Luiza Helena (@balaiodebabados) 14/02/2017Originalmente postada em https://balaiodebabados.blogspot.com.br/"Protejam suas gargantas e escondam seus olhos. Eles não está morto, seus tolos. Lendas nunca morrem*"
Quando A.G. Howard anunciou sua releitura de O Fantasma da Ópera, foi um alvoroço só. Quando saiu a capa e a sinopse então… Nem se fala. Eu não conheço muito pouco sobre a história (apesar de ter o livro), mas ainda assim fiquei bastante ansiosa. Apesar de não saber muito o que esperar, achei RoseBlood bastante envolvente.
O livro é narrado por Rune (em primeira pessoa) e Thorn (em terceira pessoa). Não vou mentir que achei os capítulos narrados por Rune eram um tanto chatinhos no começo. A partir do momento que ela se encontra com Thorn, a sua narração ficou bem melhor. Os focados em Thorn eram bem interessantes. Tanto que a leitura meio que estagnava quando eram os da Rune, mas fluía que era uma beleza nos capítulos do Thorn.
É através da narração de Thorn que ficamos sabendo mais sobre o Fantasma, sobre a própria Rune e o papel que ela representa nessa dita ópera. Ficamos sabendo também sobre seu passado. Só posso dizer que é bem triste e desesperador. Por conta de vários motivos, assim como Thorn é leal à Rune, ele também é leal ao Fantasma, que se tornou a única família que ele ainda tem. Quando ele começa a perceber o que realmente aguarda Rune em RoseBlood, ele se encontra dividido entre essas lealdades.
"O Fantasma não é famoso pelo perdão*"
Algo que eu realmente não esperava foi um outro aspecto mitológico que Howard introduziu na história. Eu pensei que seria somente uma releitura de O Fantasma da Ópera, apesar dos quesitos um tanto sobrenaturais, mas fiquei super de cara com a história e depois disso, tudo começou a fluir melhor. Claro que não vou dizer qual é porque é um dos mistérios que envolve a vida de Rune e seria um spoiler gigante.
Quando li The Architect of Song, eu gostei muito como a Howard criou sua própria mitologia que vai ser abordada durante toda a série Haunted Hearts Legacy. Eu não li a trilogia Splintered, então não sabia o que esperar da autora e suas releituras. Confesso que gostei bastante porque, pelo menos aqui, não envolve só uma história baseada em O Fantasma da Ópera. Como falei no parágrafo anterior, além da história de Leroux, tem outros elementos místicos e como ela conseguiu inserir esses elementos e trabalhá-los dentro história original foi algo muito impressionante e genial. Quando tudo começou a fazer sentido, eu fiquei UAU… e quando penso que meu momento UAU acabou, nos capítulos finais ainda tem mais alguns que eu nunca imaginei.
"Eu não quero me misturar [...] Eu quero pertencer*"
Eu li em algumas reviews no Goodreads sobre o envolvimento entre Rune e Thorn ter sido do tipo miojo. Bom, eu discordo. Não posso comentar muito sobre isso por motivos de spoilers, mas Rune e Thorn se conhecem desde sempre - apesar de viverem em lugares diferentes boa parte da vida. Eles compartilham entre si boa parte de suas memórias, inclusive aquelas mais dolorosas. Sabe aqueles casais que se conhecem pela internet, nunca se viram antes, mas mesmo assim se apaixonam? É nesse sentido aqui. Algumas vezes, não é preciso você ter estado de frente com alguém para se apaixonar, basta conhecer o suficiente para que aquela pessoa valha a pena o sentimento. Então não é como se Thorn e Rune acabassem de se conhecer quando ela vai para RoseBlood. Eles já tinham toda uma história juntos, um sempre apoiando o outro.
"Como você odeia alguém que te puxou da beira da morte, não uma, mas duas vezes?"
E quando eu acho que poderia respirar aliviada, me chega aquele capítulo final, com uma tensão e eu realmente já estava receosa do destino de um personagem. No final, deu tudo certo, para o bem do meu coraçãozinho que não aguenta mais esses sustos. Isso não se faz com as pessoas!
Assim como em The Architect of Song, cada capítulo começa com uma citação que tem a ver com o que vai acontecer. E essa capa divina tem tudo a ver com a história. E imaginem a minha felicidade quando a Howard me disse que tinha uma playlist para a história? De todas as músicas, Bring Me To Life é a que mais combina com o casal 💙💜
RoseBlood é um livro que irá agradar aos fãs e não-fãs de O Fantasma da Ópera.
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*Traduções feitas por mim
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