Feminismo & príncipes encantados

Feminismo & príncipes encantados Fernanda Breder
Fernanda Breder




Resenhas - Sobre o produto Feminismo & príncipes encantados


4 encontrados | exibindo 1 a 4


anaartnic 14/01/2023

O que as princesas da Disney alimentam?
Ser uma princesa. Acho que é o primeiro sonho de uma garota, somos expostas a isso desde pequenas e acaba sendo o nosso primeiro padrão de beleza. As narrativas sobre o 'ser princesa' são monopolizadas por uma empresa: The Walt Disney Company (ainda que existam outras, esta possui o maior alcance e impacto cultural).

O livro é a adaptação de um artigo científico, apesar disso, é uma leitura bem didática e sem termos ou construções complicadas. Ele aborda a simbologias que as princesas da Disney possuem no imaginário infantil e como elas cultivam ideais de beleza e pressões estéticas desde a infância.

Ele utiliza-se dos textos de Naomi Wolf, sobre o mito da beleza, a fim de construir um caminho que indica o quão prejudicial o simbolismo de histórias tão encantadoras podem causar. Afinal, no fim das contas, estes desenhos apenas são um retrato da imagem da mulher em um tempo-espaço específico.

O livro transmite reflexões muito interessantes e torna o leitor mais atento a estas mensagens que os filmes da Disney passam. Muitas das coisas que o livro traz me surpreenderam, por exemplo a 'magia' e 'animais' que ajudam as princesas nas tarefas domésticas serem uma analogia à ascensão dos eletrodomésticos.

Além disso, o livro traz críticas até as princesas mais 'disruptivas', apesar de toda a jornada de Mulan, a sua recompensa final acaba sendo um homem, assim como o símbolo da libertação de Elsa ser um vestido brilhante, uma castelo lindo e um penteado menos recatado. Notaram que Elsa é a princesa que possui a maquiagem mais pesada?

Deixo o restante das descobertas para a leitura, a gente precisa aprender a questionar e refletir sobre o que consumimos. O livro é bem curtinho, de fácil compreensão e eu tenho certeza que nunca mais vou assistir algo da Disney da mesma maneira.

Recomendo a leitura, apesar de ter sentido falta de uma análise mais socioeconômica (mas entendo que artigos científicos sempre possuem um recorte bem delimitado).
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Amanda 24/06/2021

Narrador: Como você se sente por ter grifado o livro inteirinho?
Eu: Eu me sinto adorável!

A capa engana um pouco, castelo desenhado, rosa choque bem princesa, letras enfeitadas e PAH! Metralhadora de conceitos técnicos. Pode ser que eu esteja meio burra... Ultimamente só leio livro fácil e manchete de notícia, então quando meu cérebro precisou mostrar serviço, ele estava bem preguiçoso. Aí fiquei confusa se o livro foi pensado para um nicho específico ou não e se passaram a mensagem certa da intenção do livro ou não.

Apesar de ter saído vesga do primeiro capítulo, cheguei no final inteira e lúcida. Algumas análises ficaram meio repetitivas e outras informações pareceram óbvias, mas eu não sei argumentar tecnicamente. Não é bem a minha área de atuação e não li quase nenhum livro citado pela autora, então não tenho bala na agulha para explicar porque algumas partes me incomodaram (no sentido de que me fizeram pensar e questionar, mas eu não encontrei respostas para as minhas dúvidas no próprio livro, então se tornaram questões em aberto).

O livro traz conceitos interessantes sobre identidade, esteriótipos de grupos e padrões que são traduzidos em imagem e aparência e em seguida reproduzidos e alavancados pela mídia. A autora cita as revistas, o meio televisivo e o cinema como 'armas' midiáticas, mas hoje podemos incluir o meio digital na definição e disseminação de novos padrões. As princesas ainda são o principal modelo de aparência das crianças/adolescentes? Ou as influencers digitais são as novas responsáveis por ditar modas e servirem de inspiração?

"Mesmo trabalhando e sendo bem sucedidas, as mulheres são imersas em conceitos de beleza que promovem o ódio a si mesmas, obsessão com o físico e pânico de envelhecer."

Tão importante quanto analisar os esteriótipos das princesas, é analisar o papel feminino das mulheres que as cercam. Temos alguns trechos que apontam o papel da figura materna, da madrasta, da figura da amiga (ou da ausência dela), mas "Feminismo & príncipes encantados - A representação feminina nos filmes de princesa da Disney" poderia se chamar "A representação DAS princesas da Disney", ao final da leitura, eu percebi que queria ter lido análises mais profundas de outras personagens.

"Dualizar os conflitos entre princesa e bruxa má poderia ser apenas uma forma de colocar mulheres umas contra as outras, fazer com que elas se vejam como rivais."

Toda a abordagem da beleza/aparência das princesas e como isso se relaciona com o contexto capitalista me deixou pensante... Partindo do conceito feminista de igualdade, deveríamos parar de comparar e vender beleza, mas a todo momento somos expostas ao conceito de bonito e feio. Eu tive uma matéria na faculdade sobre "estética da arte" e (errr... eu não lembro muito bem... mas...) logo de cara fomos questionados "O que é bonito? O que é feio? Há algo bonito e há algo feio? Quem decide o que é bonito e o que é feio?"

Bonito e feio são dois conceitos ou só um paradoxo? Às vezes penso que o que se vende e o que se propaga é um padrão, a ideia do 'bonito' vem por ele se tornar um padrão, o capitalismo te induz a querer ter/ser aquilo ao propagar um comportamento de manada e assim acaba por controlar as massas através do marketing.

Também vejo o bonito e o feio como uma questão de escolha. As representações das princesas são pensadas, desenhadas e executadas para serem bonitas, assim como a aparência da bruxa má é desenhada para ser feia. A animação, quando quer, faz até o feio ser bonito, faz o normal ter apelo. Assim como a beleza está atrelada à imagem, e muitas vezes é irreal, a 'feiura' também não deveria ser analisada assim? A mulher feia, nos desenhos vem estereotipada, assim como a bonita e se a beleza da princesa é inalcançável, a feiura da bruxa também é.

"Ninguém quer ser como elas, ninguém quer ser 'do mal', ninguém quer ser derrotado. No entanto, ninguém consegue atingir o modelo de virtude da princesa. Não estariam certas as bruxas, que tentaram eliminar esse exemplo inatingível, esta forma fechada, cujo padrão nunca conseguiremos nos encaixar?"

O livro é um bom ponta pé para esse nicho de leitura, foi bom eu ter lido antes do mito da beleza, por exemplo, e chegar lá com mais bagagem. Eu realizei uma leitura híbrida, iniciando com uma amostra grátis no Google Books e finalizando com o PDF original do TCC da Fernanda Breder (disponibilizada no site da UFRJ), espero não ter perdido muito [os perrengues que o pobre se submete para ler]. Então percebi que a estrutura do texto se manteve a mesma e como Livro, ele ficou com muita cara de TCC, não sei explicar... Talvez faltou maturidade e densidade no próprio texto. Mas eu gostei tá. Nota 3 pra mim é um nota boa, na verdade ele poderia ser 3,5 mas não consigo dar nota quebrada pelo site.
Ana 11/08/2021minha estante
Menina, depois desta tua análise eu sinto que nem preciso ler o livro. ???


Amanda 11/09/2021minha estante
Own Ana!! Obrigada.




Duda.dudagabooks 22/03/2021

Você já parou pra pensar na influência que os filmes de princesa tiveram na sua formação?
Em Feminismo e Príncipes Encantados, a @fer_breder nos apresenta, sob a ótica feminista, alguns questionamentos bastante pertinentes acerca da grande indústria da Disney em cima dos contos de princesas.

O que antes era passado de geração em geração como histórias para ensinar as crianças sobre o mundo, ao longo dos anos, com a influência do patriarcado e do capitalismo - e com um empurrãozinho do tio Walt - foi se tornando algo para manter o status quo.

Das princesas clássicas às princesas rebeldes, cada uma teve um papel influenciando não uma, nem duas, mas diversas crianças pelo mundo todo - durante muitas gerações. Questões como "o que é ser uma princesa?" e a necessidade de ser bonita para conquistar um príncipe e assim ter o seu feliz para sempre são levantadas diversas vezes ao longo da leitura. E somos alertados para o fato de que tanto a primeira princesa, de 1937, quanto a mais recente tem suas problemáticas.

Achei importantíssimo, também, o fato da autora ter ressaltado algo que não notamos em um dos filmes mais famosos atualmente: em Frozen, mesmo tendo a desconstrução da necessidade do amor verdadeiro de um homem para se libertar, a ideia de que uma mulher que não tem seu par romântico é uma mulher fria e indesejável - apesar de bem sucedida - é retratada ali, com a Elsa.

Eu adorei esse livro! Me fez enxergar vários fatores durante o meu desenvolvimento enquanto mulher que nunca parei para pensar! Se fosse listar todas as problemáticas que a Fer ressaltou, essa resenha ficaria gigante, então só digo uma coisa: LEIAM ESTE LIVRO!
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Veronica 07/02/2021

O livro demonstra como o estereótipo e o papel da mulher foi evoluindo com o passar dos anos utilizando as princesas e suas evoluções como exemplo. Muito bom a maneira como foi retratado e as teorias utilizadas.
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