Resenhas - Para os meus Pais

danda 24/03/2023

Uma narrativa que pode acontecer de fato,com nossos vizinhos,amigos e no final,nem damos conta. Um alerta pra prestarmos atenção aos sinais.

Carla839 21/09/2020

Uma história curta mas que por si só diz muito.
O livro nos conta a história de Clara e Amanda, uma delas tem um grande segredo e a outra não tem forças de tomar uma atitude sobre ele. Um livro triste e muito real, infelizmente

Aura 28/08/2020

O livro pode ser um gatilho para algumas pessoas
Esse livro foi um achado, queria lê-lo faz um tempo fiquei curiosa pela história.
Acredito que Clara realmente era muito jovem e desamparada, os pais ausentes, sua avó seu único porto seguro, uma criança ter que lidar com aquilo foi horrível, os traumas adquiridos pela sua omissão, mesmo que no fundo quisesse ajudar Amanda.
Creio que os pais deviam tê-la escutado, pais tem que cuidar de seus filhos e protegê-los, a culpa foi deles no momento que eles ignoraram seu relato, e deixaram que sua filha vivesse segurando um fardo tão grande ainda tão jovem.
Amanda, não sei o que dizer, só foi tão triste, uma criança entender que não pode contar com ninguém além de uma similar, aceitando viver daquele jeito, pois achava que ninguém iria ajudá-la foi de partir o coração, o quanto ela queria ter uma vida como todas as crianças, o quanto de horror deve ter passado, e principalmente por sua própria mãe não ter acreditado e deixado ela com aquele monstro, eu só pude chorar, me sentindo impotente da mesma forma que Clara.
Apesar de Amanda ter achado um final clichê o do livro, eu não acho, na verdade é bem verossimil, quantas Amandas existiram e ainda existem, enquanto vivemos nossas próprias vidas, sem ajuda, sem esperança.

Caroline Carvalho 25/07/2017

NÃO FAZ ISSO COMIGO
Eu não sei como demorei tanto pra ler esse livro que há tempos estava na minha meta..
Pois bem, fui ler. Levei um tiro? Levei UM TIRAÇO no meio da cara. No começo fiquei ~não entendi mas tô compreendendo~. Pensei em deixar pra lá. Pensei em terminar logo. E eis que foi assim: umas páginas, uns capítulos e quando vi tava em choque com o final. Pois é, migos. Não consigo falar sobre ele sem spoilers, e por incrível que pareça, o final era necessário. O meu problema é que livro/filme que envolve criança eu já fico toda chorosa. Mas esse choro, meuzamigos...... deveria ter uma página só preparando o nosso psicológico e ainda assim seria pouco.

Gisa 30/05/2016

Para os meus pais é um livro narrado em primeira pessoa pela Clara. Acompanhamos a vida de Clara desde que ela é uma menina. Seus pais, sempre muito ocupados, a deixam morando com a avó.

Então Clara conhece Amanda. Amanda é uma menina da sua idade, mas ela parece diferente... Não parece ter um sorriso muito sincero, parece meio desligada, misteriosa...

Os instintos de Clara, dizem que ela deveria ficar longe da menina, mas ela não consegue. A amizade das duas vai ficando cada vez mais forte, até que ela descobre algo terrível.

E agora, o que fazer com essa descoberta? Contar para algum adulto? Manter segredo? Como Clara e Amanda irão crescer aguentando todo esse peso?

Mar Paschoal utilizou uma narrativa diferente para apresentar um problema da nossa sociedade. Neste livro, nós não acompanhamos a vítima. Nós acompanhamos a melhor amiga dela.

Clara e sua impotência. Ela queria tanto mudar as coisas, mas ela é apenas uma garota, o que ela pode fazer?

A medida que o tempo passa, Clara vai piorando. Ela fica depressiva, não quer mais sair de casa, se esconde com várias camadas de roupas, fica doente, não consegue comer. Com o passar do tempo, ela deixa de viver.

É muito triste ver tudo isso acontecendo. E é muito fácil ter empatia por essa garota. Ela podia não ser a vítima, mas ela sofria igualmente. Sofria porque se sentia incapaz, sofria porque não havia nada que ela pudesse fazer - e ela tentou.

A autora abordou um assunto muito delicado de uma forma totalmente nova (desconheço um livro que seja desta forma, mas não conheço todos os livros do mundo).

Através dessas poucas páginas, nós sofremos, nós choramos, nós nos damos conta de como as coisas estão erradas. O livro aborda sobre a problemática de fazer os adultos acreditarem nas crianças. Quem é que iria acreditar nas meninas quando um pai de família está afirmando outra coisa? Não gente, infelizmente os pais raramente acreditam nos filhos. Sei disso, passei por isso. NENHUM adulto acreditou em mim. Os adultos (em sua maioria) acham que estão sempre corretos. Os pais adoram encher a boca para dizer "mas se é com a minha filha", só que quando é com a filha deles eles não acreditam. Eles preferem acreditar que as crianças estão exagerando. É mais fácil. Só que nem sempre o mais fácil é o certo.

Não é fácil ler estas 75 páginas.Não é mesmo. É angustiante, é sofrido, dói, machuca, a gente quer se revoltar contra o mundo. Mas é importante lermos esse tipo de coisa pessoal. Acho que o livro é uma grande ajuda para quem está passando por isso, mas principalmente, os pais, professores e responsáveis precisam ler histórias como essas.

A gente precisa parar de fechar os olhos gente. Às vezes a verdade está na nossa cara e a gente não quer ver. Mas as nossas crianças precisam da gente.

Então fica o apelo aqui. Prestem atenção nos nossos pequenos. Escutem tudo o que eles tem a dizer. Acreditem neles. Não importa que eles estejam acusando seu melhor amigo. Vocês podem estar matando seus filhos. Deixando que outros matem seus pequenos.

Não é preciso dizer que indico o livro a todos não é?
Infelizmente, a revisão dele está péssima, o que as vezes, atrapalha muito a leitura. Mas do fundo do meu coração, acho que a denúncia presente nestas páginas é mais importante do que uma boa revisão* .

E é isso pessoal. Quem aqui já vai ler? Quem aqui a partir de hoje, vai dar atenção aos nossos meninos e meninas?


*É claro que a revisão é muito importante. Mas às vezes, a gente precisa é conhecer o conteúdo. Problemas de revisão, um bom revisor corrige. Livros vazios e sem conteúdo, revisor nenhum consegue corrigir.

site: http://profissao-escritor.blogspot.com.br/2016/05/para-os-meus-pais-historia-de-clara-e.html#comment-form

Atila Guilherme 09/04/2016

Um bom começo
Mar Paschoal, mais conhecida na rede como "La Garota", lançou seu primeiro livro pela Amazon e fui correndo conferir o que me aguardava. Ao mesmo tempo que tenho essa birra com os brasileirinhos, tenho a qualidade de começar a ler os livros sem qualquer tipo de preconceito. E se vocês, assim como eu, tem essa visão de que "livro nacional não presta", é melhor deixá-la de lado agora e correr para devorar as páginas (virtuais) do primogênito da blogueira.

Para os Meus Pais - A História de Clara e Amanda, é uma história que se passa nos dias atuais. Temos duas protagonistas, como o próprio nome já diz. Clara é uma menina simples e até determinado ponto, feliz. Ela vive com sua avó em uma pequena cidade e sofre diariamente com a ausência dos pais que vivem para o trabalho, para baladas e para a vida social. Já Amanda, é uma garota misteriosa que não se mistura com muitas pessoas. Esse clima misterioso em torno de Amanda, acaba chamando a atenção de Clara.

Logo nas primeiras páginas, somos surpreendidos pelo vínculo que as duas crianças acabam criando. Clara e Amanda completam uma a outra e em pouco tempo tornam-se melhores amigas.

Paralelamente, cada uma das protagonistas sofre seu drama particular. Apesar de ser muito bem cuidada pela avó, Clara sente falta dos pais (ela não admite, mas conseguimos perceber pelas cartas que a menina escreve durante o livro, que tudo o que ela queria, era que seus pais a notassem). No decorrer da história, percebemos que o substantivo "pais" acaba perdendo o significado para Clara. Para ela, a pessoa que representa seu pai e sua mãe, é sua avó. Essa relação entre neta-avó é muito bem construída no livro. Os diálogos, a relação entre as duas e o amor que Clara demonstra com sua "velhinha" (como ela a chama) é emocionante. Já Amanda sofre com os castigos de seu pai, castigos estes, que não são compreendidos pela jovem Clara. Tudo o que ela sabe, é que se Amanda não cumprir suas "obrigações" será castigada.

Após sermos apresentados a vida das personagens, somos introduzidos no principal drama do livro. Clara começa a perceber que Amanda nunca a convida para ir até sua casa. Um dia, voltando da escola, Clara decide ir até a casa de Amanda para descobrir o porquê a amiga não foi até a escola e lá depara-se com Declan, o pai de Amanda. O homem convida a amiga da filha para entrar em casa e Clara mata sua curiosidade em conhecer o lar de Amanda. Ao mesmo tempo, Clara fica incomodada com algo que ela não consegue compreender. Como diz aquele ditado: A curiosidade matou o gato. Sozinha com o pai de Amanda, Clara acaba passando por uma experiência traumática com o homem. Apesar de não sofrer nenhum dano físico, o trauma psicológico muda a vida da garota para sempre.

O que acontece com Clara dentro da casa de Amanda, choca e atormenta até o mais forte dos leitores. Ao final da primeira parte do livro, Amanda visita Clara e descobre que a amiga foi até sua casa e que ficou traumatizada pela experiência que passou. Amanda acaba contando o porquê não pode receber visitas e também acaba falando toda a verdade sobre a sua vida com o pai. Clara, que já estava amedrontada com o que viu, ficou totalmente transtornada. Após desabafar sobre sua vida e seu drama particular, Amanda faz Clara jurar que nunca contará a ninguém o que sabe. E essa promessa também atormentará Clara por sua vida inteira.

Passam-se alguns anos e Clara e Amanda tornam-se adolescentes. Percebemos claramente que Clara criou graves problemas psicológicos devido a vida que Amanda leva. Clara não consegue compreender o porquê as coisas com a amiga tem que ser daquele jeito e além disso, soma-se o fato do trauma que sofreu quando criança com o pai de Amanda.

Apesar do drama ser vivido por Amanda, é Clara quem sofre e quem fica visivelmente transtornada. O amor pela amiga e a promessa que fez de que um dia iria tirá-la daquele lugar faz com que Clara não consiga viver normalmente. A impotência diante da situação a torna refém de si mesma e seus próprios pesadelos acabam fazendo com que Clara destrua pouco a pouco a si mesma.

Sou muito sensível com histórias que envolvem crianças. Fiquei realmente em choque com o decorrer da história e apesar de não compreender a princípio a reação de Clara, visto que quem deveria ter problemas psicológicos seria Amanda, ao final do livro pude perceber o que a autora tentou nos transmitir com a personagem principal. Clara é uma pessoa de coração puro, uma pessoa que ama de verdade, que sofre por quem gosta e que busca o bem de quem está ao seu redor. A cena em que os pais de Clara dão dinheiro para que ela gaste com roupas novas, achando que esse é o motivo de sua tristeza, e a garota vai e entrega o dinheiro a um mendigo necessitado, é formidável. Vemos ali, o quanto essa protagonista foi bem trabalhada na história.

Não vou negar que as duas mortes do livro me deixaram a ponto de chorar. Principalmente, a primeira (quem já leu sabe de quem estou falando). Fiquei emocionado com a parte em que Clara descobre que essa pessoa faleceu e em como a menina lidou com a situação. A morte final, apesar de triste, foi necessária para fechar a história com chave de ouro. O livro precisava desse final.


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