Gerson 04/07/2011
O petróleo e eu
Economia e história tudo junto, contada de forma deliciosa e interessantíssima. O ponto fraco é a tradução, principalmente a pontuação. Chega a atrapalhar a leitura. Piora quando o livro vai se aproximando do final. A qualidade da impressão, para um livro de 1200 páginas, é sofrível (editora Paz e Terra. O livro tem 900 páginas úteis, ou seja, fora gráficos, referências bibliográficas, agradecimentos, etc.). Mas não desanime, vale muito a pena, principalmente depois da Primavera Árabe (apesar do lançamento ter ocorrido em 1992, com relançamento em 2009, continua totalmente atual). Começa desde o descobrimento do petróleo nos EUA, na segunda metade dos anos 1800, até a atualidade (o petróleo não foi descoberto nos EUA, é citado na bíblia, mas, economicamente, iniciou-se nos EUA). É uma aula de história, de economia petrolífera (que é onde estamos todos atolados), de negociação, de administração e de política internacional. Você sabe por que temos a impressão de que o Irã é a noiva dispensada pelos EUA depois de anos de noivado? Vai lá e descubra. Você conhece a história da Líbia e por que Anuar Kadafi é tão marrento? Está lá também. Você conhece Gulbenkian? Você vai querer conhecê-lo pessoalmente. Família Bush?... Este livro simplesmente faz a gente entender o mundo em que vivemos neste exato momento. Por incrível que pareça, depois de 1200 páginas, há assuntos que foram abordados superficialmente, o que não é falha do livro, de modo algum. Só faz a gente ficar mais e mais interessado no entendimento de tudo que nos rodeia, que dá sentido às notícias que vemos e ouvimos diariamente, que justifica o mundo ser o que é. Da mesma forma que há pessoas que não se preocupam com política, há pessoas que não se preocupam com economia quando vai além da sua carteira de dinheiro. Porém, como diz o ditado, somos dominados pelas pessoas que se preocupam com isso.