Cândida 24/05/2024
INTANKAVEEEEEELLLL
Durante essa leitura eu só pensei "caraca mas a vida é mesmo uma constante oscilação entre a ansia de ter e o tédio de possuir, ne amados?", ou "nasceu aqui ó, branquinho, bonitinho, playboysinho, e conseguiu ser um INCOMPETENDE EM TUDOOOOOO INTANKAAAAVELLLLL". Brás Cubas tinha a faca e o queijo na mão, mas não gostava de queijo e não sabia usar a faca (meio bobo? Com ctz, mas achei que se encaixa). É um homem que tem tanto, que não conquista nada, tudo que aprendeu, aprendeu superficialmente, tudo que sentiu, sentiu apenas no calor do momento, e tudo que fez foi por impulso ou vaidade (e uma vontade superficial, impulso infantil). Gostei da ironia da história, de Brás sendo uma eterna criança acostumada a agir por impulsos e buscando conquistas aleatórias para tentar achar seu rumo. Demorei MUITO mais que o comum pra ler esta, pq essa é uma história sobre a vida nada extraordinária de um homem nada extraordinário, entende oq quero dizer? Sem grandes conquistas, sem super acontecimentos, e cheia de passagens meio sem proposito (acho que é de propósito, se for é genial, pq senti o tédio da vida de Brás em muitos momentos, se não for, Machado escreveu esse livro com mt raiva). Brás não é um homem bom, nem um homem ruim, é a imagem perfeita de muitos homens ricos, foi uma criança que não teve limites, um adolescente cheio de privilégios, um adulto vaidoso e preguiçoso, alguém tão cercado de privilégios que não existe mais nenhuma regalia valiosa pra conquistar, é uma vida bem triste. Sabe "uma vida pequena", da Hanya Yanagihara? A vida de Jude não teve nada de pequena, e aquele livro nada mais é que a história de um cadaver, seria fácil trocar os títulos, aquele seria "memórias póstumas de Jude Sant. Francis" e este seria "Uma vida pequena", pq não existe nada que torne uma vida menor, que a falta de proposito. Ótimo livro, recomendo, é barato e cheio de frases memoráveis e filosofias incríveis, por mais que Brás fique no limbo entre ser um homem bom e ser um homem ruim, ele ainda é um bom personagem, cativante, e a história é um retrato mt real da vida de alguém que não precisa lutar por nada que tem, e que por isso tbm não tem nada de real valor.