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Contos O. Henry




Resenhas - Contos


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Michelly 24/10/2023

Crônicas urbanas de O. Henry: uma perspectiva da banana republic
O que mais admiro neste escritor americano é a perspicácia com que retrata a cidade e seus habitantes. O autor não deixa escapar os vendedores, garçons, casais, mendigos, malandros, velhos e jovens. Ele pinta um quadro cuja estrutura é a vida cotidiana nesse pequeno emaranhado de comédias e dramas. Nessa obra, a cidade assume também o papel de personagem. Assim como um habilidoso flâneur que adora percorrer as ruas e observar a vida no coração da cidade, O. Henry se aventura em vielas, avenidas, botecos, becos e praças. Dentro de espaços privados, ele também revela um talento notável para observar as particularidades dos ambientes, como é exemplificado de forma brilhante em “Aluga-se quarto”. É impossível não classificá-lo como um exímio analista dos costumes da época.

É também perceptível a consciência dos temas sociais dentro dos contos, pois o autor traz em seu olhar uma sensibilidade e uma capacidade reveladora dos fenômenos sociais, especialmente no que diz respeito ao trabalho e às formas de exploração capitalista. É impressionante como o hábito de observar nos permite enxergar as entranhas da exploração no cerne da natureza humana.

Se a característica distintiva das narrativas de O. Henry é a precisão de suas tramas, os finais costumam proporcionar o toque final à obra. É difícil não se surpreender com o conto "Uma história inacabada", cujo tema envolve personagens lutando contra as agruras da vida, presos entre a fome e o consumismo. Exemplo também bem descrito em “a namorada gastadeira”.

Entretanto, o correto é nos concentrarmos nas entrelinhas da narrativa e na técnica utilizada na composição da obra. Muitos elogiam o autor por seus finais arrebatadores, mas achei isso um tanto abrupto. Imagino que muitos tendam a esperar surpresas e nutrir expectativas, no entanto, no meu caso, poucos finais me surpreenderam, muitos não me deixaram empolgada.

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Pandora 31/10/2021

Já tenho este livro faz um tempinho, mas por estes dias alguém falou do conto “Aluga-se quarto” e eu: “opa, deixa ver se tem no meu livro!” e tinha. Foi o primeiro que li e amei. Agora posso dizer que gostei de todos os contos e isso não acontecia desde Beijo, de Roald Dahl, que tem um estilo diferente, mas é outro livraço.

O. Henry não é muito conhecido por aqui, mas nos Estados Unidos há até um prêmio literário com seu nome. O autor conseguia ser lírico, melancólico, engraçado, crítico, sensível, criativo e muito, muito irônico. Enquanto esteve na prisão em Columbus, por peculato, William Sydney Porter - seu nome verdadeiro - teve publicadas 14 histórias sob vários pseudônimos com a ajuda de um amigo de New Orleans, sendo O. Henry o que ficou mais conhecido.

Um ano após ser solto, mudou-se para Nova York, onde teve início o período mais produtivo de seu trabalho como escritor: lá, em oito anos, escreveu 381 contos.

Da busca por um determinado tipo nova-iorquino, passando por um Dia de Ação de Graças, um casamento morno, um rapaz procurando pela amada desaparecida, uma vendedora de loja de departamentos, um cidadão do mundo, uma mulher espancada pelo marido - entre outras histórias -, até uma ode à NY do início do século XX, o autor nos brinda com uma escrita fluida, precisa, apaixonante. Seus personagens são gente pobre, rica, velha, moça, de todas as profissões ou sem profissão alguma.

É muito difícil citar histórias preferidas num livro onde gostei de todas, mas A última folha, sobre uma artista que fica seriamente doente e conta as folhas que caem de uma trepadeira que vê da janela - e acredita que ao cair da última irá morrer - é de um lirismo tocante.

Enfim, O. Henry é assim: num minuto nos deixa pensativos e emocionados e no outro nos faz gargalhar alto. A vida como ela é.

CONTOS DESTE LIVRO:
1. Man about town ou enquadrando o savoir-faire;
2. Primavera à la carte;
3. A visão da boleia;
4. Uma história inacabada;
5. A vida amorosa de um corretor da bolsa;
6. Aluga-se quarto?;
7. A reabilitação de Jimmy Valentine;
8. A namorada gastadeira;
9. Dois cavalheiros e o Dia de Ação de Graças;
10. O pêndulo;
11. Um cosmopolita no café;
12. A última folha;
13. A receita perdida;
14. De passagem pela Arcádia;
15. O alegre mês de maio;
16. O conde e o convidado das bodas;
17. O perfil encantado;
18. Uma tragédia no Harlem;
19. Nasce um nova-iorquino.
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Felipe Philipp 12/08/2020

Como não amar contos?
Sempre amei contos, e O. Henry não me decepcionou. Eu estava com saudades de ler contos irônicos ou engraçados, e o autor faz os dois dum jeito impecável. A minha maior tristeza foi quando cheguei no final do livro, fiquei arrasado! Se você gosta de contos, vai ficar com um gosto de quero mais desse autor!
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Wilma.Suely 03/06/2020

Contos sobre moradores de NY do início do século. XX. Diferentes de quaisquer outros contos. Leitura fluida e muito agradável
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Leila de Carvalho e Gonçalves 21/10/2017

Um Escritor de Fino Trato
Nascido em 1862, numa família rica e culta, William Sydney Porter acabou condenado a quatro anos de prisão, após falir um jornal e dar um desfalque num banco. Quando foi solto, aos 39 anos, resolveu mudar de vida e tornar-se escritor, mas com medo de ser reconhecido, adotou o pseudônimo de O. Henry.

Oito anos depois, vítima de cirrose, ele morreu pobre e recluso, deixando cerca de 400 histórias curtas, a maioria ambientada em Nova York. Aliás, costuma-se afirmar que, se vítima de uma catástrofe, a cidade poderia ser reconstruída a partir de suas descrições.

Considerado um dos maiores contistas norte-americanos, sua influência é incontestável sobre o realismo de Cheever e Fante assim como na geração beat de Kerouac e no jornalismo literário de Tom Wolfe, Gay Talese, Norman Mailer e Truman Capote. Infelizmente, ele é pouco conhecido no Brasil, o que reveste de inequívoca a importância a publicação desta antologia que reúne 19 contos selecionados e traduzidos por Jayme Costa Pinto.

Aliás, ele também é o autor da introdução, ?Um Escritor de Fino Trato? na qual afirma que buscou manter o estilo refinado de O. Henry, cercado de referências literárias e alusões a celebridades da época. Uma delas, é bastante familiar aos brasileiros: Santos Dumont é mencionado em ?Man About Town ou Enquadrando o Savoir-Faire? e ?Dois Cavalheiros e o Dia de Ação de Graças?.

O destaque fica por conta de "A Última Folha" que narra a história de um pintor idoso que não mede esforços para ajudar uma jovem colega a superar uma grave pneumonia. Já a grande ausência é ?O Presente dos Magos", apontado como a obra-prima de O. Henry. A boa notícia, é que ele está disponível na internet.

Em síntese, os contos do escritor são breves, de fácil leitura e surpreendem pela aguçada crítica social e fluidez da escrita. Num raro depoimento guardado no museu em sua homenagem, na Carolina do Norte, o escritor explicou oqual era sua inspiração e como escrevia: ?Meus personagens são fac-símiles de pessoas que conheci. A maioria dos autores passa horas, e me disseram que até mesmo dias, para criar os contornos de uma história que têm em mente. Eu não. Na minha opinião, isso é um grande desperdício de tempo. Eu apenas me sento e deixo meu lápis fazer o resto. As pessoas me perguntam como faço para dar aquele ar especial aos contos. Eu sempre lhes digo que o inusitado é comum, e não inesperado.?

Para quem não conhece a Editora Carambaia, seus livros primam pela qualidade e são um pouco mais caros do que a média. Em capa dura e com um elegante projeto gráfico, esta antologia foi impressa em papel pólen, com boa revisão e diagramação. Finalmente, cada exemplar é numerado, vem embrulhado para presente e acompanhado de um marcador.

Até a próxima!
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Carol 26/10/2016

Antologia de contos.
Há alguns anos, li um texto chamado "Gift of the Magi". Estava aprendendo inglês e o professor do cursinho indicou O. Henry como porta de entrada para uma literatura mais clássica. Lembro de ter amado aquele conto e a partir daí virei fã do gênero.

O. Henry é considerado um dos maiores contistas americanos. Escreveu sobre os Estados Unidos do início do século XX e nos legou quase quatrocentas das chamadas short stories.

Esta edição da Carambaia está um capricho que só e reúne dezenove contos do autor.
Cada estória tem o humor e a delicadeza característicos de O. Henry. Enquanto eu prosseguia na leitura, ficava na expectativa pela reviravolta que a trama iria adotar e, mesmo assim, fui surpreendida diversas vezes.

Meus contos preferidos são: Primavera à la Carte, Uma História Inacabada, Aluga-se Quarto e A Última Folha.

Lá se vão mais de cem anos de sua publicação e O. Henry continua a encantar novos leitores. Um bom livro para se apreciar aos pouquinhos.
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