Dom Casmurro

Dom Casmurro Machado de Assis




Resenhas - Dom Casmurro


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Breno 13/07/2020

A leitura foi bem densa nas primeiras 50 páginas, palavras que eu não conheço e etc.., mas fluiu bem depois disso. Principalmente depois da metade do livro, super recomendo, todo mundo deveria ler, enfim, é isso aí.
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bella 14/05/2023

Absurdíssimo
Sempre que leio um clássico dessa magnitude, nunca me sinto apta a falar sobre ele. Como assim dar uma pontuação? Avaliar a história, personagens? Quem sou eu pra falar de Machado de Assis?

Mas finalmente li minha primeira obra dele. E achei simplesmente fantástica. Para uma leitura atual, de uma adolescente principalmente, é inegável dizer que tem partes maçantes, e o começo pode ser bem tedioso. Mas a linguagem não é de tudo impossível, só demanda atenção em alguns momentos. Vale a pena mergulhar, entender.

Difícil é ler imparcialmente. Já sabendo da interpretação do narrador suspeito e manipulador, impossível não ler torcendo pela inocência de Capitu, apesar do ponto principal e mais fantástico do livro ser a incerteza. Mas é interessante demais perceber as críticas do autor, e ver todas as situações sociais em contextos mais amplos, em reflexos da sociedade: a crítica a burguesia e suas hipocrisias, aos religiosos e suas artimanhas, aos interesses egoístas, até ao machismo. Não consegui ler Dom Casmurro no ponto de vista que de fato foi escrito por um homem que logicamente, entendendo a época e a misoginia internalizada, era machista, mas mesmo assim, na descrição de Capitu e as injustiças- ou não- que se seguem a ela, parece carregado de críticas à sociedade e a visão dela sobre a mulher.

Por que convenhamos, Capitu é a personagem mais carismática, mais encantadora. Talvez eu tenha sido tragada também pelos olhos de ressaca, mas se compararmos a personalidade dela com a de Bentinho começamos a preferir-lá em um segundo: curiosa, astuta, inteligente, desde nova ela cria planos, tem pensamentos lógicos arquitetados para conseguir o que quer, é esperta e tem uma mente aberta, aventureira. Pensa muito mais longe, enxerga o mundo em sua amplitude. Bentinho se contenta tanto com o que é lhe dado que, além de quando criança nunca ter imaginado sair de sua rua, que quando cresce se torna tão carrancudo, arrependido e melancólico que reproduz fielmente sua casa antiga, na sua de adulto. Bentinho quando criança é um sonso, Capitu toma as atitudes, arquiteta seus planos visando a felicidade dos dois, da permissão disso e aquilo pra ele, e consegue o convencer de seu ponto de vista. É uma mulher forte, decidida. E a melhor parte do livro é ver o que acontece quando existe uma mulher forte: é vista como a vilã, e é acusada de traição.

E impossível não falar sobre o ciúmes doentio, desde muito cedo, de Bentinho, e da forma com que ele é carregado inclusive, de impulsos violentos. Como conseguimos focar no fato de que ela traiu ou não quando o protagonista, mesmo quando adolescente, afirma que sua vontade é de apertar o pescoço da namorada, simplesmente por OUVIR que, publicamente, ela parece feliz em sua ausência? Ele é extremamente carregado desses pensamentos, que vão aumentando e piorando, sendo fruto de sua própria cabeça mas se tornando também sua realidade. As consequências disso: Capitu não pode sair para bailes, Capítulo não pode usar vestidos que mostrem seus braços, Capitu tem que ficar trancafiada em casa, não podendo inclusive olhar pela janela, pra não causar ciúmes no marido. Não se fala inclusive, suficientemente sobre o impulso de Bentinho de matar uma criança, por causa de suas paranóias. Deus sabe por que isso não se concretiza: seria o pingo de sua consciência o impedindo, ou a covardia?

E é também preciso comentar sobre como inicia toda essa suspeita: quando ele próprio demonstra interesse pela mulher do outro. Fala apaixonadamente sobre Sancha, e quando percebe seu erro, começa a desconfiar: se ele próprio é capaz de cometer tais pecados, quem dirá Capitu? E de forma obcecada, observa maldade no olhar de alguém que lamenta a morte do seu amigo, em seu funeral. Em momento algum há um consolo pela tragédia, e nem demonstrada profunda tristeza do narrador acerca dessa morte.

Quem menciona a semelhança de Ezequiel com Escobar é justamente sua mãe. Agora, refletindo: faz sentido que, havendo a possibilidade do filho se de fato da pessoa com quem compartilha semelhança, Capitu comente sobre isso? Se tivesse realmente essa chance, não faria mais sentido ela guardar esse segredo profundamente, e na verdade, temer que Bentinho descobrisse sozinho?

Mas de acordo com ele, Ezequiel é uma cópia exata do amigo morto. Mesmo com tanta comparação, é difícil demais acreditar com certeza. Além disso, não é como se não existissem outras pessoas ao entorno do casal que pudessem comentar também da aparência da criança. Teriam elas coragem de fazê-lo, e se não fizeram, como José Dias por exemplo, foi para não criar conflitos e agradar Bentinho, ou não fizeram pois realmente não havia semelhança?Bentinho ainda afirma que a forma de falar de Ezequiel fica idêntica ao de Escobar. Mas não lembramos dos parágrafos e parágrafos destinados a falar das imitações do pequeno?

Até aí na leitura, eu já estava convencida de que era impossível uma traição (lógico, sem 100% de certeza, mas inclinada a uma lado) O problema chegou quando ele de fato menciona isso a ela. O primeiro impulso de Capitu é simplesmente rir, decepcionada e desacreditada que ele pudesse ter ciúmes, inclusive de um cadáver. Ela demonstra o absurdo daquela suspeita. Pede para ele lhe explicar, para que pudesse se defender: mas nunca chega a fazê-lo, e nunca chega a negar. O que pode ser usado como argumento é justamente isso, se tinha o que se defender, o que diria? Negaria ou justificaria alguma ação que de fato se concretizou? Mas ao mesmo tempo, vi nessa falta de explicação dela, uma desistência: o casamento já ia mal, já estava frio. Se ela não insistisse na reparação, talvez finalmente se libertaria.

E é exatamente isso o que acontece: numa crítica a burguesia com valores de aparência, Bentinho se livra do problema simplesmente enviando a esposa e seu filho a Europa, sem divórcio para não ficar mal falado. E nada mais se sabe, por que ela morre, e depois de anos Ezequiel retorna e Bentinho ainda não desconfia que talvez ele tenha destruído sua própria família por apenas criações da sua mente. Quando vemos por esse ponto, é uma história realmente triste, tanto para ele quanto para Capitu, mais do que se realmente tivesse traído.

Mas Bentinho é um personagem complicado demais, e seu livro é mais do que o relato de sua vida vindo da monotonia e da vontade de escrever: ao contrário do que ele afirma no início, percebemos na última página que o intuído do livro é a vitimização de uma homem que tinha de tudo para seguir com a vida com que nasceu: pacífica e sem conflitos, mas que lamenta eternamente a suposta traição de sua esposa com seu melhor amigo, sem conseguir seguir em frente ou mesmo resolver o conflito com diálogo. Acaba Casmurro: solitário, rabugento, amargurado e nostálgico com seu passado. Inclusive, a medida que lia, me perguntava quando os relatos intermináveis da infância acabariam, pois o que mais se fala da história é a questão da traição, quando o casamento em si demora tanto pra acontecer. Depois entendi que ele queria, primeiramente, relembrar o começo daquele amor, daquela época pura sem tais complicações. É tão agarrado ao seu passado que, como já disse, tenta o reconstruir em sua casa da velhice. E dois, uma tentativa de análise de Capitu, pois no final, afirma que não sabe se ela sempre foi assim, inclinada a maldade, ou a traição, ou se mudou. Por isso tão longa a narrativa de sua juventude, e tão grande as análises, e tantas as ênfases nas espertezas da menina.

Quando comecei o livro, esperei uma sequência de fatos confusos, e argumentos para todos os lados, um atrás do outro, indicando traição ou não, traição ou não, e pensei que seria um verdadeiro mistério. Ainda é, de fato, mas tal é posto muito mais no final. O que eu queria, era ter a experiência de ler ele sem saber de nada, de spoiler à discussão acerca dele. Queria ver como eu iria interpreta-lo sozinha, se teria as mesmas visões e conclusões.

Bem, é um livro fantástico, envolvente e curiosíssimo, como diria José Dias. Faz sentido ele ser uma leitura obrigatória. Minha resenha foi extremamente parcial com meus pensamentos, e queria muito saber a visão de quem discorda. Mal posso esperar pra ler mais Machado, e ter mais experiências maravilhosas como essa!
Maria.Florentino 14/05/2023minha estante
Tá na minha lista!


bella 14/05/2023minha estante
é perfeito!!!


QUEIJO460 14/05/2023minha estante
Não concordo em várias partes da sua resenha. Mas você escreve muito bem, parabéns.


bella 14/05/2023minha estante
Obrigada!!




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Paula 25/09/2020

Gostei muito da escrita apesar de antiga e difícil em alguns momentos. Ainda estou pensando se traiu ou não traiu e acho que não vou conseguir chegar a nenhuma conclusão haha.
Muito bom
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Julia 13/11/2020

"Mas a vocação eras tu, a investida eras tu."
“... A minha primeira amiga e o meu maior amigo, tão extremosos ambos e tão
queridos também, quis o destino que acabassem juntando-se e enganando me...”

Dom casmurro é um romance, narrado em primeira pessoa, que conta a historia de bentinho, um homem que irá relembrar toda a sua vida ate o momento em que o livro é escrito.
Um romance que apesar da possuir uma linguagem e vocabulário bastante complexos, narra uma historia intrigante e objetiva, que será sondada pelo pessimismo, humor, psicologia humana, ambiguidade e metalinguagem, e que facilmente podemos retirar criticas sobre ciúmes e relacionamentos não saudáveis. Também não posso deixar de mencionar o quão bem construídos e engraçados são os diálogos do narrador com o leito. Um clássico realmente brasileiro incrível!
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Melissa289 30/09/2023

Maravilhosíssimo ?
Só que leu o livro vai entender a ironia do título da resenha ?

Inconformada estou com esse final, sério, sem mais palavras pra não dar spoiler.

O livro em si é muito bom, não imaginava que seria tão bom pra ler por ser antigo e tals. Ri bastante ao decorrer do livro, é o meu primeiro contato com o autor, me interessei bastante em ler mais livros dele e também a dar mais oportunidades a literatura brasileira
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Mari.Sampaio 27/12/2020

Para ler e reler
"Nós ouvimos e vemos o que queremos, independente das palavras ou objetos que nos são apresentados". Bentinho é, sem dúvida, um retrato fiel do que há de mais mesquinho e covarde no ser humano. O mais dolorido na experiência da leitura é nós identificarmos com o narrador e personagem principal que, apesar de serem a mesma pessoa, não são.
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Natalia 10/09/2020

Não traiu
Li pela primeira vez em 2020, e confesso que me irritei diversas vezes com o egoísmo, obsessão e ciúmes do Bentinho com a Capitu, ele é um personagem extremamente manipulador que só se importa com ele mesmo.

Na minha opinião, Capitu não o traiu.
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raissa 31/01/2021

Nesta obra vemos a vida de bentinho, que desde de criança tem uma grande afeição pela sua vizinha capitu, e ao decorrer da história vemos o que acontece com o destino dos dois.

Este livro é um grande clássico da literatura brasileira, leitura super leve e gostosinha, por mais que seja um português arcaico.
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Ana Cis Gestal 24/03/2020

Dom Casmurro
Autor: Machado de Assis
Editora: Via leitura
Páginas: 223

" Dom Casmurro. Os vizinhos que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados deram curso à alcunha que afinal pegou. (...) Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que ele pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia para atribuir- me fumos de Fidalgo"

" Capitu era Capitu, isto é, uma criatura mui particular, mais mulher do que eu era homem. Se ainda não o disse, aí fica. Se disse fica também. Há conceitos que se devem incutir na alma do leitor, à força da repetição."

Publicado pela primeira vez em 1899, uma das obras mais importantes para a literatura brasileira, possui também um dos maiores questionamentos literários: "Afinal, Capitu traiu ou não Bentinho?"
Peço desculpas aos defensores e aos acusadores, mas nunca saberemos a verdade, pois a única versão que temos, é a narrativa de um homem extremamente ciumento, inseguro e amargo pelas decisões tomadas quando mais jovem. Tendo a acreditar em Capitu, pois nunca deu motivos tirando uma única cena e algumas coincidências (quem leu vai entender) e parecia mesmo o amar, afinal o esperou por muito tempo.
Acredito que, a intenção do autor não foi criar uma trama pronta, com respostas certas ou erradas, mas sim, nos fazer questionar a veracidade nos fatos retratados pelo narrador, levantar hipóteses e deixar o mistério para a eternidade.
Confesso, que a primeira parte foi bem lenta para mim, demorei muito para engatar na narrativa, mas do meio para o final ficou mais ágil. Um enredo simples, que cativa e se transforma em algo incrível, principalmente quando pensamos na época em que foi escrito. Ao final, me senti grata, por (finalmente) concluir essa obra!
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Felipe 05/07/2020

Dom casmurro
Primeiro livro nacional que eu li, escolhi por sempre ler os debates das pessoas sobre traiu e não traiu, isso sempre me intrigava, achei o livro muito bom mas nao me encantou, para mim o autor era muito vago em assuntos que interessavam e se aprofundava muito em assuntos banais, mas realmente quero ler mais livros nacionais foi uma boa porta de entrada e para concluir eu acho que ela nao traiu ???
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Luanna 04/08/2020

Traiu ou não?
Mesmo depois de ler o livro, não sinto que consigo responder a maior pergunta da literatura brasileira. Achei a leitura tranquila, apesar da linguagem antiga, e me surpreendeu o quão poético o livro é em algumas partes
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Samille 27/01/2021

Um clássico da literatura brasileira
Em alguns momentos é um pouco chato por se arrastar demais a narração, mas é uma ótima história, todo mundo precisa conhecer a história de Capitu e Bentinho e tirar suas próprias conclusões.
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