Natalie e Vivian @avidezliteraria 06/04/2018
"Eu acho que estávamos destinados a encontrar um ao outro, AK. Eu acho que estávamos destinados a encontrar um ao outro, para deixar o inferno juntos".
E chegamos ao quinto volume. AK e Phebe. Esses serão os personagens da vez, que nos guiaram através de suas jornadas. Apesar de ter um carinho especial por Flame e Maddie, esse foi o melhor livro até o momento na minha opinião. Todos os elementos existentes nos outros, toda tragédia, angústia e cenário dark, aqui também se fazem presentes. A grande diferença é que esse aborda mais o lado do psicológico, como a culpa pode corroer uma pessoa e a matar aos poucos.
No livro anterior, Phebe, irmã de Lilah foi capturada por Meister (o vilão da vez) durante a confusão na Ordem. Se sua vida já era trágica, agora em poder de Meister, a morte parece ser uma solução bem convidativa. Sendo treinada desde criança para satisfazer os homens, Phebe não sabe o que é um gesto de carinho. Nunca teve alguém que se importasse com seus desejos e bem estar, sua única finalidade era proporcionar prazer. Trabalho esse que ela aprendeu com maestria. Se sua realidade era perturbadora, sua nova função como escrava de Meister é simplesmente terrível. Drogada, estuprada e torturada. Esse é o inferno em que ela se encontra.
AK tem seus próprios segredos e traumas. Mas bastou colocar os olhos em uma certa ruiva, para que seu interesse despertasse. Podemos dizer que foi atração, mas foi muito mais. Foi o reconhecimento de que aquela mulher escondia segredos tão pesados quanto o seu por baixo da fachada que apresentava ao mundo exterior.
A estória de Ak é pesada, trágica e triste. Muito triste. O rapaz sonhador, que tão novo tinha o sonho de lutar, fazer a diferença, viu tudo o que mais amava no mundo desaparecer. E o peso dessa culpa o consome desde então. Toda a situação com sua família trouxe uma carga emocional muito forte ao livro. A cena dele chorando agarrado as botas é capaz de mexer com o leitor. Sua dedicação e certa abnegação ao cuidar de Phebe mostrou que aquele rapaz do passado ainda existe. Só está escondido por debaixo do motoqueiro.
O que falar de Phebe. Tudo o que sofreu foi duro. E se não bastasse todos esses infortúnios, sua luta para se recuperar do vício foi o estopim que faltava para fazê-la perder de vez as estribeiras. Existe um limite de até quanto aguentamos, e Phebe com toda essa situação, chega em seu limite. O grande segredo dela é talvez a situação mais grave enfrentada por todas as moças. E quando o leitor toma consciência de que a pessoa que ela tanto procura estava ao seu alcance, mas em uma situação tão ruim como a dela, é impossível não torcer e querer que tudo se resolva da melhor maneira.
Foi um bom casal, que juntos encontraram o apoio que tanto precisavam, que finalmente se perdoaram pelo passado e que no final de tudo, saíram fortalecidos para enfrentar a nova vida que os aguarda. Foi o melhor livro sem sombra de dúvida.
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