Octaedro

Octaedro Julio Cortázar




Resenhas - Octaedro


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alineaimee 01/08/2013

Pode-se dizer que Octaedro segue o tom de As armas secretas, na medida em que põe somente um pé (ou alguns dedos) no fantástico, e se apóia mais fortemente nos absurdos e incoerências da psique humana. Os personagens de “Verão”, “Manuscrito achado num bolso” e “Pescoço de gatinho preto” assombram mais por suas reações inesperadas que por qualquer habilidade inaudita. Esta comparece em “As fases de severo”, talvez o conto de menor fôlego do livro. O narrador não confiável reaparece, despistando e, por vezes, até desorientando o leitor com suas hesitações, incertezas e parcialidade.

Coletânea de estilo sofisticado, Octaedro tem textos um tanto herméticos: desafia o leitor, instiga, joga com ele, dá uma trapaceada, não ata as pontas da narrativa. Atá-las, no entanto, é apenas um caminho que pode ou não ser seguido, uma vez que as incongruências da narração, do brainstorm do narrador, valem já por seu valor estético. Em “Os passos no rastro”, um acadêmico empreende uma investigação de si mesmo, conduzindo-nos ponto a ponto da segurança à epifania, e à tentativa de compreender suas escolhas equivocadas. Em “Aí, mas onde, quando”, o narrador quer nos convencer de que escreve sobre um fato porque o conhece bem, mas a cada descrição, a cada comentário, suspeitamos o contrário e a deriva nos espreita. Ao longo desse difícil conto, perguntamo-nos o que deixamos passar, onde perdemos as pistas. No entanto, surge a questão: é mister que entendamos? Tais jogos não seriam forjados exatamente para nos desorientar? A cada livro, Cortázar parece querer criar uma coleção de idiossincrasias, uma vitrine de narrativas e personagens inusitados que nos enlaçam pelo encanto ou pelo espanto.

Por exemplo: é com graça e lirismo que “Liliana chorando” abre o livro. Nesse conto, o protagonista, internado com uma doença terminal, imagina, com precisão e sentimento, o destino de seus entes queridos após a sua morte. Em “Manuscrito achado num bolso”, o narrador-personagem cria um jogo que termina por dominá-lo de tal forma que ele não mais pode operar fora de suas leis. Seu desafio é conseguir que a outra parte aceite o trato e também as acolha.

Octaedro encerra oito contos, mas oferece também diferentes ângulos sobre situações afins: a doença, a proximidade da morte, a interação entre estranhos no metrô, o flerte. Oito maneiras de ver a mente humana se apresentam. Todas inusitadas. Elas rodeiam os mesmos temas, mas não pretendem concluir nada. Tentam, antes, sugerir as possibilidades mais extravagantes:
a) a resposta não existe; ou

b) a resposta sempre muda.
Pedro Nabuco 19/12/2015minha estante
Resenha espetacular!




Serena 25/08/2011

Como sempre totalmente encantada com Cortázar. Só teve um dos 8 contos que não gostei foi o Passos no rastro, achei meio chatinho. E as fases de severo eu não sei se minha interpretação foi correta, bem hermético,rs. Mas este junto com todos os outros, são todo o amor.

" Porra, porra, como pode ser que é isso que foi, que fomos num sonho mas é outra coisa, volta de quando em quando e está aí, mas onde, como, está aí e onde é aí?"

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Eduardo 07/12/2010

alguns não me agradaram tanto assim, mas os bons (verão, as fases de severo, manuscrito, etc) fazem valer o livro todo.
livro de contos do cortázar = livro de poemas do cortázar.
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Vanessa 28/08/2009

De encontros casuais no metrô, como uma imagem na janela que pode ser sim da mulher que se espera ou luvas que se tocam numa barra, por vida própria, de casais peculiares, que temem pela segurança da sua casa devido a um urso ou a uma simples carona até um lugar chamado kinberg, assim vão se desenhando os contos de 8 faces do livro
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