Isa 01/08/2011
Um amor anarquista
História da única experiência anarquista vivida aqui no Brasil, em Palmeira um grupo de italianos funda em 1890-a Colônia Cecília mesclada de fatos históricos e imaginários.
Crescendo de forma descontrolada, o grupo passa por muitas privações na tentativa de garantir um nível de vida digno a todos,e isso sem obrigar ninguém a trabalhar.
O incentivo governamental aos imigrantes ajudava na implantação da Colônia, mas os problemas foram se acumulando. Um deles era de uma urgência incrível – a falta de mulheres dispostas a experimentar o amor livre, a única forma de destruir o poder do pai de família que é um dos princípios do anarquismo, mas que antes, mais ainda do que hoje, tinha um estereótipo a ser seguido.
No centro deste novo modelo social, um idealista, o italiano Rossi; como verdadeiro cientista, inocula nas próprias veias o remédio experimental, vivendo um caso de amor em que três homens compartilham a mesma mulher.
Fora esse caso de amor livre só houve mais um na Colônia; pois os homens e mulheres não eram dignos o suficiente para por em prática seus ideais, se é que tinham algum ideal..., e estavam ali apenas para ter lar e comida sem ter a obrigação de trabalhar.
A colônia serviu para provar que sem os laços de família é possível levar a vida anarquista, e que o socialismo só será viável se tiver capacidade de produzir bens materiais suficientes, garantindo condições dignas aos trabalhadores; caso contrário, eles preferirão sempre a exploração dos capitalistas; como foi o destino da Colônia que se acabou.
Mas mais ainda do que isso, serviu para provar que o amor livre pode e é capaz de existir. No entanto não importa de quantas pessoas seja o amor livre, aquele amor para vida inteira só vai existir entre um casal; que se vivesse uma relação monógama o prazer deixaria de ser prazer e se transformaria em rotina.