Os Humanos

Os Humanos Matt Haig




Resenhas - Os Humanos


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Claudia Cordeiro 10/11/2017

Nota 5 em 1o. lugar pela imaginação do escritor! mas o livro como um todo é bem agradável de se ler.
Da pág. 290, Conselhos para um humano (mas é para um específico, rsss): "Todos são uma comédia. Se as pessoas estão rindo de vc, é porque não entenderam bem a piada que são elas mesmas." - "Sua mente é aberta, jamais deixe que se feche." - "Há muitos idiotas na sua espécie. Uma porção. Mas vc não é um deles."A atração física é, basicamente, glandular."
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Rfgaugustin 20/05/2017

O amor servia para ajudar a sobreviver.
Um alienígena tomou o corpo de um matemático que fez uma grande descoberta referente à teoria dos números primos, a qual poderia alavancar grandes progressos para a humanidade. Ele foi enviado porque a raça alienígena concluiu que o estado psicológicos dos humanos não comportavam tal avanço científico.

A história se passa nos esforços desse alienígena para cumprir sua meta (apagar qualquer vestígio da descoberta inclusive matando quem sabia sobre sua existência) e se adequar e compreender os humanos ao seu redor.

Selecionei alguns dos trechos que mais gostei.

"Na Terra é preciso gastar muito tempo viajando entre lugares, seja por estradas ou em trilhos ou em carreiras ou relacionamentos".

"Basicamente, a regra-chave é: se quiser aparentar sanidade na Terra, é preciso estar no lugar certo, vestindo as roupas certas, dizendo as coisas certas e pisando apenas no tipo certo de grama".

"Eles estavam sorrindo, mas era um tipo de sorriso diferente, confinado nos lábios e ausente dos lábios."

"Porque a possibilidade da dor está no lugar de onde o amor surge".

"Cuidar uns dos outros é autopreservação".

"Passado e futuro eram mitos. O passado era apenas o presente que tinha morrido e o futuro nunca existiria porque, ao chegar até ele, o futuro teria se tornado o presente. O presente era só o que existia. O presente sempre em movimento, sempre mutante. E o presente era caprichoso. Só poderia ser pego abandonando-se".

"O maior ato individual de bravura ou de loucura que alguém pode praticar é o ato de mudar".

A solidão é tão universal quanto o hidrogênio.

"A vergonha é uma prisão".

"Não se preocupe com seus talentos. Você tem talento para amar, e isso é suficiente".

"Muitas vezes você terá de mudar para seguir em frente".

"Descartar o impossível é descartar a si mesmo".

"O fracasso é uma ilusão de óptica".

"Só porque vocês conseguem, não significa que podem. Há poder e beleza em conjecturas não provadas, em lábios não beijados e em flores não colhidas".

"Não é a técnica, é o método. Não são as palavras, é a melodia".

"Permaneça vivo. É o maior dever que tem para com o mundo"

"Não pense que sabe. Saiba que pensa".

A matéria escura é necessária para manter as galáxias juntas. Sua mente é uma galáxia. Mais escura do que clara. Mas a luz faz com que valha a pena. O que vale dizer: não se mate. Mesmo quando a escuridão for total. Saiba sempre que a vida nao é estática. Tempo é espaço. Você está se movendo através daquela galáxia. Espere pelas estrelas.
Miguel Solano 13/02/2018minha estante
Concordo demais! Esse livro é genial e o Matt é um escrito fantástico!




Mil 25/03/2017

Pensa numa história, estranhamente maluquinha mas totalmente deliciosa ao mesmo tempo que pode ser tão realista quanto o ar que respiramos. Pensou? Então, te apresento "Os Humanos". Uma trama contada sob o ponto de vista de um alienígena que foi enviado à Terra com a missão de eliminar duas pessoas as quais ele se afeiçoa grandemente frustrando assim os planos de seus superiores. As experiências vividas na pele do professor Andrew o fizeram questionar sua verdadeira missão acalentando a cada dia o desejo pelo imperfeito, no caso, a mortalidade. Valoriza os sentimentos e os laços que só o amor pode construir. Amei do começo ao fim. Não entedia, não enjoa e prende a cada página. Mesmo diante de todas as imperfeições, a humanidade continua sendo contagiante. Leitura que vale a pena.
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Fernanda 14/12/2016

Os humanos
Resenha no blog:

site: http://www.segredosemlivros.com/2016/12/resenha-os-humanos-matt-haig-editora.html
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Vanessa Vieira 29/11/2016

Os Humanos - Matt Haig
O livro Os Humanos, de Matt Haig, nos traz uma história incrivelmente peculiar que desnuda a alma humana sob o ponto de vista de um extraterrestre. A natureza humana é abordada com maestria em meio a uma série de analogias que mostram toda a dor e a alegria da vida terrestre, com uma narrativa dinâmica, hilária e levemente confusa. Achei o enredo de Matt Haig extremamente original e apreciei demais a sua dissecação da raça humana feita por um ser andrógino e até então desprovido de sentimentos, que nos inspira, diverte e se mostra uma verdadeira metamorfose ao longo da história.

Quando um extraterrestre chega à Terra, suas primeiras impressões acerca da raça humana são bem negativas. Ao assumir a forma do professor de matemática da Universidade de Cambridge, Andrew Martin, o visitante está ansioso para cumprir a missão para a qual foi designado e assim voltar para o seu planeta, onde todos são imortais e oniscientes.

O ser extraterrestre se sente enojado com a aparência humana e com a sua alimentação e sobretudo com a sua capacidade de matar e guerrear, porém também se surpreende com os conceitos acerca do amor e da família e, à medida que o tempo passa, percebe que pode haver mais coisas nesta espécie do que ele poderia supor. Na pele de Andrew, ele se encanta com o doce sabor do vinho, se apaixona pelas poesias de Emily Dickinson, apura os seus sentidos para o som do rock n'roll e até mesmo desenvolve um novo paladar. Inesperadamente, ele vai criando laços com a família de Andrew e passa a enxergar beleza e esperança na imperfeição humana, ao ponto de até mesmo pensar em abortar a sua missão...

Os Humanos é uma obra ímpar e inigualável, onde o perfil do ser humano é traçado minuciosamente com todas as suas virtudes e defeitos e exposto detalhadamente sob a ótica de um ser de outra dimensão. Matt Haig merece honrarias a começar pela temática apresentada em seu livro e o mais surpreendente é que a astúcia do autor não pára por aí. O "E.T." Andrew passa a criar uma sintonia com a família do professor de matemática, que se resume em uma esposa que abriu mão da sua profissão para exercer a vocação de dona-de-casa e de um filho com graves tendências ao suicídio e isso sem contar com o cão já idoso da família chamado Newton, que se torna a válvula propulsora para aflorar a "humanidade" do visitante espacial. Narrado em primeira pessoa por Andrew, de uma forma levemente poética e repleta de referências ilustres e analogias, o livro se mostrou um trabalho profundo, completamente autobiográfico e incrustado de surpresas.

"Os seres humanos são rotulados por seus desejos básicos e isso leva ao sofrimento e à dor, porque nossos desejos nos fazem ansiar por coisas do mundo, mas o mundo não passa de representação. Como alguns anseios moldam aquilo que vemos, acabamos nos alimentando de nós mesmos, até enlouquecermos. E acabarmos aqui."

Andrew era um professor brilhante e conceituado, que descobriu um grande segredo da matemática que pode modificar o mundo da maneira pela qual o vemos. E é justamente por conta de sua descoberta que o visitante espacial entra em ação, com a missão de calar o professor e todos aqueles que estão à par deste ilustre segredo. Assim que toma posse do corpo de Andrew, o extraterrestre acorda nu em pelo em uma avenida movimentada, é ridicularizado pelas pessoas ao seu redor e acredita que o cuspe seja uma espécie de cumprimento, já que foi o seu primeiro presente ganho em sua vida terrestre, de forma que ele passa a retribuir a "saudação" na mesma moeda. Suas impressões e a forma como ele passa a absorver as informações ao seu redor são profundas e levemente hilárias, principalmente no que diz respeito ao sexo e ao orgasmo e acompanhar seus laços de afeto com a nova família e a transformação que ele provoca neles e também em si próprio são gratificantes. O antigo professor era um homem movido pelo ego e pelo brilhantismo, totalmente avesso à família, além de ser um homem bastante infiel e na pele do ser extraterrestre se torna um marido comunicativo, um pai presente e um excelente dono para seu cachorro.

"Apenas gostar de alguma coisa é insultá-la. Ame-a ou a odeie. Tenha paixão. Conforme a civilização avança, a indiferença faz a mesma coisa. É uma doença. Imunize-se com arte. E amor."

Isobel, a esposa de Andrew, é uma mulher amargurada e infeliz, que abriu mão de um grande talento para se dedicar a família e que não foi nem um pouco valorizada por isso. A presença do "Andrew E.T." lhe desperta novos sonhos, desejos e acende uma chama especial em sua inteligência e criatividade. Gulliver, o filho do casal, é um jovem problemático justamente por não encontrar conforto no pai e tem fortes tendências ao suicídio. Apesar de relutar a simpatia e presença ativa do "pai", acaba se contagiando com seu altruísmo e enxerga no visitante extraterrestre um grande amigo e herói.

Em síntese, Os Humanos é uma obra original, profunda e repleta de reflexões. A narrativa de Matt Haig é tão impactante e cristalina que nos passa a nítida impressão de estarmos nos vendo diante de um espelho, com todas as nossas qualidades e imperfeições face a face. A capa é muito bonita, com um fundo azul estrelado e Andrew brincando com o fiel escudeiro Newton e a diagramação está ótima, com fonte em bom tamanho e revisão de qualidade. Recomendo.

site: http://www.newsnessa.com/2016/11/resenha-os-humanos-matt-haig.html
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Aline 26/10/2016

Recomendado!
Um extraterrestre chega à Terra com uma missão. Para isso ele irá assumir a forma de Andrew Martin, que foi abduzido.
Sua impressão sobre os humanos é péssima, tudo o incomoda, desde a aparência até suas crenças e atitudes.
Quando inicia sua missão, conforme vai desvendando os humanos, quanto mais coisas descobre, mais enojado fica. Dono de uma frieza e isento de sentimentos, uma das características de seu planeta, ele faz o que tiver que fazer para alcançar seu objetivo e voltar para seu planeta Vonadoria.
Mas ele não contava que fosse acabar criando laços com a família de Martin e que isso fosse mudar totalmente sua visão sobre os humanos e sua missão.

"(...) Comidas dentro de embalagens. Corpos dentro de roupas. Indiferença por trás do sorriso. Tudo era escondido." (p. 25)

"- Então amar é encontrar a pessoa certa para machucar você?
- Basicamente.
- Isso não tem sentido.
- "Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura." Alguém escreveu isso." (p. 55)

O extraterrestre, que no início sentia tanta repulsa pelos humanos, com a convivência, começa a enxergar o lado bom de ser humano, mesmo com tantos defeitos. E aos poucos vai vivenciando todas as etapas da vida de um humano, desde a ingenuidade de uma criança descobrindo coisas novas à confusão de um adulto tentando lidar com as mais diversas situações. Ele é inteligente, sarcástico e crítico. Sem dúvida é um personagem curioso e encantador.

"(...) Ao pensar na nuvem, ansiava pela gota de chuva." (p. 299)

Andrew Martin era um renomado professor da Universidade de Cambridge. Inteligente e talentoso só se preocupava com trabalho, prêmios, reconhecimento e dinheiro, deixando a família sempre em segundo lugar. Quando o extraterrestre assume seu lugar, as mudanças na personalidade são notadas por todos, principalmente pela esposa e o filho.

Isobel, esposa de Andrew; Gulliver, filho; Ari, melhor amigo; e o cachorro Newton, são os personagens secundários que mais aparecem durante a trama. O que mais me agradou, foi Gulliver, um personagem complexo e um dos mais afetados pela presença do extraterrestre.

Narrado em primeira pessoa por um personagem sem nome, o livro é dividido em três partes: Parte I - Assumi as rédeas do meu poder; Parte II - Segurei uma joia em minhas mãos; Parte III - O cervo ferido salta mais alto. Com capítulos curtos, a leitura flui rapidamente.
Matt Haig construiu um enredo belíssimo, com sacadas geniais, cheio de reflexões e muito humor. Com uma narrativa cativante, o autor nos conduz pela história, como se fôssemos o próprio extraterrestre descobrindo os humanos nos redescobrindo. A trama e a narrativa foram tão bem construídas, que a imparcialidade e percepções do personagem faz com que pareça realmente como se um extraterrestre estivesse narrando a história.

"(...) Eu ria de mim mesmo. O fato impossível de eu estar ali, no planeta mais absurdo do universo, e ainda por cima gostando disso. E senti a necessidade de dizer a alguém como era bom, na forma humana, rir. A liberação do riso." (. 172)

"Não existia uma coisa impossível. Eu sabia disso porque também sabia que tudo era impossível, portanto as únicas possibilidades na vida eram as impossibilidades." (p. 189)

(+) Leia a resenha completa no blog.

site: http://literalizandosonhos.blogspot.com.br/2016/04/resenha-os-humanos-matt-haig.html
Lary.Momentolitera 06/08/2020minha estante
Gostei da resenha. Bem convincente, eu li "Floresta Sombria" desse autor e amei. Quero conhecer e me aventurar por outros livros dele tbm ^-^




Mah 29/06/2016

Somos Humanos
Para hoje temos um dos melhores livros que já li do gênero ficção científica!

Os Humanos é um dos mais recentes lançamentos da Editora Jangada e o primeiro do Grupo Pensamento a ocupar minha estante; não pude conter meu entusiasmo quando vi de perto a capa fantástica desse livro. Foi um prazer imenso tê-lo em minhas mãos, e fiquei ainda mais surpreendida com a história que suas páginas carregam.

Somos impelidos a conhecer um alienígena, que ao chegar a terra assume a forma do brilhante professor de matemática da Universidade de Cambridge, Andrew Martin, para cumprir uma missão obscura, que é impedir o progresso dos humanos e reunir informações a cerca deles.

Esse tal progresso refere-se a ilustre e perigosa descoberta que o professor Martin fez antes de ser abduzido. Ele provou a hipótese de Riemann.

“No entanto, Riemann tinha apenas localizado a fechadura, não tinha verdadeiramente encontrado a chave [...].”

Sei que não parece grande coisa (para nós, meros mortais e alheios à matemática), mas no livro o autor se encarregou de explicar o quanto isso é de fato importante. Se esse problema fosse resolvido os humanos finalmente dariam um grande passo rumo à evolução, teríamos supercomputadores, explicações sobre física quântica e transporte interestelar, poderiam evitar doenças e até mesmo a morte.

“Um número primo é forte. Ele não depende de outros. E puro e completo e nunca enfraquece. Você precisa ser com um número primo.” -Anfitriões.

O problema começa justamente quando o humano, o professor Andrew Martin, resolveu esse enigma matemático que veio assombrando as mais brilhantes mentes da Terra.

Porém, os humanos não estão prontos para esse tipo de avanço. Logo, Andrew, ou melhor, o extraterreste Sem Nome, veio a Terra com a mais simples missão de destruir todas as provas da hipótese e as pessoas para quem o humano possa ter contado.

“Faça o que eles querem que faça. Eles nunca devem saber quem o mandou. Não entre em pânico. O professor Andrew Martin não está eles agora. Você está. Vai dar tempo.[...]Use seus dons de forma inteligente.
Usarei. Mas estou assustado.
Tem todo o direito de estar. Você está entre humanos.”

Quando esse extraterreste aparece na Terra pelado e totalmente alheio a tudo que envolve ser humano, como a falar, cumprimentar, se vestir; suas primeiras impressões sobre a espécie são de pura aversão. Ele não gosta da aparência que possuímos, e acredita que somos resumidos a violência, a ganância e egoísmo sem fim.

“Tinha também ouvido falar que os humanos eram uma forma de vida de inteligência mediana, na melhor das hipóteses, e tinham uma tendência à violência, profunda vergonha sexual, poesia ruim e a andar em círculos.”

O professor Martin, o verdadeiro, era um proeminente matemático, mas um péssimo marido para Isobel, e um pai distante para seu filho, Gulliver.
Isobel é uma historiadora, considerada muito inteligente “pelos padrões humanos”, mas que abandonou sua carreira para se dedicar a família, porém tarde demais percebeu que seu marido não passava de um homem egoísta e narcisista, lhe restando somente seu filho, ou quase, já que sente que o está perdendo também.
Gulliver sofre pelos atos do pai, com a pressão de ser filho de um matemático notório e com todos os problemas que envolvem ser jovem e solitário. Isobel e Gulliver são os únicos a notar as mudanças repentinas em Andrew.

“Então fiquei ali, ouvido sua respiração entrar e sair, como se fosse a maré de um mar exótico. Em determinado momento, meu dedinho tocou o dela, por baixo do edredom, e dessa vez o mantive ali e imaginei que era quem ela pensava que eu era.”

Ao decorrer do livro notamos que ocorrem transformações no modo em que o extraterreste nos ver. Passamos a ser um enigma para ele, algo que ele quer ardentemente entender, o que o faz pedir mais tempo na Terra aos Anfitriões ( pelo que entendi, são os lideres no planeta dele).

“Explique por que você precisa de mais tempo para isso. A complexidade exige tempo, mas os humanos são primitivos, desprovidos de mistérios.” –Anfitriões.
De todos os livros que já li do gênero, esse sempre será lembrado por mim pela trama espetacular e por sua narrativa divertida. O começo foi incrivelmente engraçado, “ver” esse extraterreste tentando entender que ser cuspido não é uma forma de cumprimento, que roupas são essenciais (já que elas dizem muito sobre nós) e que a revista Cosmopolitan não é um manual sobre humano; foi incrível notar que coisas simples são ao mesmo tempo complexas.

O próprio prefácio do livro é inusitado, tudo sobre essa obra é inédita. Eu comecei a lê-la sem nenhuma expectativa, sem esperar nada do autor ou do gênero, e acredito que isso me fez mergulhar ainda mais de cabeça nessa história.

“E vê sua beleza. Se a beleza na Terra for a mesma que em qualquer outro lugar: ideal naquilo que tem de tentadora e indecifrável, criando uma confusão deliciosa.
Eu estava confuso e me sentia perdido.”

Adorei observar esse extraterreste descobrir que as poesias da Emily Dickinson são maravilhosas, que o vinho australiano é excêntrico, que uma vaca é mesmo uma vaca mesmo que a chame de bife, e que os gêneros musicais são contagiantes, principalmente o rock; que um cachorro pode ser um ótimo companheiro não só para os humanos, mas também para algo como ele; e que o amor é real.

“44) Você tem o poder de parar o tempo. Consegue isso ao beijar. Ou ouvir música. [...]”

“86) Apenas gostar de alguma coisa é insultá-la. Ame-a ou a odeie. Tenha paixão. Conforme a civilização avança, a indiferença faz a mesma coisa. É uma doença. Imunize-se com arte. E amor.”

Essa resenha foi bastante complicada de escrever, pois tive que falar sobre nós, os humanos, do ponto de vista de um ser extraterreste (estranho, eu sei). O livro em si é caixa de surpresa, a escrita é muito envolvente, a ponto de nos deixar um tanto constrangidos.
Matt Haig é absurdamente talentoso. E seu livro é diferente de tudo que já li, é um engraçado, romântico e verdadeiro. Fala sobre os humanos de um jeito cru que pode nos arrancar lágrimas e risos.

Eu me senti invadida por esse livro, suas palavras e conclusões me fizeram rir e me corroer por dentro com suas as verdades. É claramente uma obra para nós, então posso simplesmente recomendar para todos os humanos, porque é o tipo de livro que se precisa ler pelo menos uma vez na vida.


site: http://livrosemarshmallows.blogspot.com.br/2016/05/resenha-os-humanos.html
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Debyh 05/06/2016

Estou surpresa com essa leitura, quando comecei a ler este livro eu esperava sim que tivesse os dois lados de uma mesma história: a parte mais ‘filosófica’ sobre o ser humano e a parte da ficção cientifica. E, como eu esperava, os dois estavam lá. Mas o que me pegou de surpresa foi em perceber como o autor conseguiu juntar os dois deixando o livro ao mesmo tempo com uma história instigante do começo ao fim sem deixar de lado a reflexão sobre a humanidade. Realmente foi uma surpresa muito positiva.

(continua no link - com resenha em áudio)

site: http://euinsisto.com.br/os-humanos-matt-haig/
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SahRosa 25/05/2016

Resenha Exclusiva do Blog Da Imaginação à Escrita
Os Humanos foi um livro que li sem expectativa, li algumas resenhas boas dos colegas blogueiros, que elogiam a obra de Matt Haig, no entanto, eu ainda tinha aquela pontinha de dúvidas, talvez pelo fato de que um dos gêneros presentes em Os Humanos, mesmo que pouco, ainda me dá certa indiferença, mas quando a editora anunciou a publicação, dando destaque ao livro, fiquei curiosa, além disso, me pareceu um livro diferente dos que costumo ler e resenhar no blog. Conforme os dias foram passando e a leitura foi fluindo, me vi apegada a trama de Matt, que traz muito mais que apenas relatar a visita de um extraterrestre e sua missão macabra. Os Humanos é um enredo que traz reflexão e sensibilidade, além de muitas outras mensagens, é aquele tipo de livro que você começa a ler e não para, em que os personagens te cativam e no final, você percebe que está em mãos de uma obra ótima!

Andrew Martin, um renomado professor, descobre a solução para um enigma que tem deixado muitos estudiosos perplexos, a Hipótese de Riemann. A resposta para esse mistério elevaria a humanidade em um patamar glorioso, seria o início de uma nova era, no entanto, em outro lado do Universo, a descoberta de Andrew, traz uma preocupação, se os seres humanos estiverem em posse desse segredo, toda a vida da galáxia estará ameaçada, até mesmo a da Terra, afinal, os humanos só vivem pela violência e ganancia, são corruptos e não se importam em destruir e conquistar outras civilizações. Está foi a certeza que os Anfitriões mostraram a “Ele”, e o escolheram justamente para dar um fim em tudo que fosse ligado ao professor Andrew, ninguém poderia provar a Hipótese de Riemann, ou tudo estaria perdido.

Ciente de sua tarefa, “Ele” chega a Terra em forma de Andrew Martin, e precisa destruir todas as provas, estudos e pessoas que tiveram contado com o professor. “Ele” não escolheu essa missão, na verdade, não queria nem mesmo ter vindo, preferindo ficar em Vonadoria, um mundo utópico, sem dor, maldade, tristeza, aonde tudo fazia sentido, bem, pelo menos foi o que “Ele” acreditava. Em forma de Andrew, o visitante começa a enxergar uma beleza exótica na Terra e nos humanos, por mais que sejam seres primitivos, que ainda estão caminhando e evoluindo devagar, há algo de diferente. “Ele” percebe o quanto o ser humano pode amar, o quanto a poesia, música e pasta de amendoim podem lhe fazer feliz, um conceito tão estranho até então. “Ele” jamais teve uma família, alguém que cuidasse de seus ferimentos ou dores, que estivesse presente, e junto com Isobel e Gulliver, “Ele” entende que tudo que seus iguais pensavam sobre os humanos está errado, será que agora “Ele” estaria disposto a cumprir sua macabra missão? Mesmo que isso seja a salvação de sua espécie e talvez dos humanos, como “Ele” conseguiria agora que entendia um pouco mais sobre a vida na Terra?

Com uma narrativa fluida, facilmente o leitor é envolvido no relato do visitante, Os Humanos possui uma narração em primeira pessoa, mas diferente do convencional, “Ele” está relatando sua história para os da sua espécie e este foi um ponto ótimo em relação ao livro, pois assim podemos ver a trajetória, os medos, receios, dúvidas e sentimentos que “Ele” começa a ter, até mesmo quando se apaixona e começa a compreender o sentido de se preocupar com seu semelhante. “Ele” é um personagem sem nome, na verdade, e Matt dá vida a um ser que até então, não gostava da Terra, sentia repulsa pelos humanos, mas começa a aprender muito e percebe que há sentido na vida da Terra, essas reflexões que “Ele” começa a ter, rebate no leitor e se engana quem pensa que isto pode tornar a leitura lenta ou chata, pelo contrário, a trama de Os Humanos é tão boa, cativante, simples, mas ao mesmo tempo cheia de significado e isto é o que mais gosto ao ler um livro.

O final é melancólico, doce e esperançoso, acredito que a mensagem principal do livro seja essa, esperança, somos humanos, somos imperfeitos, comentemos erros, mas há beleza e amor na imperfeição, foi isso que “Ele” compreendeu e por conta disto, fez uma escolha difícil para os olhos de sua espécie, mas que no fim, recompensadora. Matt criou uma trama tão deliciosamente sensível e de fácil compreensão, ao mesmo tempo que é profunda. Eu realmente me surpreendi com Os Humanos, que vai muito além de uma ficção, ou de um romance com toques científicos, ele traz questionamentos para o leitor, surpreende a cada relato do protagonista, que descobre a magia na poesia, nos livros e na música, o sentido de amar e ser amado, de se sentir querido, sem dúvidas é uma leitura que mexe com o leitor de uma maneira única.

Para finalizar a resenha, vou falar um pouquinho da edição. A capa é bonita e acredito que traduz bem o livro, a diagramação é simples, as folhas amareladas, fonte agradável para leitura, não encontrei erros de revisão aparentes. Por fim, recomendo a todos, principalmente para você que busca uma leitura diferente e envolvente.

site: http://www.daimaginacaoaescrita.com/2016/05/resenha-os-humanos-matt-haig.html
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Mylane 22/05/2016

UMA MISTURA POÉTICA DE ASTRONOMIA, MATEMÁTICA, HISTÓRIA E AMOR
Os Humanos é uma mistura poética de astronomia, matemática e história. É, acima de tudo, uma ficção científica, mas as reflexões sobre amor, morte e vida humana tornam o livro filosófico e repleto de abertura para pensamentos sobre o intuito da vida e como se deve aproveitá-la. 

Ao chegar na Terra, um dos primeiros contatos do ET com os costumes deste planeta é uma revista Cosmopolitan. Todas aquelas regras de comportamento, de bom convívio e ambições individualistas o fazem pensar na hipocrisia da existência humana. Julgando os humanos como seres de inteligência média e ideais contraditórios, está decidido a apenas cumprir sua missão: destruir as provas da solução de um importante enigma matemático feita por Andrew Martin. Na pele de Andrew, o ET deve destruir não apenas as provas, mas todos aqueles que sabem sobre sua origem alienígena e sobre a resolução do enigma. 

A princípio, a sangue frio, consegue iniciar sua missão, mas ao conhecer as músicas, o amor e as pequenas delícias de ser um humano, a missão fica em segundo plano e seus comandantes passam a pressioná-lo. É a partir daí que a indecisão domina o ET, e este passa a mudar seu conceito dos humanos, mas também a querer tornar-se um deles. 

Acredito que a maior parte da doçura do livro está em como o ET não consegue visualizar uma vida mortal e com emoções, mas depois de um tempo ele está imerso em tudo isso e vai mostrando, na narrativa em primeira pessoa, como os sentimentos e as artes podem ser as grandes motivações para tudo que os humanos fazem e são.

Enquanto descreve suas impressões sobre a Terra e seus habitantes, o ET cita escritores e matemáticos importantes, faz analogia com teorias científicas, critica costumes, parafraseia Emily Dickinson e cita músicas que gostou. O apelo artístico nas entrelinhas foi o que mais me agradou, pois é feito de uma forma aparentemente despretensiosa e se encaixa perfeitamente dentro das cenas. 

Outra característica estilística relevante é a ambientação. Dividido entre as Universidades de Cambridge e Stanford, é possível sentir o frio através do texto. Não se prologando muito na descrição dos cenários, mas dando elementos importantes que auxiliam o leitor na formação de imagens. 

Além dos ambientes, os personagens são figuras esféricas e admiráveis. Seu filho e esposa, Gulliver e Isobel, são personagens comuns, mas suas particularidades conquistam não apenas o ET, mas os leitores também. Isobel é uma esposa centrada, inteligente e cansada da personalidade inconstante do verdadeiro Andrew, já Gulliver é o filho "ovelha negra", que já foi expulsos de escolas, mas é um bom rapaz. Não posso esquecer o físico e melhor amigo de Andrew, Ari, que é um personagem super engraçado e traz leveza para os desesperos e lapsos memoriais do ET. 

Por fim, o drama familiar, o companheirismo dos animais, o contato indispensável com a natureza, a leveza das situações mais pesadas... Tudo isso é mostrado com maestria pelo autor, que no final, ainda presenteia com uma reviravolta emocionante, uma lista de "Conselhos para um humano" e um final feliz. 
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Cath´s 26/04/2016

Resenha Os Humanos.
Admito que não estava esperando que esse livro fosse "uau!", mas só bonitinho. Ocorre que assim que comecei a ler ele se enquadrou no termo "uma grata surpresa". Imaginem uma análise da raça humana feita por um extraterrestre em formato de livro para outros extraterrestres. Com muita leveza o autor consegue te fazer rir e mesmo assim parar e analisar como a humanidade faz coisas doidas.

O livro começa com o extraterrestre explicando que vai contar para outros de sua espécie sobre a experiência que teve na Terra. Ele chega à Terra pelado, no meio de uma estrada, e seus risos vão começar por aí. Ele (seu verdadeiro nome nunca é dito, não sei nem se existe no planeta dele) ocupa o corpo do professor Andrew Martin.

Enquanto ele vai caminhando pela referida estrada as pessoas vão cuspindo nele e falando palavrões/acusações, mas ele acha que cuspir é um cumprimento, então começa a cuspir nas pessoas também. Depois ele acaba parando em uma loja de conveniência e lendo uma revista Cosmopolitan, a consequência é que acaba achando que o objetivo da humanidade é ter o máximo de orgasmo que conseguirem.

Mas o objetivo dele é exterminar todos os dados da descoberta do real professor Martin sobre a Hipótese de Riemann, bem como matar todas as pessoas com quem o professor tenha comentado sobre isso.

No início ele acha tudo muito estranho, mas no decorrer da obra começa a ver que a humanidade não é capaz somente de destruição, ao mesmo tempo que vai se apegando a família do Martin. Isobel é uma esposa que desistiu da carreira para cuidar da família e não encontrou nenhum apoio no marido, permanecendo em um casamento falido. Gulliver é o filho adolescente deles que tem tendências ao suicídio. Também tem o cachorro da família, o Newton, que é uma graça.

Só que não adianta ele se apegar a família, pois tem ordens superiores para cumprir e se não cumprir pode vir outro extraterrestre para cumpri-las.

Sabe como é mais fácil você ver os fatos quando olha de fora? Esse livro da um olhar sobre a humanidade de fora e de dentro, ao mesmo tempo. Primeiro, ele acha todos os costumes estranhos e os humanos propensos à violência, mas no decorrer da convivência vai vendo que a humanidade é capaz de coisas boas.

O final do livro não é um término bombástico, mas acho que foi bem feito, pois qualquer outro final ficaria forçado.

Adorei a obra, pois embora seja leve me fez refletir sobre a humanidade. Tenho a mania de ser bem pessimista e bem otimista quanto a ela. Tem dias que eu penso que só tem crueldade, estão sempre fazendo algo pior e que é possível qualquer tipo de maldade. Tem dias que eu vejo que tem pessoas boas, talvez em minoria porque falta educação a muitos, mas existem e meu namorado e amigos são a prova disso. Então sua conclusão sobre a humanidade sempre vai mudar dependendo do ponto de vista que analisar.

A capa está ótima. Admito que a primeira coisa que me chamou atenção no livro foi a capa (adoro cachorros e adoro azul).

site: http://www.some-fantastic-books.com/2016/04/resenha-os-humanos-de-matt-haig.html
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Amiga Leitora 20/04/2016

Desde minha entrada para equipe do blog nunca tive 'dificuldade' para começar uma resenha, digo, nunca tive dificuldade em escolher as palavras certas até mesmo por onde começar a falar sobre um livro, porém 'Os Humanos' me conquistou de uma forma que me faltam palavras para descrever a genialidade e originalidade do autor. Foi a primeira obra que li de Matt Haig e vou logo deixando claro a minha imensa vontade de ter mais obras dele para ler, cada página é cheia de profissionalismo e inteligência, características pelas quais descreverei o autor a partir de agora.

Nosso mundo esta cheio de pessoas com crenças diferentes, sendo assim imagine uma realidade em que os dominadores da matemática chegaram a uma prova concreta de que não estamos sozinhos nesse universo, e por tal descoberta os ''ocultos'' decidam vir a á terra para acabar com essas provas... imaginou? Pois bem, agora você já tem uma noção sobre a história.
Andrew Martin é um respeitado matemático e professor da Universidade de Cambridge, casado com Isobel Martin uma historiadora, os dois tem um filho chamado Guliver, um jovem que passa pela má fase da adolescência, sofrendo bullying no colégio por ser filho de quem ele é, ao contrário da vontade de muitos jovens, Guliver desejava que seu pai não fosse rico como era pois isso o intitulava 'filhinho de papai' uma das coisas que o expunha a sofrer bullying.

Certa noite, Andrew acorda no meio de uma estrada, ele estava nu e não sabia o porque de estar ali, isso se deve ao fato de que Andrew não era Andrew, ele era um alienígena que fora mandado à terra para destruir todas as provas de que o professor tivesse provado a Teoria de Riemann o que permitiria um super avanço para os humanos e suas tecnologias, outorgando a eles o poder de domínio e força maior. Para realizar a tarefa o alienígena precisava tomar posse do corpo do professor, se passar por ele para que assim pudesse recolher todas as informações necessárias sem levantar suspeita.
Ao se deparar com a realidade humana o alienígena se mostra muito crítico em relação a nós, tanto em relação do porque nos vestimos quanto a respeito de nossas rotinas, manias e formas de vida. Antes de ser enviado à terra, ele tinha uma noção de como a nossa raça vivia, pois erámos/somos vigiados por eles, mas ao se deparar com a realidade em questão ele fica totalmente perdido sem saber por onde começar, e muito mais confuso pois não conseguia obter as memórias do professor Andrew Martin não podendo ir direto ao ponto, assim ele foca na família Martin pois acredita que a mulher e filho do professor fazem parte das provas, sendo assim ele teria de destruí-los também. Com o passar dos dias o alienígena começa obter direcionamentos para a conclusão de sua missão, descobrindo que o professor possivelmente contou a hipótese de que provara a Teoria de Riemann para algumas pessoas, ou seja mais provas teriam de ser destruídas, mas ele não contava e nem ao menos chegava a pensar que controversas poderiam ocorrer...

Uma das características do humanos que é desprezada pelos alienígenas são as emoções, eles acreditam que elas são o mal de tudo, deixam as pessoas gananciosas, prepotentes, tristes, felizes, apaixonadas, etc, um ser que se preze deveria ter controle próprio. Mas como os humanos não podem controlar suas emoções elas passam a ser o ponto fraco da raça e o alienígena sabia disso, mas não esperava que após um curto período vivendo na pele de um humano, agindo como tal ele criaria sentimentos e teria emoções, fato o qual passou a prejudicar o cumprimento de sua missão. Ele criou um vínculo de amor (o pior dos sentimentos) muito forte com Isobel e Guliver e não conseguira destruí-los pois ambos eram parte das provas que precisavam ser eliminadas; ele pediu para ser desligado da força alienígena e também para se tornar um humano de verdade assim abandonando a missão, agora os anfitriões se revoltaram contra ele e o desligaram da força assim como ele pediu, mas a missão tinha de ser concluída e para isso outro alienígena fora mandado à terra mudando completamente a história. Uma batalha começa aqui.

site: http://www.amigadaleitora.com/2016/04/resenha-os-humanos-grupopensamento.html
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Lina DC 11/04/2016

A trama é dividida em prefácio e mais três partes, todas narradas em primeira pessoa sob a perspectiva do extraterrestre. No prefácio vemos que o livro foi escrito pelo protagonista com o intuito de apresentar os seres humanos aos demais seres intergaláticos.
Andrew Martin é um matemático de 43 anos, cujo objetivo de sua vida foi conseguir comprovar a hipótese de Riemann. O problema é que os seres humanos não estão preparados para as consequências dessa resposta, então Martin é abduzido antes de divulgá-la.

"Os humanos são uma espécie arrogante, definida pela violência e pela ganância. Eles pegaram seu próprio planeta, o único a que atualmente têm acesso, e o colocaram no caminho da destruição. Criaram um mundo de divisões e categorias e têm deixado continuamente de ver as semelhanças entre si mesmos." (p. 59)

A missão do extraterrestre (ele não tem um nome) é descobrir se Martin contou a alguém sobre as suas descobertas e eliminar qualquer evidência existente.
Logo após a abdução um novo ser está em seu corpo e vários momentos complicados se seguem. Ele é atropelado, preso por atentado ao pudor e colocado em um manicômio por um colapso nervoso.

"Os humanos, como regra geral, não gostam de pessoas loucas, a menos que sejam boas em pintura e, ainda assim, depois que já morreram. Mas a definição de louco na Terra parece ser muito obscura e inconsistente. O que era absolutamente são em um período torna-se insano em outro." (p. 45)

São tantas sensações novas que "Martin" sente-se sobrecarregado, mas acaba contando com a ajuda de sua esposa Isobel nessa adaptação.

"- Mas o que você ganha com isso?
Ela riu.
- Essa pergunta tem sido uma constante em todo o nosso casamento.
- Por quê? - pergunte. - O nosso casamento tem sido ruim?
Ela inspirou fundo, como se essa pergunta fosse algo que a levasse a mergulhar e passar por baixo." (p. 66)

Enquanto tenta compreender as nuances da humanidade, Martin observa a dinâmica do casamento com Isobel, seu relacionamento com Gulliver, seu filho adolescente, e Newton, o cão da família.

"- Ah, tenha dó, foi sempre a mesma coisa. Dos 2 aos 4 anos de idade, Gulliver nunca o viu em casa um dia sequer na hora do banho ou para te contar uma história na hora de dormir. Você ficava fora de si diante de qualquer coisa que interferisse com você e sua carreira." (p. 199)

De uma forma leve e divertida, Matt Haig explora os aspectos da convivência, do casamento, da amizade e discute abertamente sobre a família e o amor.
A dinâmica entre "Martin" e Isobel é delicada e ao mesmo tempo complexa. Isobel aceita de bom grado as mudanças de "Martin" pois ainda tem esperança de o homem que sempre amou ainda existem. Anos de um casamento desgastado, um companheiro extremamente egoísta e narcisista e um filho que vive sob a sombra do sucesso dos pais é uma pequena parte do cenário retratado em "Os Humanos".

"E eu me sentia incrivelmente emocionado por poder testemunhar o amor ressurgindo de dentro dela, porque era um amor total no auge da vida. Do tipo que só era possível em alguém que morreria em algum momento do futuro e que também tinha vivido o suficiente para saber que amar e ser amada era uma coisa difícil de alcançar, mas os se lidar com ela é impossível ver o infinito." (p. 225)

"Os Humanos" é um testemunho das perfeitas imperfeições que carregamos. É uma narrativa forte e vibrante de como somos capazes de errar, mas também da nossa capacidade infinita de amar.
Em relação à revisão, diagramação e layout a editora realizou um ótimo trabalho. A parte interna tem divisões das partes, frases em destaque e uma capa linda.

"E foi então que tomei consciência do porquê do amor.
O amor servia para ajudar a sobreviver." (p. 239)
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Patricia 09/04/2016

Andrew, que na verdade não é Andrew, é um alienígena que veio para a Terra com a missão de destruir qualquer prova ou registro de que o grande enigma de Riemann foi solucionado pelo matemático Andrew Martin. Isso porque com a solução desse problema, que já atravessa séculos, a raça humana daria um grande salto tecnológico, pondo assim todo o universo em perigo. Sim, a nossa fama já se espalhou por todo universo. Aparentemente não somos uma raça muito confiável por causa da nossa tendência à violência (não posso negar que os aliens tem lá suas razões).

Mas enfim, por causa dessa ameaça, e também por causa de uma palestra aparentemente ousada demais, Andrew (que não é o Andrew) foi enviado para assumir o papel do matemático. Já o Andrew verdadeiro foi abduzido e sumariamente eliminado, então a partir de agora quando eu me referir ao Andrew, estarei falando do nosso querido e confuso ET.

Ao chegar na Terra, contra a vontade, Andrew fica bem perdido com toda a falta de tecnologia que temos aqui. Isso sem falar em nossa aparência horrível, com traços desnecessários (como o nariz), e em nossos costumes extremamente bizarros, como usar roupas. Após aprender que as roupas são necessárias e cuspir não é cumprimento, Andrew finalmente começa a se dedicar a sua missão. Essa missão é aparentemente muito simples, destruir qualquer registro da solução do problema matemático e matar qualquer pessoa que possa saber sobre a solução.

Andrew realmente não tem problemas em relação a matar alguém, isso porque, de onde ele vem tudo é analisado logicamente. E a lógica diz a ele que ao retirar uma vida ele estará salvando a vida de todos do universo. Ainda mais porque devido aos avanços tecnológicos, a maioria das outras vidas do universo já atingiram a imortalidade. Então ninguém está muito afim de morrer por causa dos humanos.

Mas essa análise lógica, a única forma de viver que ele conhece, começa aos poucos a aparecer pouco para ele. Ele sempre aprendeu que os humanos são violentos e gananciosos, e que somente o dinheiro move eles. Porém ao começar a conviver com a esposa do matemático morto, Isobel, e o filho deles, Gulliver, ele começa a apreciar cada vez mais os humanos. E é também por causa desse convívio que ele começa também a conhecer outros aspectos da natureza humana, além da violência e da ganância.

Se os humanos são terríveis assim, como o dizem, como eles são capazes de criarem coisas tão lindas como música, arte e poesia? Andrew começa então a viver um dilema entre o que sempre acreditou ser a verdade e empatia que começa a sentir pelos humanos, ao sofrimento deles, aos seus erros e acertos, a sua breve vida, ao próprio milagre aleatório que é a existência deles. Ele começa a enxergar a beleza que existe na Terra e nos humanos.

Porém essa sua nova iluminação vai de encontro diretamente com suas ordens, com a sua missão. Ele sabe que deve matar Isobel e Gulliver para ter certeza que o enigma de Riemann se manterá insolúvel, porém, será que conseguirá fazer o que deve? E afinal, a existência dos humanos vale a pena? Ou nós estamos apenas presos em uma estrada que dará na nossa própria destruição? E o que nos torna humanos?

A narrativa de Os Humanos é extremamente leve e ao mesmo tempo profunda. Encaramos os defeitos e qualidades da raça humana através dos olhos de um ser imparcial, que nos enxerga como somos. No início tudo que ele consegue ver são os nossos muitos e aparentes defeitos, mas ao nos conhecer mais profundamente ele começa a enxergar tons de cinza da nossa existência. Andrew (ET) é cativante, inteligente, ingênuo, sarcástico e com um humor seco impagável. A leitura toda flui de forma expontânea e super rápido, eu devorei uma página após a outra. Os capítulos, em sua maioria, são curtos, o que faz o livro se torna ainda mais fluido.

A edição do livro está linda, a capa é muito fofa e a qualidade está excelente. Como nos outros livros do autor, Os Humanos nos faz refletir ao mesmo tempo que nos faz rir. Uma ficção científica existencialista. Não tive dúvidas na hora de dar 5 estrelas para esse romance e mais do que recomendo esse livro para todos!

site: http://www.ciadoleitor.com/2016/04/resenha-os-humanos-de-matt-haig.html
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