Tatiane Buendía Mantovani 02/04/2016
Gostei do livro... confesso que o final me decepcionou um pouco. Mas é uma bela história, bem escrita, com muitas referências à cultura pop (músicas, bandas, autores - menciona-se inúmeras vezes a Rowling, livros - O senhor dos anéis, Nárnia, acontecimentos políticos, menção relâmpago a uma obra do Pai King - Shawshank Redepmtion, e a sua própria Christmasland, de NOS4A2) e bastante humor (negro).
Gostei muito das personagens da enfermeira Greyson e do John Rookwood, muito mesmo, aquele gostar de se apegar com carinho e torcer muito por eles até o fim. Ele, particularmente, é um personagem encantador, cheio de mistérios, mas de um humor irresistível, com toda pinta de super-heroi - ainda que, algumas vezes, bem caricato. A enfermeira é incrível, forte e a verdadeira heroína da história. Os personagens que orbitam ao redor deles também são bons, dos vilões aos figurantes.
O epub a que tive acesso tem 723 paginas, então tem muito espaço para explorar até mesmo os mistérios dos personagens secundários.
Sobre a história: uma epidemia mortal se espalha pelo mundo, uma doença cujo sintoma principal são: inicialmente marcas na pele - chamadas de escamas de dragão - e que, na evolução, leva a pessoa a combustão espontânea. A sociedade enlouquece, governos ruem e seres humanos recuam a um estágio primitivo de sobrevivência e auto-preservação: os sãos passam a caçar os infectados como se fossem zumbis (altas cenas a la TWD) e o inferno se abate sobre a terra. A maioria dos infectados morrem em semanas (causando enormes danos colaterais como incêndios, queimadas em matas e infectando a inúmeros outros, no processo) mas algumas pessoas sobrevivem mais tempo com a doença.
Estudos não conseguem chegar a conclusão alguma e, o medo junto com a falta de conhecimento sobre o "draco incendia trychophyton" cria um estado total de isolamento, paranoia e muita violência.
Algumas pessoas, descobrem como "controlar" os sintomas da doença, e vemos então uma comunidade de infectados sobreviventes que vivem num clima de pseudo-religião em relação à doença. (qualquer semelhança com The Stand, não me pareceu mera coincidência... temos até uma Mãe Carol, para combinar com a Mãe Abagail, ah, temos até um Nick surdo-mudo... ou viajei?)
Mas o que parece um refúgio paradisíaco e acolhedor, em contrapartida ao ambiente hostil do exterior, logo mostra também seus perigos. Humanos, ah, sempre os humanos....
Só acho que personagens tão queridos mereciam um final melhor. Será que haverá mudanças até o lançamento? Fica a dúvida...