Suelen Mattos 22/03/2019
Poderia ter sido bom. Mas foi apenas tolerável.
De todos os livros da série, esse é o que eu tinha menos vontade de ler, porque ele tem muitas coisas que eu particularmente não curto nos romances. Geralmente evito histórias com mocinhas viúvas. Também evito histórias em que um dos protagonistas já tenha tido um relacionamento com algum parente do outro. Mais uma coisa que eu não gosto muito é de grandes passagens de tempo no meio da história. Como sempre digo, passagem grande de tempo, pra mim, só no epílogo. Para a minha infelicidade, esse livro reúne TODAS essas coisas, já que a mocinha é viúva, o mocinho é primo do falecido marido dela e a história é dividida em duas partes, com uma passagem de tempo de quatro anos entre elas. Então foi com muito desânimo que eu comecei a leitura.
Eu levei dois meses e meio pra ler esse livro, o que é muita coisa, já que eu levei menos tempo pra ler os cinco anteriores e seus respectivos segundos epílogos — JUNTOS. Mas eu não conseguia me envolver (tanto que durante essa leitura li outros 16 livros paralelamente). No começo, nem sabia dizer exatamente qual era o meu problema com o livro. Achei Michael ótimo. Francesca não era a minha Bridgerton favorita, talvez por ela ter aparecido pouco na série (e por isso não ter criado nenhum vínculo com ela), mas até então não a achei uma mocinha ruim, não. Acredito que minha dificuldade inicial era causada mesmo pelo tipo de trama que eu não curto. Histórias assim, em que a mocinha é viúva e que o mocinho é parente do falecido, geralmente trazem muita bagagem do passado, o que sempre atrapalha o romance. Por isso é que eu as evito, porque quando leio um romance, eu quero encontrar... bem, romance, né?! E foi exatamente essa "bagagem que atrapalha o romance" que aconteceu aqui. O livro tem 24 capítulos + epílogo, e só no capítulo 17 é que a coisa começou a evoluir entre Michael e Francesca. Antes disso, foi uma enrolação sem fim entre ele a amar e se sentir culpado por isso, e ela não entendendo porque ele agia estranho, num misto de saudade dos velhos tempos e raiva por ele ter partido, deixando-a sozinha, viúva. Então há de se imaginar que depois que a coisa entre eles começasse a andar, o livro ficaria melhor, certo? Errado! Foi aí que o problema realmente começou...
Desse ponto em diante Michael ficou ainda mais fofo e apaixonante, ao passo que Francesca se transformou numa chata bipolar. Ela ia pra cama (ou pra mesa, ou pro chão) com ele o tempo todo (aliás, daí em diante a história sumiu de vez e o livro virou só pegação mesmo), mas após o ato fugia dele. Literalmente. A mulher ficava até oito horas fora de casa, só para não ter que olhar para ele. E Francesca não sabia o que queria. Michael queria ficar com ela e Francesca não queria. Reclamou, pediu um tempo e espaço. Ele atendeu e ela ficou chateada porque o cara não a procurava, nem conseguia encontrá-lo pela casa (alooou, você que pediu por isso). Sim, ela perambulava pela casa de noite de camisola provocante e ficava em lugares onde sabia que ele iria encontrá-la — de propósito — como ela mesma admitia. Dormia com ele e depois queria distância. Só pra depois implorar para ser tomada outra vez. E ficar reticente novamente quando tudo terminava. Os capítulos finais foram praticamente nesse ritmo enervante. Eu já estava torcendo pro Michael ir embora dali e encontrar alguém melhor, que o merecesse e o tratasse como ele merecia ser tratado. E também queria que no final ela corresse atrás para tê-lo definitivamente. Mas até mesmo esse momento foi totalmente sem graça da parte dela. So-cor-ro! Só lá pelo capítulo 22 é que a coisa começou a melhorar e a ter forma de romance MESMO, mas aí já era tarde, porque o livro já estava acabando (24 capítulos ao todo, lembra?!). Nem deu pra curtir muito, não. Uma pena!
Esse foi o livro que eu menos gostei, até agora. Dei nota 3, e isso só pelo Michael mesmo. O excesso de bagagem e passado entre o casal prejudicou o romance, sufocando o que poderia ter sido uma história linda (porque o final foi, sim, lindo, mas não o suficiente pra me fazer esquecer a raiva que passei no restante da história). A leitura só valeu a pena por causa do Michael. E ainda acho que ele merecia uma mocinha melhor. Não que a Francesca seja essencialmente ruim, mas não gostei da forma como tratou o Michael. Ela não era obrigada a gostar do homem, nem o querer, mas se aproveitar do corpinho dele e depois agir como se o desprezasse não foi legal. No final, o amor de Francesca por Michael não me convenceu. Foi como se ligasse um interruptor e, de repente, ela o amasse. Sei lá, não foi natural pra mim.
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