Mieloti 17/07/2016
Idéia excelente, mas execução ficou faltando...
Particularmente fico com um mix de dó e raiva de um romance quando o foco maior do escritor é a maneira como se vai escrever e a pompa do texto, do que a construção da personalidade dos personagens e o desenvolvimento da história. Fico imaginando (morrendo de raiva) do autor refazendo várias vezes o mesmo parágrafo porque ele ainda não está requintado e polido o suficiente. ELEGÂNCIA DE CU É ROLA. Livros tem que contar história não concorrer a Prêmio de Chatisse. É obvio que com isso faz transparecer que eu gosto de livros fúteis, mas também não é por aí. Só fico puto quando a dosagem de texto requintado é tamanha que atrapalha a história, que deveria ser mais importante do que qualquer coisa. O texto é tão sofisticado, tão primoroso (além de estendido demais na poesia) que por vezes eu esquecia em que ambiente estava o personagem ou qual era a linha de raciocínio da narrativa. Aí entra a parte em que tenho dó do livro. A história é grande, histórica, tem muito pra passar, é chocante e tocante também, com um final poderoso. MAS TUDO ISSO É ATRAPALHADO PELO TEXTO ERUDITO que o autor insiste em discorrer. Quando eu abro um romance, quero ver uma história bem contada, com riqueza de detalhes sobre os personagens, seu passado, suas expectativas, sua alma... Não quero perder tempo vendo o autor dizer as mesmas coisas com palavras bonitas e fora de uso. Conclusão é a seguinte: a ideia do romance é quase genial, mas sempre que preocupação em fazer um texto rico em palavras usadas há séculos em uma linguagem de 450 anos atrás for maior essa magia será perdida, unica e apenas pra inchar o ego do escritor