Os Bandoleiros

Os Bandoleiros Friedrich Schiller




Resenhas - Os Bandoleiros


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Cosmonauta 26/01/2023

Ímpeto
"A peça foi uma surpresa, uma experiência que a Alemanha jamais havia visto e vivido. Apresentava força no golpe, um ímpeto dramático inigualável."

"Tudo na peça é ímpeto, tudo é arranque. Os movimentos não são suaves. Quando alguém se levanta, dá um salto. Quando alguém se afasta, o faz correndo. A sucessão de golpes é interminável e intensa."

Prefácio de Marcelo Backes
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Júlio 20/08/2016

A peça foi escrita antes de Schiller completar 20 anos de idade, e é incrível o nível de cultura e o alcance de sua imaginação nessa obra. A história é sobre a família aristocrática Moor, em que o conflito entre os irmãos Franz e Karl movem a peça. Karl é o primogênito, rapaz de boa aparência, bem querido pelo seu pai e amigos e herdeiro por direito da posição de seu pai, já Franz é um homem de aparência menos afortunada, se sentindo ignorado e injustiçado por seu pai, pela religião e pelo destino. Franz então consegue enganar seu pai, difamando seu irmão, fazendo com que o mesmo seja banido de sua casa, o que leva Karl a cair em desgraça e montar um grupo de bandoleiros.

Schiller não tem ressalvas em deixar claro suas influências, há diversas referências a Goethe (especialmente a Werther), a bíblia e principalmente a Shakespeare, não só em termos de citações, mas também na construção dos próprios personagens. Franz é discípulo de Iago, e há muito de Hamlet aqui, principalmente no monólogo de Karl no 4º ato. A peça porém tem seus momentos de originalidade, como no 1º ato em que Karl diz que "A lei não deu ao mundo nenhum homem de grandeza, mas a liberdade incuba e faz nascer colossos e extremados", idéia essa que mais tarde seria desenvolvida por Dostoiévski em seu Raskolnikov, e no 5º ato os diálogos entre Franz e o Pastor que são ótimos.

Os pontos fortes nessa peça são sem dúvidas os monólogos, a trama em si é bem característica do Sturm und Drang, excepcionalmente trágica com suas emoções exageradas e diálogos cheios de ímpeto, raiva e paixão. O autor falha em acertar certos pontos, o pai da família, Maximillian, não tem sua conclusão na história, é simplesmente esquecido, e o final de Amélia (assim como sua personalidade) é bem raso, no geral é uma peça que vale muito mais pela jornada que pelo seu desfecho. Os bandoleiros de Karl também são um ponto alto da peça, em que seus nomes são um presságio de sua personalidade e de seu fim na peça. Um dos bandoleiros em especial, Spiegelberg, personagem traiçoeiro, malandro e judeu, tem um desfecho (ainda que justificado) relativamente anti-climático, como se sua função na história não tivesse sido completamente cumprida.

Mesmo com suas falhas é uma peça sólida, e só pelos diálogos dos irmãos já vale a pena conferir a obra. Franz foi para mim o personagem mais interessante da história, de início suas justificativas e forma de agir não causaram grande impressão, mas ao decorrer da história eu tive a forte suspeita que o seu papel, na peça atuada, deveria ser reservado ao melhor artista disponível, pois cabe a ele segurar a ira que guia todos os personagens.
Fabíola 25/03/2017minha estante
Excelente.




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