Adriana Scarpin 11/01/2017Tese de doutorado do Gerace, o livro em questão é imprescindível não só para os cinéfilos, mas estudiosos da sexualidade em geral, com viés foucaultiano é mais ou menos dividido da seguinte forma:
Além do obsceno trata o que se instaurou em chamar de erótico, obsceno e pornográfico, seja da ordem escrita ou visual.
Arquivo do sexo silencioso trata dos primeiros lampejos de erotização no cinema, de um simples selinho aos nus efetivos, até a chegada dos stag films por volta de 1907/08.
Erotização e censura trata do cinema mainstream, com ênfase no período do Código Hays americano. O autor perdeu uma estrelinha das cinco que eu daria por não ter citado a genialidade do Lubitsch em explorar o sexo em seus filmes, isso é imperdoável.
Êxtase no cinema experimental trata do erotismo de vangarda, de Buñuel a Warhol, de Cocteau a Genet, o kitsch e o camp, além do homoerotismo internacional e nacional. Imagine o quanto fiquei puta quando o autor disse que o Jarman fez o primeiro nu frontal masculino do cinema britânico, quando isso cabe ao seu tutor Ken Russell.
O império do erotismo trata sobretudo do cinema dos anos 70, com especial ênfase em O Império dos Sentidos, Saló, Calígula, O Último Tango em Paris e Garganta profunda e tudo que representaram respectivamente.
Cinema explícito contemporâneo foca nos cinemas de Breillat, Von Trier e Cameron Mitchell.
Pornografias contemporâneas foca no postporno muito oriunda da teoria queer e contrassexualidade, além da pornografia metafórica de Bruce LaBruce.
A domesticação da obscenidade trata das tendências atuais e como ainda a violência é vista como passável, enquanto a sexualidade ainda é um tabu cinematográfico.
Lista dos filmes citados, no letterboxd: https://letterboxd.com/ladyspiggott/list/livro-cinema-explicito-de-rodrigo-gerace/
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