Transformando cosmovisões

Transformando cosmovisões Paul G. Hiebert




Resenhas - Transformando cosmovisões


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Vianna 03/08/2017

Entenda os pressupostos que estão por trás da visão de mundo contemporânea
O livro é simplesmente excelente para a compreensão das diferentes cosmovisões existentes na história, e pode a cosmovisão cristã interagir com elas.
O início do livro pode ser um pouco maçante, pela quantidade de termos técnicos inerentes à antropologia (conjuntos digitais, fuzzy, intrínsecos, extrínsecos, abordagem diacrônica, sincrônica), mas quando, posteriormente no livro, passa-se a abordar cada uma das cosmovisões, temos a oportunidade de aplicar esses conceitos a cada uma delas, o que se torna muito interessante.
Acho que o ponto principal do livro é que nos permite ver como há pressupostos e linhas de raciocínio lógico que tomamos por certos, mas que o fazemos por causa de nossa visão de mundo profundamente influenciada pela modernidade. Nesse sentido, o livro é uma excelente oportunidade de trazer à tona pressupostos de nossa cosmovisão que desconhecíamos, permitindo-nos avaliá-los e confrontá-los com as prescrições bíblicas.
Um livro extremamente completo no que diz respeito às cosmovisões existentes na história, bem como nos métodos analíticos das cosmovisões em geral. Se você quer entender os pressupostos que regem a sociedade contemporânea, e quais suas origens, com certeza compre este livro.
Fica somente uma ressalva quanto ao capítulo que trata da cosmovisão bíblica em si, em que o autor às vezes traz para dentro da cosmovisão bíblica temas que na verdade não estão na Escritura, mas em cosmovisões de sociedades as quais ele admira, principalmente as tribais. Por exemplo, ao defender que a justiça de Deus é restaurativa (como na cosmovisão das sociedades tribais), e não retributiva, quando todas as demonstrações de justiça de Deus evidenciadas tanto na Lei quanto na própria crucificação são retributivas. Na verdade, de acordo com a descrição que o autor faz da justiça restaurativa, percebe-se que está tratando na verdade do conceito de misericórdia, a qual é demonstrada na Bíblia como uma categoria totalmente separada da justiça, um ato de liberalidade de Deus. Há alguns outros pequenos pontos em que a interpretação da cosmovisão bíblica do autor parece não tão bíblica, mas nada gritante, e isso também deve ser relacionado ao fato de que o autor é mais um antropólogo do que um teólogo; porém, há de se fazer justiça que em muitos pontos a análise da cosmovisão bíblica do autor é excelente, precisa e confrontante.
Portanto, assumindo que o leitor possua já um certo criticismo, o livro é uma ferramenta poderosa, abrangente, e detalhista para aqueles que pretendem entender e estudar o tema das cosmovisões.
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