Anna 17/03/2016
Mais uma duologia NA devidamente lida, e apesar de possuir todos aqueles mesmos aspectos e esquemas que eu sempre comento quando se trata desse gênero (os clichês, mocinho traumatizado, mocinha frágil e todo aquele blá blá blá básico), esse livro me marcou de certa forma que ainda não sei, se boa ou ruim.
Dificilmente termino um livro sem uma opinião abrangente da obra. Posso geralmente responder a questões práticas e simples como, “é bom ou ruim? quantas estrelas? você indica?”, e sinceramente não consigo responder nenhuma dessas. Mas se eu compartimentar minhas impressões talvez, apenas talvez, você entenda minhas emoções e sentimentos sobre essa duologia.
Achei que a narrativa, apesar de linear, com alguns poucos flashbacks, confusa. Pode ser a tradução, que trazida para o português, tenha soado com muitas divagações, talvez poéticas e infelizmente, na minha opinião, às vezes desajustadas. Não senti nitidez na leitura. Senti poesia na escrita, senti intensidade, mas me faltou transparecia. Mas ok, não tiraria pontos por isso, porque apesar de faltar claridade na narrativa, você consegue compreender o todo tranquilamente.
Sobre o casal do livro, eu tenho tantas coisas pra falar, tantas que senti, tanto boas quanto ruins, que preciso me segurar pra não soltar spoiler nenhum.
Caroline Piasecki , a mocinha.
Como a própria sinopse cita, seu ex-namorado espalha fotos dela nua na internet e causa todo o drama da parte DELA na duologia de Robin York. Caroline tem muitas faces. Ora boazinha, ora forte, ora fraca. Um verdadeiro ser humano, que luta, se apaixona, cai, se levanta. Mas acima de tudo, se despoja de todo o orgulho por amor. Algo que a autora contesta a todo momento e foi exatamente isso que me incomodou nela. Não estou dizendo que é certo ou errado, que eu faria ou não. Estou dizendo, e fica muito difícil você, que ainda não leu o livro entender, que Caroline Piasecki, a meu ver, se contradisse em vários momentos do livro. Repito, não estou dizendo que ela está certa ou errada. Estou apontado uma impressão minha. Quando se trata de West, não sobram defesas, nem orgulho, nem brio. Também não estou dizendo que ele mereça ou não. O que me perturbou foi como a autora levou as coisas e como ela narrou. Caroline sem vida, sem dormir, sem comer, chorando e sofrendo, decidida a ter, de qualquer jeito, West. E, ao mesmo tempo, com apenas palavras e não ações, tentar nos convencer do contrário.
CITAÇÃO:
“Porque uma mensagem de texto é capaz de nos tirar o chão. Uma decisão ruim, um flash de uma câmera e a parte ensolarada e perfeita da nossa juventude está acabada. Então podemos decidir. Olhamos ao redor, remexemos nos escombros, fazemos nossas escolhas. Nos armamos de amor, amigos, conhecimento. Descobrimos quem somos. O que queremos. Descobrimos e vamos atrás, a qualquer preço. E isso às vezes significa que devemos nos permitir ficar assustados.”
West Leavitt, o mocinho.
Apesar de todo o drama sobre crimes pornográficos na internet, assuntos jurídicos, apelos emocionais e etc, o grande drama da história é West e não Caroline. São incontáveis os problemas, traumas e bloqueios desse personagem muitas vezes impenetrável. Se não fosse por seu POV, seria impossível entender e se aprofundar em suas dores. West pode ser o melhor namorado do mundo, ou ele pode te dar o soco mais doído no estomago que você já recebeu (figurativamente falando). West ama e odeia com a mesma intensidade e pode demonstrar indiferença na mesma medida. É claro que ele faz muita burrada também. Mas como não o perdoar se tudo o que ele faz tem nome, sobrenome e endereço e está presente em todos os momentos mais emocionantes do livro? E não, não é Caroline.
Eu geralmente odeio aqueles personagens muito abdicados e altruístas. Talvez seja por isso que a história só me conquistou quase do meio pro final do livro dois. Me irritava e muito o altruísmo do West. Mas Meu Deus se ele não conseguiu me fazer entende-lo perfeitamente. Confesso que chorei com ele e Frankie. Confesso que talvez não faria exatamente as coisas que ele fez, mas possivelmente tomaria minhas decisões baseadas nas mesmas avaliações que as dele.
CITAÇÃO:
– Eu amo você, Franks. Eu a amo desde que você nasceu e sempre vou amar. E o fato de que eu também amo a Caroline não tira nada de você. Só significa que eu quero as duas comigo. Vai ser sempre assim.
É um livro dramático, que provavelmente te deixará naquele estado de vicio, e que por mais que você possa odiar o enredo, vai ler até o final.
Apesar de não saber quantas estrelas dar e de realmente te deixar por sua conta e risco na hora de indicar, eu não me arrependo de ter conhecido West e Caroline. Pode ser ótimo, pode ser horrível, mas alguma coisa será. Certamente esquecível, como tantos outros, não é.