Paula Maria 15/01/2016
Vermelho púrpura
“Beijo Mortal” não tem seres sobrenaturais nem almas do além. Mas o mal está presente e por si só faz jus a categoria “terror”. Entre os meus livros preferidos de R.L.Stine, este título faz parte da coleção Rua do Medo. Na trama, Délia e Karina são amigas/rivais que vivem um triângulo amoro com Vicent, um cara... gato, sarado, sedutor e cafajeste.
Se Karina é a “senhorita perfeita”, educada, de fala mansa, com o rosto lindo e um corpo de fazer inveja às outras mulheres da escola, Délia é um furacão, que fala alto, gosta de roupas modernas e cores berrantes. Vicent, na dúvida sobre qual namorar, namora as duas – sem que uma saiba da outra. Mas logo no início do livro percebe-se que ele tem uma quedinha maior pela primeira.
As duas disputam o tempo todo: amigos, notas, estilos... E, agora, o prêmio do concurso de arte, que dará a oportunidade de quem vencê-lo estudar em uma universidade descolada de Nova York. A briga é acirrada. Mas, ainda que a vaga na faculdade seja importante, o rapaz é o maior ponto de discórdia entre as duas.
Em suma, tudo vai bem, até que Vicent morre. Assassinado. Como ponto de partida da resolução do crime, o batom vermelho de Délia no rosto dele. Começa então a busca por quem é o assassino (ou assassinos!).
Reviravoltas
Trata-se de um livro de fácil e rápida leitura. Daquelas histórias que faz a gente perder a noção do tempo. Tem reviravoltas e incidentes tensos o suficiente para prender a atenção e, embora o final seja um pouco previsível, tudo leva o leitor a questionar se está acontecendo realmente aquilo que está sendo descrito.
Falta, como sempre observo nos livros de Stine, um desfecho completo. O que aconteceu com Sarah? Qual relação entre ela e Karina? Enfim, ficaram algumas janelas.
De qualquer forma, “Beijo Mortal” é um livro menos infantil (algumas editoras, inclusive, o colocam como “jovem adulto”), e recomendo para todos que gostam da série de terror do autor. (Paula Maria Prado)