.'
O que irei descobrir? E por que trarei a paz a lorde Zaque?, perguntava-me isso enquanto guardava o papel e a caixinha em lugares seguros."
Vemos então desde as primeiras páginas que um ponto deixado claro é o triângulo amoroso existente entre Cassian/Aurora/Matthew.
Desde o primeiro momento confesso que achei bastante forçada a relação Aurora/Matthew, são aqueles dois personagens que não tiveram química, mas a autora resolveu insistir em tentar colocá-los juntos, afinal, a paixão a primeira vista do príncipe por ela só aconteceu por ele pensar que ela era uma princesa, e quando descobriu que não, todo o encanto parece ter acabado em um passe de mágica.
Em outro ponto temos a dinâmica e a química quase palpável entre Aurora/Cassian, aquele amigo que e sempre esteve ali, ao lado dela, pronto para ajudá-la, ele a conhece desde sempre e não importa com sua aparência e gosta dela por quem ela é, sabe que muitas vezes pode fazer coisas que deixaria Aurora com raiva, mas faz assim mesmo pois sabe que é para o bem dela.
E vemos que Aurora esta dividida entre os dois, Matthew além de ser lindo é o príncipe, e qualquer criada se sentiria o máximo ao ver que despertou o interesse da realeza, no outro ponto temos Cassian que sempre esteve ali, aquele amigo por quem aparentemente ela nunca sentiu nada até perceber que outras garotas tinham interesse nele.
"As pessoas que estavam sendo exploradas começaram a se revoltar e, em menos de uma década, se infiltraram em todos os postos que controlavam as bases militares da maioria dos países. Foi aí que os líderes pretensiosos e gananciosos se viram em apuros. Tudo foi tomado. Satélites de comunicação foram destruídos. Casas, cidades e até estados foram totalmente destruídos. Por anos o nosso planeta ficou irreconhecível. Mas, como tudo estava bem planejado, todos os catorze reinos foram logo criados, sendo este o principal, que sempre foi e sempre será bem governado."
A leitura por sua vez não foi tão envolvente como eu esperava ou até mesmo gostaria, mas ao mesmo tempo não quer dizer que tenha sido o pior livro que já li. Por mais que se trate de uma série, eu entendo que é necessário deixar ganchos que liguem a história com os próximos livros, mas nesse caso tem muitos pontos que fizeram com que a história ficasse confusa e muitas vezes quase me fizeram desistir do livro.
Em nenhum momento é mencionado em que época a história se passa, ou o motivo de Aurora ser importante para alguém da realeza a ponto dessa pessoa deixar uma chave para ela em um testamento, mas se ela era tão importante assim não deveria ser tratada um pouco diferente? Ela não deveria ser algo mais do que uma simples criada?
O foco da autora foi tão grande no triângulo amoroso que alguns pontos levantados no início da trama parecem ter ficado esquecidos, o que não deixa de ser frustrante já que são pontos que deixam perguntas no ar, nos resta torcer para que a autora retome esses pontos nos próximos livros.
"- Por que não contam mais a história inteira? - quis saber. - Por que hoje escondem o real motivo da guerra?
- As pessoas não gostam de falar sobre as coisas que não as deixam felizes - respondeu o velho para mim.
Ou não gostam de falar de coisas que possam fazer o povo se revoltar novamente, pensei."