Aline Casellato 25/01/2021
Extremamente necessário!
Não sei nem descrever ao certo o turbilhão de sentimentos que me tomaram nessa leitura: raiva, pena, empatia, conexão, tristeza, revolta....
Maria da Penha é uma mulher admirável, você conhece a Lei que leva seu nome porém provavelmente, e assim como eu, não faz ideia das coisas que ela passou até o decreto desta lei e a condenação de seu agressor - e então marido - que a deixou paraplégica.
Deixo aqui um destaque que fiz do discurso de Maria da Penha no Evento de Reparação Simbólica e material, e que posso dizer que muito me marcou.
"A dor e a humilhação que sofri ao longo de quase vinte anos, tendo que tolerar a má-fé e a torpeza de muitos, tendo que bater de porta em porta para mendigar justiça é a mesma dor que me castrou o direito de acompanhar, mais de perto, o desenvolvimento de minhas filhas, hoje adultas e aqui presentes. É a mesma dor que lhes causou danos irreparáveis, pois não pude acompanhá-las à escola, aos passeios, não pude curar os seus machucados, não pude tomá-las no colo quando crianças e nem fazer o acalanto da maneira que nós, mães, gostamos de fazer. É a mesma dor que senti por temer causar-lhes dúvidas acerca da veracidade do que realmente aconteceu, veracidade essa, por duas vezes negada por aqueles que se propunham a fazer justiça. É a mesma dor que me dá a certeza de que nunca mais poderei correr ao encontro delas, para abraçá-las."