Pawana

Pawana J.M.G Le Clézio




Resenhas - Pawana


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Vilamarc 25/03/2020

Pawanas em extinção
Que livro curto e triste!
Caçadores de baleias encontram um santuário intocado, berçário de baleias de todas as espécies.
A baia de águas azuis e límpidas infestadas de baleias-mães e bebês viram um largo lago vermelho rodeado de carcaças.
O livro divide-se em relatos lembranças do velho Melville, comandante da embarcação que descobriu a baia berçário e do grumete John de Nantucket, então um adolescente.
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Aguinaldo 09/02/2011

pawana
Comprei este livro na feira de Porto Alegre. Neste ano a maioria dos livreiros, jornalistas, escritores e especuladores de plantão reclamaram do formato, organização e vendas. Arautos, pregoeiros e cassandras anunciavam o fim do livro e do próprio futuro da feira. Em meio aos ventos e a grita geral o povo de uma banca, capitaneada pela czarina Gisela e seus fiéis boiardos Carlos e Claudio, parecia não se importar muito com as reclamações e seguia seu rumo, o de capitães de longo curso. Trabalhavam diligentes e sérios, com critério, vendendo livros de uma única editora (a Cosac Naify). Duvido que eles tenham vendido muito menos que nos anos anteriores. Acredito que a segmentação, a fuga da mesmice dos títulos encontrados na maioria das bancas seja o diferencial a ser alcançado. A CESMA também esteve na feira e teve boas vendas, calçada em seus bons títulos e no bom atendimento. "Pawana" é uma pequena novela que conta uma história terrível. Mesmo o mais otimista termina o livro um pouco mais descrente da raça humana, de seu futuro, de sua moral torta, de sua ética vaga. Le Clézio conta a história da descoberta de um local próximo ao sul da atual baixa Califórnia, na costa oeste do México, onde as baleias costumavam ir para ter seus filhotes. A matança é contada por dois sujeitos (o capitão de navio baleeiro, que descobriu a passagem, e um jovem marinheiro, em sua primeira viagem). O capitão parece se penitenciar pelo seu ato inaugural. O jovem acrescenta que à morte das baleias seguiu-se a destruição do lugar, da paisagem, da fauna, dos índios, até que em poucos anos não sobrasse nada além de areia e restos brancos das carcaças das baleias. Assim como viu as baleias o jovem vê uma jovem índia do lugar ser prostituída e descartada. A degradação toma conta simultaneamente das coisas e da alma dos homens. O leitor tem de ser corajoso e seguir, mesmo quando lê trechos como: "Acho que já não tínhamos alma, não sabíamos mais nada da beleza do mundo. Estávamos embriagados pelo cheiro de sangue, pelo ruída da vida que escapava com o sopro. Eu agora me lembro do olhar dos homens. Será que não notei na hora? Era um olhar decidido e sem piedade. (...) Lembro-me do olhar do garoto que estava com a gente, que me encarava com uma pergunta sem resposta. Hoje eu sei que pergunta era essa, a explicação que ele me pedia: como alguém pode matar o que ama?" Le Clézio consegue em um pequeno texto nos alertar e inspirar. As "Pawana", como os nativos esquimós chamam as baleias, continuam sendo massacradas, como se os homens continuassem incapazes de amar. Talvez seja assim mesmo, talvez sejamos capazes de apenas amar o passado, o lendário, o já morto e destruído. A edição da CosacNaify é belíssima, com ilustrações de Eloar Guazzelli que amenizam um tanto a crueza do texto. [início - fim 30/10/2009]
"Pawana", J.M.G. Le Clézio, tradução de Leonardo Fróes, ilustrações de Eloar Guazzelli, editora Cosac Naify (1a. edição) 2009, capa-dura 16x23, 63 págs., ISBN: 978-85-7503-848-2
Marta Skoober 19/06/2012minha estante
Me impressionou:
Mesmo o mais otimista termina o livro um pouco mais descrente da raça humana, de seu futuro, de sua moral torta, de sua ética vaga.



OceaneMontanea 19/11/2015minha estante
Adorei sua resenha! E é isso mesmo. Li esse livro há 6 meses e até agora, quando me lembro, tenha essa sensação de desolação, de dureza...




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Georgeton.Leal 26/12/2017

Um alerta bem dado
O clima penoso e melancólico de Pawana é capaz de deixar o leitor com um "nó na garganta". É uma leitura inquietante, mas creio que essa foi a intenção do autor a fim de transmitir sua mensagem de alerta sobre o quanto a crueldade humana contra a natureza pode ser nociva. A narrativa aborda a terrível caça às baleias no século XIX e foi inclusive inspirada na história real de um navegador da época que veio a se arrepender depois de ter participado de tamanho massacre. No final, a indagação "como alguém pode matar o que ama?" fica martelando na cabeça, nos deixando uma contundente reflexão. Esse é o primeiro livro de J.M.G. Le Clezio que leio, e de cara, já gostei do autor. Excelente prosa em uma abordagem objetiva a respeito de um assunto tão imprescindível como a preservação do meio ambiente.

site: https://senso-literario.blogspot.com/2021/11/um-alerta-bem-dado.html
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Higor 30/06/2018

Sobre a desastrosa relação homem versus natureza
Laureado pela ‘aventura poética’ e por ‘explorar a humanidade além da civilização pátria’, Le Clézio aquece o coração do leitor com mais um livro singelo e tocante. E o mais surpreendente de tudo é que consegue tal feito com menos de 50 páginas.

Uma homenagem ao clássico Moby Dick, ‘Pawana’ é um conto que fala sobre uma lenda sobre um lugar encantado, em que as baleias-cinzentas vão até lá para terem seus filhotes. Tal exuberância natural já seria o suficiente para encher os olhos do leitor, mas a mão certeira de Le Clézio enriquece ainda mais o já grandioso detalhe do livro.

Entre dois protagonistas e uma relação forte entre si, um capitão e um viajante em sua primeira viagem, a história narra, de maneira sombria, como a mão humana, como sempre, consegue devastar tudo o que está em sua posse. Dessa vez, além da abordar o que já tanto aconteceu, as destruições naturais por conta de desmatamento e colonização e afins, temos também uma matança sem precedentes de baleias-cinzentas, tanto para uso comercial, como de diversão.

É impossível não ler ‘Pawana’ e não sentir, no mínimo, um pouco de desprezo pela humanidade, por nós mesmos, detentores de pensamentos, atitudes e comportamentos, em meio a tantas escolhas decisivas tanto para nós, quanto para o mundo, acabamos por preferir aquilo de pior. De mais sujo. E não nos incomodamos em roubar o lar dos animais, quando fomos nós que chegamos por último, nem ao causar o derramamento do sangue das baleias escorrendo pelo mar, assim como os gemidos de dor por conta da lança que as desfere.

É interessante ressaltar que o autor não nos incomoda apenas com o momento em que a devastação está acontecendo, mas há um corte considerável no tempo, e somos levados para muitos anos depois, onde conferimos o depois, e nos deparamos com o caos, pois não houve uma preservação sequer, uma atitude de conservação, um novo plantio, nada... Apenas a natureza sendo sugada, destruída, sofrendo para manter a humanidade com sua hipocrisia.

A edição da Cosac Naify, como era de se esperar de todo trabalho da mesma, é maravilhosa, com ilustrações belas e sombrias de Guazelli, pontuando a horrenda atitude humana. Trabalho primoroso.

Incômodo sem ser apelativo, assim como pontual e urgente sem ser enfadonho, ‘Pawana’ é um livro que machuca, por ter uma escrita bela sobre um comportamento natural, incrível, que deveria ser intacto, inviolável, mas que, com a inserção humana, causa destruição, sangue, extinção de animais.

Este livro faz parte do projeto 'Lendo Nobel'. Mais em:

site: leiturasedesafios.blogspot.com
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Leticia Garozi 13/04/2020

Extremamente doloroso
Um livro curtinho, para se ler em um dia, mas para refletir para sempre. Daqueles que deixam um nó na garganta. Conta a destruição da natureza pelo homem, do rastro de vazio e decadência deixados por onde passa. Deixa o questionamento: até quando iremos prosseguir com a matança dos animais?

"O rio também mudou. Agora é fino e estreito, apenas um filete de água (...). Como se o vento e o sol tivessem secado a água dos morros. Mas bem sei que o vento não tem nada a ver com isso. A morte veio dos homens."
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OceaneMontanea 19/11/2015

Esta (como quase todas do Skoob) não é uma resenha
Um livro curtíssimo, lido em menos de 1 hora, mas de uma leitura muito estranha que me deixou engasgada. Uma edição muito bonita, ilustrada, capa dura, que me chamou a atenção na biblioteca quando eu procurava um livro para ler em um dia. Um livro que me fez mal, porque trata de matança de baleias e da destruição que o homem pode causar em tudo ao seu redor, na sua própria vida e meio. Para uma amante da natureza como eu foi muito duro. Por outro lado, é um livro bem escrito, e que deixa a sensação de que não é só aquilo, não é só a crueza, mas sim também sobre um primeiro amor, o lado bonito do homem, os sentimentos, o apaixonar-se, o compadecer-se. Então, foi muito estranho. Demorei até pra avaliar este livro. Se eu desse 1 estrela seria injusta pois é uma escrita muito boa, mas se eu desse mais de 2 estrelas seria mentirosa, porque me fez mal.
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Cynthia Souza Brasil 27/08/2017

(Esse Pawana é inspirado numa lenda - verdadeira - sobre um lugar encantado onde as baleias cinzentas iram parir seus filhotes).

Bastou ler essa frase para que aguçasse a minha vontade e curiosidade de saber mais sobre esses animais os quais me admiram, me encantam e ao mesmo tempo me apavora em pensamentos. Pois eles deveriam ser intocáveis tanto quanto outros seres vivos que se encontram nesse universo dos mares.

O livro nos conta sobre esse refúgio secreto que milhares baleias se reuniam para parir seus filhotes longe de qualquer perigo, tanto que as baleias machos formavam uma volta como uma linha de defesa para não ter qualquer interferência nesse espetáculo particular deles.

Porem mas uma vez a ação humana nos enoja mostrando a crueldade de descobrir e invadir esse espetáculo transformando em um caos sem tamanho em puro sangue e prazer de destruição.

Fico me perguntando até aonde vai a capacidade humana de ir invadindo espaços que não lhe pertence somente para destruir e acabar com tudo de há de mais belo na natureza. São tantas peguntas sem resposta que não há entendimento caso houvesse respostas.

Chego a pensar que esses seres humanos capazes de tal atrocidades são seres ocos sem alma que não consegue enxergar mais nada da beleza do mundo e sim sua própria arrogância e frieza.

É o que falta no mundo amor ao próximo seja la o que for, ame por amar, faça o bem sem olhar quem. E quanto a esse caso especifico fica a pergunta como pode alguém matar o que ama?
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Regina Marcia 31/12/2017

Pawana
Um livro concentrado, quase um poema... um poema sobre um período selvagem do Homem... livro tocante... lindo...um sabor de quero mais
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Carime.Pinhatti 07/02/2023

Um livro que fala de maneira breve sobre a maneira com que o ser humano se relaciona com a natureza muitas vezes...uma história muito triste que, infelizmente, não é pura ficção...
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