Camila - @darkbookslibrary 02/10/2017Quando o começo empolga, mas...Confesso que comprei o livro muito empolgada, principalmente pelo preço camarada e pela capa bonita. A sinopse também agrada quem adora aventuras fantásticas e uma quedinha por mangás. Tudo isso somada com a curiosidade em conhecer o trabalho autores nacionais no gênero fantasia, me fizeram comprar o e-book na Amazon.
O livro tem como enredo a existência de uma fenda no Japão que liga nosso mundo ao mundo dos Youkais, seres das mais variadas formas que tem interesse em dominar nosso mundo e escravizar a humanidade (além de se alimentar).
Doze pessoas possuem poderes para impedir a abertura total da fenda, fechá-la de forma definitiva por longos períodos e derrotar youkais. São os chamados guardiões e seus poderes decorrem dos signos do zodíaco.
O livro explora num primeiro momento a reunião desses guardiões e suas histórias pessoas. Assim, conhecemos Anne, Maurício e Shermmie que estão no Brasil e juntos partem para o Japão para se reunirem com os demais guardiões.
Com ação e alguns pontos engraçados, o inicio da obra desperta o interesse do leitor a dar continuidade e quando menos se espera estamos no meio de um grupo animado e eclético de pessoas jovens.
Enquanto esperamos o desenvolvimento dos personagens que podem ser considerados principais (Anne, a guardiã de câncer; Hikari, a guardiã de áries e Sofia, sua mãe), a autora se perde na narrativa ao tentar explorar todos os pontos com o máximo de atenção.
Em alguns pontos são criadas pequenas tramas que nada acrescentam ao enredo principal, os diálogos vão perdendo personalidade com o excesso de personagens e os acontecimentos se arrastam.
Ao alcançar a metade do livro (que tem 963 folhas) notei que nada tinha de fato acontecido. O livro continuava morno e a tensão que era de se esperar não crescia, pelo contrário, parecia atrasada e quase nula. Isso refletiu no desenrolar do desfecho, que após tanta demora, acabou perdendo a importância e não passou de um mero obstáculo para o final da estória.
A obra parece possuir um grande vilão, Kuro, o rei dos Youkais. Suas primeiras aparições são momentos interessantes e dão esperança ao leitor de que a estória dará uma guinada, mas essa não vem e no fim Kuro é facilmente enganado e derrotado de uma forma tão obvia que chega a doer.
O desfecho não foi o único ponto que perdeu importância no desenrolar da trama. Todos os acontecimentos intensos foram reduzidos a meras confirmações ante a obviedade deles. Devo ressaltar que a obviedade não vem das opções da autora (bem talvez algumas) em escolher como ir tramando a história, mas da forma que as descreve e da ausência de uma crescente na narrativa.
Apesar disso, e ignorando o excesso que nada mais vez do que arrastar a estória de forma desnecessária e cansativa, a trama principal é bem interessante e diferente das aventuras fantásticas que temos por ai. Se fosse cortada pela metade certamente seria mais interessante de ler e um passatempo mais divertido (nos últimos 30% do livro só queria terminar, pois já sabia que tudo terminaria maravilhosamente bem).
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