Carla Brandão 26/06/2016O amor encontra você no momento em que esse livro chega em suas mãos. Já no primeiro contato e em uma folheada rápida, percebe-se o capricho com que o livro foi feito: capa dura, folhas grossas e muitas fotos. Quando a leitura tem início, o leitor se depara com mais amor, de todos os tipos, em todas as idades.
Dividido em duas partes, o livro é uma reunião de textos escritos em prosa poética. A primeira parte tem como título Amores no pé e traz textos que falam de experiências dos primeiros amores. Não o amor romântico, mas o amor pelos pais, pelos irmãos, pelos avós e até pelo azul do céu e do mar. A saudade também é tema bastante presente. Saudade dos que já partiram, saudade do irmão que foi pra longe, saudade da época em que o Natal era uma noite feliz... Saudade, enfim, do que o tempo, este implacável senhor, deixou para trás em sua ininterrupta caminhada rumo ao futuro.
"Olho o tempo transcorrido com carinho e me afasto: é porta que não posso abrir. Para saudade, não tem anestésico."
A segunda parte do livro, Amores maduros, traz textos com temas mais adultos e amores menos ingênuos, mas com a mesma delicadeza na escolha de palavras e intensidade de sentimentos dos anteriores. O desconforto em ser daminha de casamentos e ter que entrar na igreja de mãos dadas com um menino dá lugar a vontade de passar um inverno inteiro sob os lençóis ao lado de quem ama. A tristeza por uma xícara especial que se espatifou no chão é dedicada agora a um amor que chegou ao fim por falta de cuidado.
"Você diria que urgência é mal da modernidade; contraponho: urgência é mal do amor."
Com textos curtos e linguagem simples, Um dia o amor vai encontrar você faz o leitor se identificar e recordar suas próprias experiências, relembrar seus amores e se dar conta de saudades que são só suas. Terminei o livro cheia de reflexões e com a certeza de que o amor, em suas diferentes formas, já me encontrou muitas vezes.
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