Katia Rodrigues 13/02/2022
Essa peça tem muito ainda a dizer nos nossos dias
Osman Lins era alguém que sabia o que contar e como contar, meticuloso no uso das palavras no texto e com um instinto certeiro na arquitetura da peça. Lins forja nessa história personagens, situações, ações que golpearão diretamente seu coração.
Assentada em valores progressistas e regada de leveza e humor, além de uma certa poética do contraditório que serve não para "pintar a vida", mas para exagerá-la e comovê-la com os excessos da imaginação, essa obra maravilha o leitor pela harmonia nessa festa compartilhada que é uma peça de teatro.
Lendo-a, o distraído leitor sente que, com todos os seus defeitos (a peça foi escrita nos anos 1960, então algumas passagens envelheceram mal), a história está moldada com o barro das mais atemporais histórias e, portanto, vale a sua leitura.