O Coronel Chabert

O Coronel Chabert Honoré de Balzac




Resenhas - O Coronel Chabert


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Alê | @alexandrejjr 06/07/2020

O mestre atemporal

É interessante perceber como grandes autores sempre têm algo a dizer e o francês Honoré de Balzac está facilmente incluso nesse seleto grupo.

Esta novela, que integra (a grandiosa) "A comédia humana", é uma pequena obra-prima. Em "O coronel Chabert" somos convidados ao questionamento do valor da ausência e da força da presença daqueles que estimamos. São conceitos bem filosóficos, porém tratados aqui com a maestria dos ficcionistas e, como é marca conhecida do autor, sua habitual ironia e deboche aos costumes franceses de sua época.

A verdade é que é difícil não simpatizar com as figuras dessa pequeníssima edição que tenho, lançada na coleção "Grandes amores" da Cia. das Letras. Do pitoresco e atento advogado Derville e seus ajudantes atrapalhados e burocráticos, passando pela personalidade ambígua e interessante da condessa Ferraud, para terminar no perdido, iludido e inocente coronel Chabert do título.

Balzac mostra uma rara habilidade para prender a atenção em menos de 80 páginas. Ele escancara medos e dúvidas a respeito do que constituí uma identidade, fazendo com que nos questionemos sobre o real valor das pessoas de nossas vidas. E como se fosse pouco, o autor é um ácido observador social, mostrando que as preocupações humanas realmente são uma comédia. Esse francês é mais um da galeria dos necessários a conhecer e segue inspirando gerações de novos romancistas, a exemplo do espanhol Javier Marías, que voltaria a explorar o tema em sua máxima potência psicológica. Mas isso é outra conversa.
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Pseudokane3 14/01/2011

'Ipsis literis' de mim mesmo:
Acabo de acordar de um sono vespertino de 4 horas, única medida não-farmacêutica de que eu dispunha para aplainar a dor violentamente unilateral que me assolava desde que terminei de ler “O Coronel Chabert”, escrito por Honoré de Balzac em 1832. É um romance demasiado curto, no qual um velho soldado aparece numa cidadela francesa reivindicando ser um soldado dado como morto há quase 20 anos. Sua mulher casou-se novamente, todos o destratam atualmente por causa de sua penúria e feiúra (decorrentes dos severos ferimentos de guerra que sofrera) e um advogado aceita a sua causa honorífica: ele não quer fortunas, mas apenas o direito de ser novamente quem é.

Sendo parte do grande compêndio de personagens que foi reunido pelo próprio autor sob o título de “A Comédia Humana”, “O Coronel Chabert” é um de seus romances menos conhecidos, mas isto não implica que é genialmente triste e realista: é genialmente triste e realista! Tanto que, mesmo sendo um romance muito curto, precisei de longas pausas entre um infortúnio personalístico e outro, enquanto rememorava as mais do que convenientes feições de Gerard Depardieu no papel-título de “Coronel Chabert – Amor e Mentiras” (1994), portentosa versão fílmica do livro, realizada pelo conceituado diretor de fotografia francês Yves Ângelo, vista por mim faz tempo. Lembro que não entendi as miudezas sociais do filme à época, mas, no plano romântico-dramático, como me inquietou aquela estranhíssima e pertinente definição do que seria a morte...

Segundo li numa biografia rápida do escritor Honoré de Balzac (1799-1850), seus personagens trágicos não raro “se constroem e se destroem na insana busca por ‘ouro e prazer’”. É mais ou menos o que ocorre com os personagens que circunvizinham o personagem-título desta pequena obra-prima literária, ao qual o autor reserva um destino mais digno, prenunciado por um apotegma que, com certeza, seguir-me-á até o fim dos dias: “Mas o que podem os infelizes? Eles amam, nada mais”. Anotarei isto na agenda como sendo mais uma preciosa lição aprendida. E minha mãe preparou sopa!

Wesley PC>
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jota 04/11/2013

De volta à vida...
O coronel Chabert é uma novela (tem apenas cerca de oitenta e três páginas) que faz parte do profundo painel que Honoré de Balzac (1799-1850) traçou da França do seu tempo em A Comédia Humana.

A história - muito bem escrita e interessante como quase tudo que esse genial francês nos deixou - é sobre o militar que, digamos assim, volta dos mortos e contrata um advogado para recuperar sua antiga vida, que inclui sua mulher (que acreditando-se viúva casou-se com outro e dele tem dois filhos), suas propriedades, sua pensão do exército, sua honra e sobretudo sua identidade: ele está vivo; foi vítima de um mal-entendido e consegue provar tudo o que afirma sobre si.

Essa é a parte mais interessante da história, especialmente quando acompanhamos o desempenho pérfido de sua mulher (ou ex-mulher, seria melhor dizer assim); ela nutre por Chabert um profundo desprezo e se recusa a reconhecê-lo (diz que ele é um impostor), a abrir mão de parte de sua fortuna em benefício do militar, reduzido agora a pouco mais que um mendigo não fosse a ajuda de um velho companheiro de armas e do próprio advogado que aceitou sua causa.

E daí vamos para o final, que podemos aceitar como redentor, mas que é profundamente melancólico, e que talvez nos dissesse menos sobre esse curioso personagem caso Balzac o tivesse escrito de modo diferente...

Lido entre 02 e 04/11/2013.
Daniel 04/11/2013minha estante
Estou muito a fim de ler Balzac... Vou primeiro terminar o Proust


jota 04/11/2013minha estante
Recomendo Ilusões Perdidas, meu preferido e que muita gente afirma ser sua obra-prima. Concordo.




Paulo Sousa 30/07/2020

Leitura 37/2020
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O coronel Chabert [1832]
Orig. Le colonel Chabert
Honoré de Balzac (França, 1799-1850)
Companhia das Letras, 2013, 84 p.
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?Que sina! Saiu do asilo das crianças abandonadas e vem morrer no asilo dos velho, depois de ter, entrementes, ajudado Napoleão a conquistar o Egito e a Europa? (Posição Kindle 1118).
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?O coronel Chabert? é uma curta novela, parte da soberba ?A comédia humana?, do escritor francês Balzac. Nela, acompanhamos a triste sina de Chabert, um oficial do exército de Napoleão que, gravemente ferido em batalha, acaba sendo dado como morto. Longos meses depois, já restabelecido, retorna a Paris onde tenta retomar sua vida, sua carreira, seus bens e sua esposa, mas acaba encontrando, além da incredulidade de todos a atestarem sua identidade, sua esposa está novamente casada com um ilustre conde com quem teve dois filhos. Chabert amarga uma pobreza dura, até que encontra num jovem advogado a chance de reaver sua antiga vida...
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O livro, além de ser um ótimo suplemento jurídico, fala também da decepção pelo amor que se deixa corromper pela riqueza: a esposa de Chabert procura dissuadir o velho militar a abrir mão de sua riqueza enganando-o quando este descobre o plano nefasto e, desiludido e amargurado, decide abrir mão de tudo vindo a terminar seus dias num asilo.
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Balzac tem uma prosa límpida, sem enfeites. Sua obra magna, A comédia humana, objetivou dissecar as relações morais e sociais a fundo em centenas de novelas e romances. Dele já li ?A mulher de trinta anos? e ?Ilusões Perdidas?, obra ímpar, essencial para jornalistas e aspirantes, relevante para os desavisados sonhadores, mas que encanta com a riqueza de uma prosa de tão alto nível legada pelo gênio francês.
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Aline 01/12/2023

É melhor ter luxo em seus sentimentos do que em seus trajes.
Li pra faculdade e dá pra ver pq foi importante pro realismo na França, realmente retrata como o ser humano pode ser podre em sua mais pura forma. É um livro bom, mas é um pouco confuso e, acho que por ser tão curto não me apeguei a história. No geral, fala muito sobre dinheiro (o mal da humanidade) e como as pessoas podem ser egoístas, sobre encontrar sua própria identidade e sobre ver que algumas pessoas não são como vc pensava.
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JuKirchhof 31/10/2020

Denso
Que história tão crua da mesquinhez humana. Parafraseando Balzac, o que os escritores escrevem fica aquém do que o mundo produz.
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Luhbeka 22/09/2021

A qualidade de escrita do Mestre Balzac de sempre, mas dessa vez, a história não me convenceu.
Talvez eu tenha lido em um momento inoportuno. Talvez só não foi o meu estilo mesmo. A história é brilhante, envolvente, bem escrita e com reviravoltas excelentes. Um Balzac não deixa de ser um Balzac só porque não foi dessa vez, não é mesmo?

Penso em reler ele em outro momento pra ver se foi só questão de feeling mesmo.
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Rafaela.Cruz 09/12/2022

Ganhou meu coração.
Balzac me fez querer ler tudo dele. Apenas! Uma escrita irretocável e totalmente atemporal. Narrativa muito fluida.
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Dafny2 28/01/2024

Chabert
Honoré De Balzac conseguiu representar muito bem a mesquinhez humana com essa história sobre o Coronel, fiquei muito entretida na história.
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MCRA 04/08/2023

Excelente.
Coronel Chabert é uma novela curtinha, de apenas 83 páginas na minha edição e, no entanto, os traços de Balzac são fortes ao retratar o comportamento humano diante do poder e da miséria.
A narrativa é simples e nos apresenta ao coronel Chabert, que lutou sob o comando de Napoleão e foi essencial para o sucesso do famoso ataque de Murat" na Batalha de Eylau (1807). Um grande herói, que foi declarado morto mas, inacreditavelmente, sobreviveu. Há muito tempo incapacitado, ele não conseguiu convencer ninguém de que era quem afirmava ser, nem mesmo sua esposa, pois todos estavam certos de que Chabert estava morto. Durante dez anos permaneceu "rejeitado pela mulher, pela lei, por todo o mundo social". Sua esposa casou-se novamente com o Conde Ferraud, por "amor, fortuna e ambição ao mesmo tempo", usufruindo de sua condição de herdeira, enquanto Chabert padecia na miséria.
Chabert, porém, encontra em seu caminho advogado ambicioso, Derville, que também é o advogado de sua viúva e o convence a atuar a seu favor.
A partir dessa passagem, acompanhamos com profunda cólera a ingenuidade e bondade de Chabert, confrontada com a imoralidade da esposa, resumida de maneira admirável nesse fragmento: "O infortúnio é uma espécie de talismã cuja virtude consiste em corroborar nossa constituição primitiva: ele aumenta a desconfiança e a maldade de certos homens, assimo como aumenta a bondade dos que têm um coração excelente." Trabalho pequeno e bastante poderoso.
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Christiane 07/01/2013

Mortos que revivem
Li o livro como complemento ao livro de Javier Marías "Os Enamoramentos", mas ele vale ser lido por ele mesmo. É uma brilhante percepção do medo que temos que os mortos revivam, voltem e nos atormentem, só que no livro, o morto não estava morto, foi considerado morto e com isto a vida de todos que faziam parte de sua vida se altera após a passagem do luto, seguindo seu curso, o que normalmente acontece com todos que perdem alguém. Mas o Coronel retorna e está vivo, só que retorna para um mundo onde está morto para os outros e para a lei. Aí começa seu drama, a tentativa de voltar à vida, e tudo que terá que enfrentar para isto. Por outro lado, há o choque nos que o consideravam morto, que ao se deparar com o "fantasma" que retorna, não gostam disto. É uma situação que pode ser real como a descrita no livro, mas também pode ser lida como uma metáfora sobre o medo que temos de que os mortos voltem, e atrapalhem nossa vida, interfiram, e mudem o que já está novamente ordenado, e devido à isto cumprimos os rituais para deixá-los onde estão e em paz, e como no livro, tudo se fará para mantê-los em seu lugar, o sepulcro.
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Wilton 09/01/2013

Livro realista e romântico simultaneamente. Realista pelas descrições e características psicológicas de Chabert. Romântico pelo caráter passional das personagens. Livro de facílima leitura; li-o em dois dias.
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Gláucia 17/12/2014

O Coronel Chabert - Honoré de Balzac
O coronel Chabert é dado como morto em batalha e após quase 20 anos reaparece vivinho da silva. Mas tudo está mudado: sua esposa, atual condessa Ferraud, acreditando-se viúva casa-se novamente, o cenário político de Paris é outro e o coronel precisa provar sua identidade a fim de recuperar sua pensão, fortuna e principalmente, seu lugar na sociedade parisiense. Para isso procura o famoso advogado Derville, presente em outros processos da comédia humana.
Amei a primeira parte do livro em que o ambiente de um escritório de advocacia é o palco e Balzac soube descrever de forma muito divertida e realista seus personagens: escreventes, advogados, juízes, estagiários, etc, usando piadas que tornam a novela muito atual. Aos poucos vão se delineando as intenções dos envolvidos e seus carácteres. Uma situação que parece ser simples vai se mostrando cada vez mais difícil de se resolver, especialmente por conta da forma de agir de cada um. A probidade de uns contra a malevolência e perfídia de outros. Torci por um final diferente mas achei coerente.
Fernanda 18/12/2014minha estante
Maravilhosa obra!


Gláucia 18/12/2014minha estante
Fernanda, agora quero ler Os Enamoramentos, vc já leu?


Fernanda 18/12/2014minha estante
Já li, Gláucia!! E gostei, achei que foi uma história bem surpreendente! Do Javier Marias tb havia lido o livro de contos "Quando fui Mortal", que tb achei otimo! Bjos!




Alessandro117 29/10/2021

Mais uma das grandes obras.
Balzac é um dos mais encantadores escritores. Suas retratações da Paris e da França do século XIX são de extasiar qualquer ser humano que tenha um olhar atento para as relações sociais que os humanos, com suas delicadezas falsas, vivenciam.
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Xxxxxxxx1 06/01/2013

Interessante
Gostei muito. O livro é sobre a perda de identidade! Nele, o coronel chabert é dado como morto na guerra, mas reaparece vivo e disposto a ter de volta sua esposa(que casou e já tem dois filhos) e sua fortuna.
Com a ajuda de um advogado, chabert vai ver que o mundo jurídico nem sempre é justo, e que dificilmente o sentimento se sobrepõe à razão.
Livro pra se ler em uma sentada!
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