Reivindicação dos Direitos da Mulher

Reivindicação dos Direitos da Mulher Mary Wollstonecraft




Resenhas - Reivindicação dos direitos da mulher


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Jéssica 01/03/2022

Escritos de base
Tendo em vista que é um texto do século XVIII, deve ser lido como tal. E diferentemente de muitos que afirmam que Wollstonecraft estava "à frente de seu tempo", creio, muito pelo contrário, que ela pertencia essencialmente ao seu tempo.

A autora reconhece o papel mínimo de influência que exerciam as mulheres em sua sociedade, os limites de suas faculdades mentais e o jugo do matrimônio no qual eram submetidas e recolhidas ao ambiente privado em favor dos desejos do marido. É abordado temas que definitivamente chocaram o período em questão, como admitir que a mulher também é um ser capaz de aprender e desenvolver intelectualidade, parte disso nasce sua grande crítica a Jean-Jacques Rousseau, que defendia que a educação das mulheres deveria se voltar unicamente para serem boas companheiras dos homens.

Com um recorte voltado à realidade das mulheres burguesas, especialmente inglesas e francesas, a obra se restringe no que concerne aos temas trabalho, casamento, educação, virtude, moral, etc., mas sem perder sua inestimável relevância como um dos primeiros escritos de reivindicação e reconhecimento do ser feminino ? ainda que assuma um pensamento religioso e conservadorismo típicos à época.

A revolução aos moldes das mulheres, segundo Wollstonecraft, consiste em romper as correntes da subjugação, invés de lustrá-las; de identificar que a imagem de inferioridade, hipersensibilidade, de não intelectualidade, fora construída, aprimorada e, definitivamente, naturalizada. A reivindicação é, pois, o grito para a transformação de vivências, para educá-las, enfim, para enxergá-las como mulheres capazes.
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Rebeca 16/02/2022

Muito bom!!
Mary Wollstonecraft nasceu em 1759 em Londres e morreu em 1787. Gosto de falar que a Mary é tão feminista – se é que podemos falar isso, já que esse termo surgiu quase 100 anos depois – quanto seu tempo permitiu ser. É uma obra difícil, e do meio pro final fica um pouco cansativa; ela começa a fazer muitas paráfrases com a bíblia e por estar num contexto da Revolução Francesa ela usa MUITOS filósofos iluministas de exemplo (em especial o Rousseau, em que ela vai dedicar alguns parágrafos para debater algumas de suas ideias).
É um livro bom, é cansativo, e eu não recomendo como leitura inicial para adentrar nas obras feministas. Tem citações incríveis e muitas vezes ela vai acertar em algumas coisas, mas também erra bastante (gente, esse livro foi escrito por meados de 1790).
Apesar da Mary Wollstonecraft deixar bem claro que deseja a independência das mulheres, e que elas tenham poderes sobre si mesmas, ela também expõe sua opinião sobre alguns assuntos complicados. Muitas vezes durante a leitura, ela focou em assuntos como: castidade e educação infantil.
Temos que levar em consideração que o INTERESSE – repito, apenas interesse – em estudar a psicologia infantil foi no século XIX, então a Mary vai falar a respeito de como a educação infantil deveria ser, mas num contexto cristão, muitas vezes usando Deus como base.
Sobre a castidade, gente... foi próximo dos anos 2000 que a virgindade passou a não ser mais requisito para anular casamento (no Brasil). Até hoje temos um tabu a respeito deste assunto, então eu vou ‘’passar pano’’ para a Mary neste assunto. Ela relaciona castidade muitas vezes com caráter.
É um livro bom, Mary teve um pensamento revolucionário na sua época e eu não vou invalidar isso. Recomendo caso você queira saber mais a respeito das condições das mulheres no sec. XVIII ou do inicio da ideia feminista.
Uma curiosidade legal é que Mary Shelley (escritora de Frankenstein) é filha de Mary Wollstonecraft.

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Bruh 18/01/2022

Obra atemporal
Apesar das décadas que separam essa obra da contemporaneidade, o tema ainda é bastante pertinente a ser debatido, não apenas os direitos aos estudos, mas outros tão fundamentais para os humanos quanto aprender.

Nessa obra dá para ver que Mary Wollstonecraft é uma mulher muito a frente do seu tempo e em uma sociedade onde se era mais valorizada uma moça você delicada e até mesmo com a inteligência intelectual assemelhando-se a de uma criança, a filósofa contra todos os intelectuais da época vem e apresenta o famigerado "Reivindicação dos direitos da mulher".
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Mychelly.Vasques 17/01/2022

antes da leitura tem que ter em mente de que a mary wollstonecraft escreveu esse manifesto no século 18, muito antes da existência da palavra feminismo e do feminismo como conhecemos, então sim, ela era uma pessoa conservadora e é completamente compreensível. não acho que é um livro exatamente feminista, mesmo eu achando importante lê-lo para quem se interessa no assunto. basicamente, ao meu ver o interesse para que as mulheres sejam vistas dignamentes é com o maior intuito de que elas possam exercer melhor o papel de mãe e esposa, algumas vezes me peguei meio indignada com essa visão, mas como eu disse, isso foi escrito no século 18!!!! sim, apesar de conservadora considero a mary à frente de seu tempo.
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anarontani 28/10/2021

necessário?!
sim!
porém, difícil e com algumas conclusões q hj em dia já não cabem!!!


?Afirmando os direitos pelos quais as mulheres, juntamente com os homens, devem lutar, não tentei atenuar suas faltas, mas provar que elas são a consequência natural de sua educação e sua posição na sociedade. Assim, é razoável supor que mudarão seu caráter e corrigirão seus vícios e sua insensatez quando a elas for permitido ser livres no sentido físico, moral e civil?
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Marina 07/10/2021

Uma contestação à construção do ?feminino?
Mary Wollstonecraft não era uma liberal. Ou, pelo menos, não transmitiu essa mensagem no livro.

Ela defendia os direitos das mulheres à ingressar na vida política e ao acesso à educação ampla essencialmente para que se tornassem mães e esposas melhores.

Talvez por ter a pretensão de convencer o clérigo francês a quem dirige o livro, ou por realmente pensar assim, Mary Wollstonecraft se mostra essencialmente uma conservadora.

Ocorre que, no que se refere aos direitos das mulheres, por vezes um ?retorno ao passado? ou pelo menos ao ideário de passado idílico construído ao longo do tempo pareça menos cruel do que o confinamento das mulheres de altas classes da modernidade ao papel de adornos e beldades para admiração masculina.

O livro tem um público específico: leitores e leitoras das classes altas das sociedades inglesa e francesa.

Apesar de comentar brevemente os direitos dos ?subalternos?, ?escravos negros? e até dos animais, o foco da autora está na sua determinação em reivindicar para as mulheres de classes mais altas o direito à educação integral e à participação política.

Além disso, sua crença na superioridade da razão sobre a emoção, seu apelo recorrente ao cristianismo e suas posições eurocêntricas, apesar de esperadas de uma autora inglesa de classe alta em 1792 foram um pouco decepcionantes.

Interessante ler o livro. Considero muito válidas as críticas apresentadas e a observação de como alguns fenômenos relacionados à valorização exagerada da imagem feminina enquanto delicada e de construções da mulher enquanto amante perduram há anos. O livro tem passagens incríveis e algumas citações muito boas, mas a mensagem completa tem problemas.

Para quem busca uma introdução ao feminismo, não necessariamente eu recomendaria o livro. Acredito que para esse público o melhor seria ler Lélia Gonzales, Conceição Evaristo, Angela Davis, Chimamanda Adichie, Simone de Beauvoir, Alice Walker, dentre outras autoras.

OBS: o livro é excelente no que se refere a criticar autores da época, em especial Rousseau. Eu não tinha ideia do quanto os textos de Rousseau eram extremamente machistas até ler esse livro.
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Gabriella Araújo 26/09/2021

Recomendo!
O tempo todo senti no livro como se Mary estivesse desabafando tudo o que já vinha fermentando em sua cabeça há tempos. O livro não é dos mais fluídos, mas também não é enfadonho. Precisa ter disposição e um pouquinho de paciência e tolerância com alguns apontamentos feitos, obviamente, para uma sociedade que já não existe. Apesar do incômodo que os aspectos religiosos me trouxeram, o livro é muito válido para a atualidade e é um retrato do passado recente dos direitos femininos, o que torna sua leitura um excelente lembrete de que todos os direitos do mundo foram conquistados na base da luta. Nada foi dado. E nada está tão garantindo que não possa regredir. Estejamos atentas e atentos!
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Natália Tomazeli 09/08/2021

O primeiro livro de feminismo publicado
Essa vai ser uma resenha um pouco atípica. A começar que ela não vai iniciar com algum trecho do livro como eu sempre faço (já que eu já esgotei muito o repertório dessas frases porque postei elas em tudo quanto é lugar na época que eu tava lendo) e também porque vou falar o que vier na minha cabeça mesmo, algo mais pra deixar registrado aqui um pouco do que eu achei dessa leitura.

Depois de tantos meses que conclui o livro, notei que não tinha feito uma "resenha" propriamente dita em basicamente nenhuma rede, nenhum local. Isso se deve porque na época que eu estava lendo, eu basicamente só falava sobre esse livro (porque foi um livro muito impactante e edificante pra mim, mas já falo mais sobre isso) e fiz realmente bastante conteúdo sobre ele, mas quando finalizei nunca escrevi de fato algo mais "oficial" porque eu acho que já estava cansada, talvez? Ou saturada de só falar do quanto esse livro ainda é atual no nosso contexto.

Porque sim, ele ainda é, infelizmente. E muito! O que é assustador! Em "Reivindicação dos direitos da Mulher", Mary aborda com frequência uma questão muito crucial: a educação para mulheres!
E penso que ainda sim, no século XXI, isso é uma grande batalha para nós mulheres como classe (vide toda a trajetória de Malala Yousafzai que prova isso de uma maneira escancarada) e esse contraponto foi algo em que pensei muito durante a leitura, pra falar a verdade foi no que mais pensei. Eu acho que isso naquela época era algo importante, óbvio, mas segue sendo uma urgência até os dias de hoje. É incabível? É! Mas é a realidade que não podemos negar.

Outra coisa que achei incrível no livro, foi o jeito que Mary se articula em seus posicionamentos. Ela é muito clara e ao mesmo tempo muito ácida. Pra quem não sabe, ela foi mãe da Mary Shelley, a escritora do livro "Frankenstein". E ela foi uma figura muito ativa em movimentos anti escravidão, além do ativismo feminista. Ela foi uma pessoa muito importante pra sua época, ao meu ver, então é muito interessante acompanhar as palavras dela e também seus pensamentos sobre o mundo da época.

Ela fala muito sobre filosofia também. Cita Rousseau, que a gente descobre que não era um cara tão "prafrentex" assim e aborda também milhares de coisas sobre a humanidade das mulheres, suas individualidades como seres completos, e não como um fragmento defeituoso dos homens, que precisa ser completo por ideias e atividades que esses homens inventaram.

Comecei o livro achando que não ia aproveitar nada da leitura, por ser um livro antigo demais achei que ia estar defasado, e no fim da leitura vi que não era nada disso e fui completamente arrebatada! Aprendi demais com essa leitura! Acho um livro muito completo, claro, tem seus defeitos e algumas coisas que realmente não cabem mais aqui na nossa época, mas acho que é leitura obrigatória para quem está estudando feminismo (como eu).

Enfim, acho que eu falei tudo o que lembro, quando li fiquei muito impactada mesmo com essa leitura, mas hoje que faz muito tempo, isso ficou um pouco amortecido, já que li outros livros feministas com perspectivas ainda mais "chocantes" ou abrangentes. Mas considero um dos livros de teoria feminista mais importantes que eu já li até agora.
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Renata1004 22/06/2021

O livro é interessante, bem denso e complexo, mesmo assim é muito interessante e continua sendo bem atual
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Laryssa.Oliveira 27/05/2021

Não recomendo esta edição
Pra quem quer estudar o feminismo seriamente, acho uma ótima obra pra começar, os pensamentos de Mary Wollstonecraft influenciaram muito no feminismo de hoje. Porém não recomendo esta edição pelas notas de rodapé e pelo prefácio que Maria Lygia Q. M escreveu. Primeiro ela diz sobre Mary intitular como feminista, sendo que na época o termo "feminista ou feminismo" não existia, causando assim um anacronismo. Então Maria Lygia quem escreveu o prefácio, diz que o feminismo nunca matou ninguém, ignorando o movimento da Pluma Branca e o Ab0rto que surgiu como pauta de Margaret Sanger. Esses são apenas alguns exemplos que retirei do prefácio. No total eu adorei a obra e entender o pensamento de Mary Wollstonecraft!
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Camila Borges 01/04/2021

Coragem para chamar a mulher de humana
Nessa obra revolucionária, Mary Wallstonecraft é ousada ao declarar em pleno séc 18 que a mulher deveria receber educação e ser considerada humana e cidadã. O pensamento vigente era de que a mulher deveria submeter-se "porque sempre foi assim". Não para Mary, que corajosamente confronta obras de grandes autores como Rousseau e insiste que a mulher está submetida a um "sistema de educação falso", que foi convenientemente criado por homens para transformar as mulheres em damas agradáveis e não criaturas racionais. Ler esse livro, um dos primeiros documentos feministas, me deu uma mistura de orgulho e vontade de continuar lutando. Muitas coisas mudaram, mas o que permanece igual depois de tantos anos é o que assusta.
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fev 31/03/2021

A Reivindicação dos direitos da mulher apresenta o argumento de que a não educação formal das mulheres fariam que elas permanecessem na ignorância. Portanto, a sociedade não poderia cobrar comportamentos racionais e virtudes das mulheres já que elas não estariam sendo instruídas e estimuladas a pensar de forma coerente. Já que determinados comportamentos estariam relacionados a instrução.

O pensamento e o questionamentos de Mary Wollstonecraft não terminam ali. Apesar de a educação ser o objetivo principal que desencadearia melhoras significativas. No entanto, fiquei questionando quando a autora coloca muito a moral e a religião para validar algumas outras discussões sobre os "comportamentos atrasados" femininos. Claro que não posso cometer anacronismo aqui e dizer que as escolhas dela estavam erradas porque a sociedade em que ela viveu é completamente diferente da que vivo hoje. Compreendo que a sua vivência em determinado período com influência religiosa poderosa faria diferença no seu posicionamento ainda mais quando ela apresenta argumentos sobre virtudes e a moral.

Independente dos apontamentos que discordo, é preciso entender o pioneirismo de Wollstonecraft e a sua importância para o pensamento feminista. A suas indagações e apontamentos, com certeza, valeram de forma significativa para a evolução e a luta para os direitos das mulheres ao redor do mundo partindo do mais básico que foi sistematicamente negado por anos: a educação formal e racional.
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ananezes 08/02/2021

Afrontosa
"Há muito tempo considero a independência a grande bênção da vida, a base de toda virtude; e tal independência quero garanti-la sempre, pela contenção de minhas necessidades, ainda que vá viver em uma terra deserta."

A publicação de "Reivindicação dos direitos da mulher", ocorrida pouco tempo após a Revolução Francesa, estabelece um contraponto à Constituição resultante e aos ideais iluministas. A crítica da autora ao movimento se fundamenta no fato de a revolução ter defendido a liberdade e os interesses do homem, como gênero e não como raça humana pois exclui e relega as mulheres a permanecer na posição de filhas virtuosas, esposas graciosas e mães atenciosas. Marginalizadas e infelizes. Wollstonecraft ainda é ferrenha na crítica a Rousseau, citado diversas vezes ao longo da obra de forma contestadora e, por vezes, irônica.

O grande tema da obra é a defesa à educação formal das mulheres, como único e exclusivo meio para a igualdade intelectual. Somente através disso elas deixarão de ser frívolas e poderão até mesmo se tornar melhores parceiras para os homens. Nessa defesa, Wollstonecraft consegue ser ao mesmo tempo justa em seu propósito e crítica do seu próprio sexo. É nessa crítica que reside minha única ressalva com relação à obra.

"Espero que meu próprio sexo me desculpe caso eu trate as mulheres como criaturas racionais, em vez de adular suas graças fascinantes e considerá-las como se estivessem em um estado perpétuo de infância, incapazes de ficar sozinhas."

"Reivindicação" pode não parecer surpreendente vista da ótica do século XXI. Mas o que a torna tão incrível é sua disruptividade e coragem ao ir contra o status quo do século XVIII. Verdadeiramente revolucionárias: obra e autora.

Observação: Leitura difícil e densa.
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jurripe 16/01/2021

pioneiro do feminismo
Mary Wollstone craft era um gênio. Naquele tempo, a mulher lutou pela educação e igualdade dos sexos se mostrando parte da vanguarda. Mãe de Mary Shelley, que fundou o gênero ficção científica numa brincadeira amistosa entre amigos, o mínimo que eu poderia fazer como mulher era ler Reivindicação dos direitos da mulher e entender seu impacto na sociedade até Simone escrever Segundo sexo.
É um livro que em partes não é atemporal, o que me deixou extremamente feliz, porque isso só mostrou que o feminismo vem sim conquistando suas vitórias. Mas teve muitas páginas que infelizmente foram apontadas questões que ainda não foram resolvidas em pleno século XXI.
Ao terminar o livro só consegui pensar no quão maravilhosa, inteligente e incrível que Mary era. Uma feminista e tanto super importante para nossa sociedade.
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Kimdim 10/06/2020

Esse livro é absurdamente importante pra compreender o início do que chamamos hoje de feminismo, palavra que nem existia naquela época. A leitura é levemente complexa mas entender o processo pela luta a educação feminina compensa.
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